quinta-feira, 27 de julho de 2017

Lágrimas na vitória


25/07/2017 17:05
Sempre na derrota ou glória
Sabe quando eu descobri o que era ter um ídolo? No momento em que, sem influência nenhuma, me encantei pelos Beatles. Criada sempre em roda de samba, coisa que não nego jamais, a banda inglesa foi a melhor exceção que abriu aos meus ouvidos e sou fã até hoje. Pelos meus sete anos de idade, entrou o futebol na minha vida e eu queria explicar a importância dele, mas aquela coisinha que muitos dizem ser clichê é fato: AMOR não se explica.
Amor pelo Grêmio Esportivo Brasil então é me pedir demais né?! Pois bem, mas voltando aos ídolos, vou falar dele:


ROGÉRIO ZIMMERMANN!
Imagens: DP/Leandro Lopes

Esta é pra ti, meu único ÍDOLO no futebol.
Quando vieste comandar o meu clube em 2004, já era o teu nome que eu gritava na tela, já era tu quem eu defendia. Foi por ti que com 14 anos ia muitas vezes escondida ao estádio, pois era perigoso, mas ia. Lembro como se fosse hoje, teu primeiro jogo com vitória. Brasil jogando fora de casa, na segunda divisão, contra o Ulbra  e vencemos por 3x2. Dia 30 de janeiro, se não me engano. Fazia um calor horrível e tinha aquele cheirinho de fumaça de churrasco no ar.  Pensei e disse: “Esse ano vai!”. E foi.
Já no primeiro semestre fomos campeões do citadino na casa, do que era na época, nosso rival, hoje, é apenas um clube que costuma entrar em férias precocemente, BRApel dos 9. Como esquecer? Tiago Rodrigues, o nome da fera. Mais uma vez: festa no Salão de Festas. Ao som da música da Ivete Sangalo um pouco adaptada:
"A minha sorte grande foi ter nascido Xavante, minha paixão verdadeira, campeão de verdade, único na cidade, pra ser feliz a vida inteira, a boca do lobo é salão de festa, da xavantada sim, charanga tocando, cerveja rolando, ta bom demais pra mim, domingo na cidade, caldeirão de verdade, baixada não é brincadeira, mais fiel do Brasil, coração tá a mil, o Xavante levantou poeiraaaaaaaaaaa poeira, poeira.."
Essa era a hora de tirar a camisa e rodar no ar! Que festa!! E foi esse clima de comemoração até 2006.
Tu nos colocou em nosso devido lugar: ELITE DO FUTEBOL GAÚCHO, de onde não devemos sair jamais. Eu pensei comigo: um cara louco que xingava na beira do campo e ia a loucura com os jogadores, será que estou errada em admirá-lo tanto assim? NÃO. Defeito todo mundo tem no mundo do futebol. Só que de burra eu não tenho é nada. Por que eu ouvi muito isso: ”Tu é fã e não vê as bobagens que ele faz e blábláblá”. Ser fã não é ser cega, meus amores.
Vou confessar que apesar de recordar aqui de todas as conquistas, está difícil escrever.
Que época boa! Mas chegou ao fim, encerrou teu ciclo e tu se despediu. Fiquei triste (não da mesma forma que estou agora, acho que é a idade), mas tu nos deixou bem. Saiu pela porta da frente e deixou que outros fizessem o seu papel aqui no Brasil.

