sexta-feira, 21 de julho de 2017

De certo a decisão mais difícil

Ricardo Fonseca foi eleito pela primeira vez para Presidente do G. E. Brasil em novembro de dois mil e onze e deverá liderar o Clube do Povo até o final de dois mil e dezoito. Por si só, este record de tempo como dirigente maior do Xavante já o coloca em definitivo na Historia do Brasil. Mas a contratação do treinador Rogério Zimmermann e, principalmente, as conquistas advindas com a Equipe formatada a partir daí realmente sacramentaram este fato histórico.

Dois mil e onze eram tempos difíceis visto que o Rubro Negro da Princesa do Sul amargava a famigerada Segundona Gaúcha. O início da primeira gestão Ricardinho foi complicado e com algum revés principalmente devido à carga negativa advinda das campanhas anteriores em busca do tão sonhado acesso à Série A do Campeonato Gaúcho.

Mas já em dois e doze Ricardinho dá uma tacada certeira e contrata Rogério Zimmermann não só para treinar o Time como para organizar o Departamento de Futebol e tudo o que dissesse respeito a Casa Mata e adjacências.

De lá para cá muita coisa aconteceu e dizerem que RZ mandava e desmandava em tudo era o de menos. Com certeza, o tempo se encarregará de fortificar algumas histórias e, logicamente, criará algumas lendas.

Mas e de prático, qual foi mesmo o resultado deste contrato? Bem, aí é passar manteiga no focinho do gato porque todo o mundo sabe. Há uma sequência de conquistas até então nunca vistas e o tão sonhado acesso no Campeonato Gaúcho foi a primeira.

Dois mil e doze, salvo um ou dois sustos, foi um passeio e o título de Campeão da Série B do Campeonato Gaúcho foi a credencial determinante para um novo ânimo.

E dois mil e treze?!?!?! Ser Campeão do Interior ficou barato diante da garra, da organização e competitividade do Time de Rogério Zimmermann, a descoberta de Ricardo Fonseca. Na sequência, dois mil e quatorze, o Brasil é Bi-Campeão do Interior Gaúcho e os sonhos ganham alturas e sentam praça nas competições nacionais.

Crise num clube aqui, noutro clube ali e o nome de Rogério Zimmermann passa a figurar em listas e mais listas. Até a crônica de Porto Alegre volta e meia sugere a contratação do Comandante-em-Chefe do Brasil para clubes de lá, mas Ricardinho segura a bronca e banca sua estrela maior com antecipações de contrato sem nenhuma dúvida.

Recuperado o terreno a nível estadual, é chegada a hora de peitar a CBF novamente e recolocar o Brasil no convívio dos grandes do futebol brasileiro. Pressão daqui, pressão dali cornetas, alegações mil querendo a troca do treinador porque muitos achavam que Zimmarmann não se sairia bem na nova competição.

Mais uma vez Ricardo Fonseca aposta no seu projeto escudado por Rogério. A essas alturas já nem se sabe quem é quem diante da simbiose fenomenal ocorrida no Bento Freitas.

E deu liga. Começando de baixo, da Série D, o Time do Brasil foi rompendo barreiras, impondo respeito, subindo degrau a degrau, como manda o figurino. Passou também pela Série C, vindo a fixar residência na Série B do Campeonato Brasileiro. Temperando esta feliz trajetória, a Copa do Brasil e a Primeira Liga atestaram a grandeza do trabalho de Ricardinho e Zimmermann.

Tudo isto quase à revelia. Postado muito mais na fé de um projeto e na crença em Rogério Zimmermann do que na estrutura futebolística do Clube que preside há cinco anos.

Mas exercer a Presidência do G. E. Brasil tem seu preço e a duplicata foi alta. Apesar das muitas vitórias e das grandes conquistas, o momento nas quatro linhas não é bom. A Nação Xavante clamava por uma decisão drástica. Em absoluto há unanimidade, é verdade, mas uma grande parcela já de há muito exigia o fim da “Era Zimmermann” como já, merecidamente, está marcado este tempo.

Hoje a notícia eclodiu. Mesmo muitos querendo (inclusive eu) foi um choque. Um paradoxo porque no fundo achávamos que Ricardinho não cederia e arcaria com as consequências até o destino final.

Há tempos que eu não colava o ouvido no rádio com tanta atenção. Só faltou me beliscar tal a grandeza da notícia. Trago no peito um sentimento estranho porque sei e não nego a importância de Rogério Zimmermann para o G. E. Brasil nos dias atuais. Graças a RZ, partimos de uma famigerada Segundona estadual para a elite não só do futebol local como a fazer parte entre os postulantes a ocupar a primeira linha do País do Futebol.

Em momento algum fugi da raia e acompanho o Brasil sempre, independente de campeonato, classificação, presidente, jogador ou treinador, mas não posso deixar de manifestar os parabéns a Ricardo Fonseca e a agradecer a doação de Rogério Zimmermann como treinador do Brasil.

Na minha opinião, hoje, Ricardo Fonseca, Presidente do G. E. Brasil, tomou a decisão mais difícil da vida dele. Obrigado e bola prá frente Presidente.

Foto: Carlos Insaurriaga



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