Imagem: Arquivo pessoal

E em 2012, quando eu vi no RBS notícias a tua volta, eu enxerguei uma LUZ, juro! Senti uma esperança, meus olhos brilharam e quem estava do meu lado viu e ouviu: "Eu não acredito que ele vai voltar". VOLTOU, O HOMEM VOLTOU. Com aquela postura de comandante, de quem sabia o que fazer e com toda sua experiência me fez voltar a sonhar com novas possíveis conquistas. Já que de novo, nos pegou onde? Segundona Gaúcha, mais conhecida como: Inferno.
Depois da tragédia em 2009, ano que perdemos três guerreiros fora de campo e várias outras chances dentro dele, meu Deus, que ano. Ano em que outro dos responsáveis por essa minha loucura pelo Brasil me deixou também, meu Pai. Até 2012 foi aquilo. Sempre batendo na trave, sempre no quase, sempre no "ano que vem, vai".
TU, ROGÉRIO chegou e acabou com essa bobagem; tu mostrou onde o Brasil deveria estar; tu mostrou que nós poderíamos sim sonhar alto e muito alto; tu me mostrou que eu poderia sonhar com a Série B do Campeonato Brasileiro (isso vem depois) e em 2013 nós destruímos né? O CAMPEÃO VOLTOU! Sim, voltamos para a elite do Futebol Gaúcho, e ficou a pergunta: “quem mandou não segurar?”.
Justo no dia em que eu soube da tua saída, tem aquelas recordações do Facebook e um vídeo feito por mim, do gramado onde todos gritavam: É CAMPEÃO! É CAMPEÃO! Até porque não basta subir, tem que sambar na cara no adversário e fazê-lo receber medalha no vestiário.
Enfim, teus feitos gloriosos lembro de todos e vou parar de citá-los, porque o torcedor e tu sabem bem, mas queria dizer que em cinco anos eu nunca fui tão feliz em relação ao Brasil. Óbvio que a minha felicidade em ser Xavante já basta, não vivo de títulos e conquistas, mas não vou ser hipócrita qual torcedor não quer ver seu time ganhar? Qual torcedor não quer ver seu time entre os melhores? Qual torcedor não quer ver seu time sair da segunda divisão do estadual e chegar à segunda divisão do Campeonato Brasileiro? Me diz?
De todos os motivos que tenho pra te admirar o que JAMAIS vou esquecer é a chegada de Brasília. Mas antes disso, em um jogo em casa diante do Ituano, eu e uma amiga na arquibancada fizemos uma promessa: Se subir para a série B tatuaríamos o autógrafo dos nossos ídolos.
Fui para Brasília, eu e uma cambada de loucos! Só o empate nos daria o acesso, mas quem disse que ser Xavante é fácil? Logo nos primeiros minutos levamos dois e claro, nervos a flor da pele e o choro. Foi inevitável não ter os pensamentos: “Por que com a gente?”; “De novo?” ou “Tudo é só com a gente?”. E eis que ele entra em cena: “UH, TERROR, O NENA É MATADOR”. GOL.
Esse resultado levava a partida para os pênaltis, e pergunta para qualquer torcedor se Brasil e penalidade máxima combinam?  Imagina o desespero. Eu não assisti. Isso mesmo, viajei de busão e não vi os pênaltis. Assim como o meu patrão na época e duas grávidas e o pessoal vinha nos avisar.
Quando ouvi aquele grito: “Estamos na C”, sai correndo, sem rumo e te vi pendurado na tela e me grudei e só ouvia teus gritos: “É PRA VOCÊS, FORAM VOCÊS QUE CONSEGUIRAM! VOCÊS SÃO… "FOGO". Depois de quinhentos abraços, choro, não sabia se era verdade ou mentira. Mandei um áudio para essa minha amiga: MARCAAAAAA QUE VAMOS RISCARRRRRRRRRR, TAMO NA C!

Foto: Carlos Insaurriaga

Voltando para Pelotas minha mãe não parava de ligar para saber se demoraríamos e eu invocada pra entender que tanto, já demorei bem mais. Já estávamos com um pé em Pelotas. Logo que o ônibus dobrou na Rua João Pessoa, entendi aquela insistência. 

Notícia de jornal  - foto de arquivo pessoal

Você, Rogério e TODO o time nos esperavam. TU nos fez sentir os responsáveis pelo acesso, uns guerreiros, e fomos mesmo. Desci correndo do ônibus e, depois de dar o primeiro abraço na mamãe, enlacei meus braços em volta do seu pescoço e te agradeci por tudo, te falei tudo que estava engasgado. Lembrarei para sempre da recepção com "sashipão e refri", uma festa. Tu, com toda educação, pediu licença, pois tinham uma reunião e nós ficamos lá comemorando. Esse dia nunca vai me sair da memória, O MEU ÍDOLO, VIROU MEU FÃ naquela tarde.
E depois de minha primeira tatuagem que é o símbolo do Brasil e da segunda que é o Hino do clube, marquei minha pele com teu autógrafo e não será apagado jamais! 

Arquivo pessoal

Sabe o primeiro jogo contra o Fortaleza em casa? Então, mais de meses eu não conseguia entrar no estádio, devido a um problema de saúde. Em vários jogos fui até a frente e escutava um foguete e ia embora correndo, com medo; entrava no estádio, time aquecendo e eu chorando de medo e querendo minha cama. Tive aquela doença boba, que só gente rica e com frescura tem, sabe? Depressão, seguida de outra.
Mas naquele dia eu disse que iria! Bati pé, acordei cedo, não tomei nada de remédio, e disse: EU VOU, vou pelo Brasil, por ti Rogério e por mim, EU VOU! EU FUI. Eu vi os 90 minutos e só eu sei como foi difícil.  Até o momento daquele gol, AQUELE GOOOOOL do Cleverson, obrigada! Te ver na tela, abraçar meus amigos de arquibancada, sentir o cheirinho do churrasquinho, dos tios ambulantes gritando “3 latão por 10”, me acolheu! TAVA EM CASA, MINHA CASA, MEU MUNDO, MINHA VIDA!
Segundo jogo, sem comentários! Martini, tu é o cara e tu sabe. Assisti entre amigos, que sufoco, e quando subiu? O que fazer? O que pensar? CARAAAAAA A GENTE TÁ NA B, VOCÊS TÊM NOÇÃO????
Comemorações eternas, que dias Guerreiros!
Rogério, tu realizou o sonho de uma nação, tu realizou o sonho do nosso eterno camisa 7, o MILAR.
Inclusive quero falar sobre ele. Milar sempre foi um dos melhores jogadores que eu já vi, não em termos táticos mas por sua identificação com a torcida, dentro e fora dos gramados, morreu pelo Brasil. Sou muito criticada por não tê-lo como ídolo. Poderia me desculpar? Não, não vou fazer isso. Ídolo não se escolhe, sentimento não se escolhe. Admiração que eu tive por ele EM VIDA, por que não adianta reconhecer depois que morre né?! Continua. CAMISA 7 ETERNO, todas as conquistas, ele, Giovani e Régis ainda fazem parte.
Para finalizar, eu sabia que o dia que tu fosses embora do Brasil eu ficaria chateada. Mas eu fiquei sem chão, Rogério! Nem imaginei que doeria tanto.
Durante a tua coletiva de "despedida" eu tive vontade de me ajoelhar e pedir pra ti ficar. Era um clima de velório, perdão pela palavra, mas tu levou um pedaço de mim. Claro que também me deixou muitas coisas boas, que um dia vou lembrar com imensa alegria mesmo que, por enquanto, eu só saiba lamentar, chorar e agradecer.

Foto da coletiva de despedida - Carlos Queiroz

Como eu te disse naquele dia, desejo que o teu futuro seja repleto de coisas boas, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Tu é iluminado, estrategista e babaca por ter nos deixado. Não te dei um Adeus, te disse um até logo. Te ver, abraçar e saber que tu ainda pretende voltar me confortou. Está doendo, mas vai passar.
Professor, eu não vou apagar a tatuagem como tu pediu. Sou teimosa, talvez por isso tu é meu ídolo, me identifiquei. Ela não será apagada, o que tu fez não será apagado, as alegrias que tu me proporcionou não serão apagadas, virei até uma celebridade, sai no jornal, rádio, televisão.
Era/É/Será sempre uma honra falar o que o ROGÉRIO ZIMMERMANN representou e representa na minha vida. Mais do que um técnico, tu não faz ideia que vai além disso!

NUNCA SERÁ SÓ FUTEBOL, NUNCA!
Sucesso, professor. Tu mereces e ATÉ LOGO, Rô!

Bruna Porto


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Show de bola Bruna Porto! Show de bola!

sábado, 22 de julho de 2017

Brasil 2 X 1 Paysandu

Reconheço que não sou parâmetro adequado para Torcedor nenhum, mas me diverti uma barbaridade hoje torcendo como antigamente. Joguei meu pássaro para as cucuias e fui lá pro último degrau, pertinho da Garra Xavante. Talvez amanhã meu Condor cobre a duplicata devido ao tanto que "sambei" e pulei durante o jogo todo. Uma festa! Não lembrei de Zimmermann e nem tão pouco liguei se era o Clemer quem estava na Casa Mata. Que jogo! Energizado do início ao fim, parecia que os Atletas Xavantes estavam vitaminados. É disto que eu gosto e é isto o que importa para mim. Claro que teve jogador com destaque maior mas meu aplauso vai para o Sciola. Tão odiado, hoje foi um verdadeiro "líbero" na lateral. Salvo três ou quatro patuscadas (sem maiores consequências) esbanjou "força e vontade" voando como um guri na lateral, no ataque e até salvando bola debaixo dos paus. Só para me garantir, atesto que não bebi e não fumei nada. Deu gosto ver o Brasil jogar e, quem não foi, PERDEU.


sexta-feira, 21 de julho de 2017

Um adeus cirúrgico

E agora, Tche?!?!?! E agora, Tche?!?!?!

Difícil acolherar as letrinhas numa hora dessas. Não sou de ficar em cima do muro e atesto que desde o trombicado Gauchão eu já apostava na troca de nosso treinador.

Digo nosso porque Rogério Zimmermann abancou-se no coração da Massa Xavante e nunca mais sairá. Daí, tomar a decisão que Ricardinho tomou não deve ter sido fácil.

Nem vou entrar no mérito do novo treinador. Não por desprezo, pouco caso ou discordar, mas sim pela impossibilidade de alguém suprir esta lacuna que hoje sangra. O saudoso Valmir Louruz, Felipão ou mesmo Tite seriam incapazes de anestesiar esta sensação de vazio.

O turbilhão da rescisão com Rogério Zimmermann trouxe o descompasso do coração, da pressão arterial e até uma ou outra labirintite e a consequência imediata é que alguns ainda estão em choque.

Mas não podemos esquecer a “sinuca de bico” e os vinte e seis gols contra até então. E tem mais, como o Presidente Ricardo Fonseca sempre justificou a permanência de RZ avalizada nos resultados de campo era evidente que o momento do distrato chegara.

Sintomática era a falência múltipla dos membros se a decisão não fosse tomada sem mais demora. Sem confiar nos aparelhos, não tinha outra decisão a não ser a cirurgia radical.

Do resultado para o Clube, só o tempo dirá. Mas que foi preservado o brilhante trabalho de Zimmermann como treinador do Brasil, isto foi.

Não há benzocaína capaz de amenizar aqueles que se debatiam contra a fratura exposta assim como não adianta os apologistas se empanturrarem de sanduiche.

A era Zimmermann acabou. Um fim apenas temporal é verdade. Porque RZ agora tem o seu nome gravado na História. Não pela campanha fraca de agora, mas por seus quatrocentos e oito jogos e mais de cinco anos ininterruptos comandando a Casa Mata e adjacências.

A simbiose Ricardinho/Zimmermann teve um brilho incomum e deixou Troféus e conquistas que confirmam a delicadeza do rompimento.

Em dois mil e treze, o acesso à Série A do Campeonato Gaúcho depois de uma indigesta temporada na famigerada Segundona. No mesmo embalo veio a conquista da vaga a Série D do Campeonato Brasileiro num prenúncio de tempos “áureos”.

Dois mil e quatorze contemplou a Torcida Xavante com o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro e o título de Campeão do Interior no campeonato estadual.

Dois mil e quinze nos deu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e o Bi Campeonato do Interior do Rio Grande do Sul.

Dois mil e dezesseis, o apogeu das vitórias com uma grande campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.

Para temperar mais ainda os feitos de Rogério Zimmermann, duas participações na Copa do Brasil e a disputa da Copa da Primeira Liga.

Mas, enfim, a despedida chegou. Ao mesmo tempo em que era esperada, inacreditável que viesse a acontecer também nos parecia. Algo meio maluco porque não é sempre que se corta a própria carne.

Ricardinho, troncudo nas palavras, fez um adeus cirúrgico. Agora é esperar a recuperação. Do Brasil, que seja já; de Rogério Zimmermann, que seja o quanto antes. Os dois merecem crescer mais e mais. Até a glória final.












Fotos de Xavante Munhoso

De certo a decisão mais difícil

Ricardo Fonseca foi eleito pela primeira vez para Presidente do G. E. Brasil em novembro de dois mil e onze e deverá liderar o Clube do Povo até o final de dois mil e dezoito. Por si só, este record de tempo como dirigente maior do Xavante já o coloca em definitivo na Historia do Brasil. Mas a contratação do treinador Rogério Zimmermann e, principalmente, as conquistas advindas com a Equipe formatada a partir daí realmente sacramentaram este fato histórico.

Dois mil e onze eram tempos difíceis visto que o Rubro Negro da Princesa do Sul amargava a famigerada Segundona Gaúcha. O início da primeira gestão Ricardinho foi complicado e com algum revés principalmente devido à carga negativa advinda das campanhas anteriores em busca do tão sonhado acesso à Série A do Campeonato Gaúcho.

Mas já em dois e doze Ricardinho dá uma tacada certeira e contrata Rogério Zimmermann não só para treinar o Time como para organizar o Departamento de Futebol e tudo o que dissesse respeito a Casa Mata e adjacências.

De lá para cá muita coisa aconteceu e dizerem que RZ mandava e desmandava em tudo era o de menos. Com certeza, o tempo se encarregará de fortificar algumas histórias e, logicamente, criará algumas lendas.

Mas e de prático, qual foi mesmo o resultado deste contrato? Bem, aí é passar manteiga no focinho do gato porque todo o mundo sabe. Há uma sequência de conquistas até então nunca vistas e o tão sonhado acesso no Campeonato Gaúcho foi a primeira.

Dois mil e doze, salvo um ou dois sustos, foi um passeio e o título de Campeão da Série B do Campeonato Gaúcho foi a credencial determinante para um novo ânimo.

E dois mil e treze?!?!?! Ser Campeão do Interior ficou barato diante da garra, da organização e competitividade do Time de Rogério Zimmermann, a descoberta de Ricardo Fonseca. Na sequência, dois mil e quatorze, o Brasil é Bi-Campeão do Interior Gaúcho e os sonhos ganham alturas e sentam praça nas competições nacionais.

Crise num clube aqui, noutro clube ali e o nome de Rogério Zimmermann passa a figurar em listas e mais listas. Até a crônica de Porto Alegre volta e meia sugere a contratação do Comandante-em-Chefe do Brasil para clubes de lá, mas Ricardinho segura a bronca e banca sua estrela maior com antecipações de contrato sem nenhuma dúvida.

Recuperado o terreno a nível estadual, é chegada a hora de peitar a CBF novamente e recolocar o Brasil no convívio dos grandes do futebol brasileiro. Pressão daqui, pressão dali cornetas, alegações mil querendo a troca do treinador porque muitos achavam que Zimmarmann não se sairia bem na nova competição.

Mais uma vez Ricardo Fonseca aposta no seu projeto escudado por Rogério. A essas alturas já nem se sabe quem é quem diante da simbiose fenomenal ocorrida no Bento Freitas.

E deu liga. Começando de baixo, da Série D, o Time do Brasil foi rompendo barreiras, impondo respeito, subindo degrau a degrau, como manda o figurino. Passou também pela Série C, vindo a fixar residência na Série B do Campeonato Brasileiro. Temperando esta feliz trajetória, a Copa do Brasil e a Primeira Liga atestaram a grandeza do trabalho de Ricardinho e Zimmermann.

Tudo isto quase à revelia. Postado muito mais na fé de um projeto e na crença em Rogério Zimmermann do que na estrutura futebolística do Clube que preside há cinco anos.

Mas exercer a Presidência do G. E. Brasil tem seu preço e a duplicata foi alta. Apesar das muitas vitórias e das grandes conquistas, o momento nas quatro linhas não é bom. A Nação Xavante clamava por uma decisão drástica. Em absoluto há unanimidade, é verdade, mas uma grande parcela já de há muito exigia o fim da “Era Zimmermann” como já, merecidamente, está marcado este tempo.

Hoje a notícia eclodiu. Mesmo muitos querendo (inclusive eu) foi um choque. Um paradoxo porque no fundo achávamos que Ricardinho não cederia e arcaria com as consequências até o destino final.

Há tempos que eu não colava o ouvido no rádio com tanta atenção. Só faltou me beliscar tal a grandeza da notícia. Trago no peito um sentimento estranho porque sei e não nego a importância de Rogério Zimmermann para o G. E. Brasil nos dias atuais. Graças a RZ, partimos de uma famigerada Segundona estadual para a elite não só do futebol local como a fazer parte entre os postulantes a ocupar a primeira linha do País do Futebol.

Em momento algum fugi da raia e acompanho o Brasil sempre, independente de campeonato, classificação, presidente, jogador ou treinador, mas não posso deixar de manifestar os parabéns a Ricardo Fonseca e a agradecer a doação de Rogério Zimmermann como treinador do Brasil.

Na minha opinião, hoje, Ricardo Fonseca, Presidente do G. E. Brasil, tomou a decisão mais difícil da vida dele. Obrigado e bola prá frente Presidente.

Foto: Carlos Insaurriaga



quarta-feira, 19 de julho de 2017

Brasil à beira da desobediência civil

Tche! Desculpe-me o presidente do Brasil, mas alguma providência precisa ser tomada. Não podemos mais continuar a ver nossas riquezas serem depredadas dessa maneira.

Salta aos olhos a atual incompetência, o desmanche e a entrega de vitórias tão arduamente conquistadas. Neste rosário sofrido, a primeira a escafeder-se será a Série B. Daí, óh!, é ladeira abaixo, complicando a Série C para, em ato contínuo, defenestrar até a condição mínima para sonhar entre os grandes rapinando a própria porta da insossa Série D.

Qual o teu medo? Falta dinheiro? Mas quantos Sócios já se foram desde a consagração da tomada do Castelão? Estivemos a um passo dos vinte e quatro milhões da Série A do futebol brasileiro, mas o pensamento pequeno de que “não era o momento” ditou um andar de caranguejo difícil de ser revertido no atual comando técnico.

O mais triste de tudo isto nem é a atual classificação e o flerte obsceno com o Z4. E sim ver a atual Comissão Técnica, de tantas glórias, se baratinar técnica e taticamente num vai e vem de resultados acachapantes e vergonhosos.

Isto não é de agora, não. Aqueles Sócios que foram chamados de oportunistas já haviam previsto, dando um alerta. Foram na contra mão, eu sei, mas deixaram bem claro de que algo precisava ser feito urgentemente.

O berro da Arquibancada é outro que está “abafado”. E claro que não é pelo frio costumeiro de nossas plagas. Sessenta reais num país com mais de quatorze milhões de desempregados? Ah! Quem está te aconselhando a continuar neste caminho?

Assim como no período “áureo” não estavas sozinho, hoje poderosos conselheiros, representando o comando maior das forças vivas do Clube, te dão guarida. Será que até eles estão cegos? Não veem o caos eminente num Time que já tomou vinte e seis (26) gols em menos da metade do campeonato?

É, Brasil e Brasil a pique. Do Temer nada mais espero porque logo ali ele vai ser corrido, também. Mas de ti, Ricardinho, ainda espero e muito. Não apenas eu, mas a maioria esmagadora da Torcida Xavante. Ouve a voz do povo representada n’a maior e mais fiel. Afinal, a construção do G. E. Brasil historicamente tem a comprometida ação de gente simples e decidida a fazer tudo por esta paixão desenfreada e única.

Se o fardo está pesado, a decisão é difícil e o cansaço bate à porta, chama o Conselho Deliberativo. No todo, não parcialmente, para que mais Xavantes possam se manifestar num debate em busca de um caminho melhor.

Embora atualmente eu esteja descrente do Comando Técnico, reconheço o grande trabalho e as muitas e importantes conquistas que Rogério Zimmermann e seus pares trouxeram para o G. E. Brasil. Mas não dá mais e mudar é preciso. Que RZ tenha novos caminhos e que o Xavante volte a sonhar com grandes conquistas como é do nosso costume e de nossa índole.

Brasil 0 X 1 Internacional de Porto Alegre
Foto: Xavante Munhoso

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Em ação, o Ingresso Compartilhado

Mais uma grande iniciativa da Janaína Dos Santos Motta que merece a adesão de tantos quantos puderem. Se às vezes exageramos nas críticas é porque sentimos na pele o que vem acontecendo. De qualquer maneira, não é a primeira vez que algum Torcedor Xavante dá o exemplo e toma as rédeas. Parabéns! Dá-lhe Brasil!






quarta-feira, 12 de julho de 2017

Um Torcedor infiltrado na Diretoria do G. E. Brasil

Tche! A gente vive, vive e não vê tudo. Em plena época da profissionalização dos clubes de futebol em sua parte administrativa e de dirigentes ainda vemos casos que saltam aos olhos de tão amador.

Alguém comparável ao Ordinário, ao Andrezinho ou mesmo ao lendário Marcola desliza qual bolacha em boca de véia por entre os mais diversos cargos da diretoria desafiando o bom senso e as mais elementares teorias de Fayol, Weber, Taylor para ficar apenas neste trio manda chuva.

Com um poder bélico muito acima da média, ele guerreia em pé de igualdade contra qualquer adversário que ouse enfrentar o G. E. Brasil. De posse da latinha então, é covardia e não tem para ninguém. Acostumado a transformar limão em limonada, por centenas de vezes foi capaz de motivar a Torcida Xavante em momentos de dificuldades.

Sua maior dor é ver um Torcedor do Brasil impossibilitado de entrar no Estádio por falta de condições financeiras para comprar o ingresso. Ele mesmo disse: “Torcedor na frente do Bento Freitas com radinho sem poder entrar não está certo. Quando fui presidente, abria os portões aos vinte minutos do segundo tempo”.

Esta declaração foi de arrepiar. Transportou-me a uma época em que senti na pele este martírio e, por diversas vezes, míseros trocados lançados no “garrafão verde” recompôs o meu sorrido numa corrida alucinada rumo às Arquibancadas.

Hoje os tempos são outros. A tv dita novos parâmetros e a estruturação dos clubes empurra uma legião de apaixonados para a berlinda num caminho injusto para com aqueles que foram o bastião maior na origem e crescimento de clubes como o G. E. Brasil.

Amador! Quem pensa que o diminui quando o chamam de amador engana-se. É aí que ele cresce e o orgulho transborda aos quatro cantos.

Sem perder sua origem, lidou e lida com quem quer que seja em busca do melhor para o Xavante e seu tino e capacidade colaboraram para inúmeras conquistas do Brasil dentro e fora das quatro linhas.

Enfim, como aqueles que muito fizeram pelo G. E. Brasil, ele tem o seu nome gravado na História. Não pelos cargos que ocupou, mas mais, muito mais, pelo tanto que luta, pelo temperamento e pela convicção absoluta de ser amador, numa paixão rara e muito pouco igualada.

Este Torcedor infiltrado na direção há muito tempo, teve acertos e desacertos como todo e qualquer mortal, mas jamais foi dúbio nas decisões e sempre mostrou a disposição necessária àqueles que se entregam a uma missão.

Claudio Fabrício Montanelli é o nome dele. MONTANELLI, verdadeira bandeira a tremular tanto na arquibancada lotada quanto naqueles jogos em que apenas os mais fanáticos vão, em cumprimento a um desiderato inquestionável e perene.

Presidente em duas ocasiões, títulos conquistados e uma infinidade de horas a serviço do G. E. Brasil, Montanelli destaca-se por transitar em todos os momentos com desenvoltura e arrojo na defesa daquilo em que acredita e em especial quando tratar-se do Xavante. Não é de se mixar e tem argumentos mil quando quer alguma coisa.

Mas a vida é inexorável e o tempo cobra a cada um independente de nossa vontade. Tal qual o acontecido lá em mil novecentos e onze, uma discórdia gerou esta guinada e o Torcedor camuflado de dirigente pegou suas tralhas e enveredou Arquibancada adentro.

De certo a família festeja a decisão tomada. Mas que o coração corcoveia, corcoveia. Fecha-se um ciclo. Será?

De minha parte só posso dizer: Que Amador... Obrigado Montanelli!


Cláudio Fabrício MONTANELLI - Amador
foto: Xavante Munhoso

domingo, 9 de julho de 2017

Domingo ensolarado

Abraçado em meu machado, sento a pua na madeira que, chorando, deita ao chão. Não há morte, apenas transformação e o destino próximo será assar uma costela bem gorda, num churrasco redomão temperado no sal grosso e na fumaça da lenha ainda verde.

Embora tente, não há como esquecer este teclado tapado a farelo de sanduiche. Não deu outra, liguei o not véio e taquei a dedilhar esta zoeira matuta.

Os dedos, lascados na lida do rompe mato, agora deslizam avidamente tentando acompanhar um turbilhão de pensamentos. Temer, Aécio, PT, PSDB, PMDB, Dirceu, Cunha e uma canalhada infinda infestam meus pensamentos. Quanta repugna, quanta desilusão ao lembrar estes ladrões pátrios. Será que vão conseguir calar a “Lava-Jato”?

De mansinho, tento desviar dessas desilusões. Mesmo assim, as ideias continuam atrapalhadas. Obras, Bento Freitas, Zimmermann, Ricardinho, Série D, C, B, Comissão de Obras, Leandro Leite, G4 e o temível Z4 veem à tona tonteando-me mais que esta canha que me acompanha suavemente.

Aconchegado em um banco falquejado de um pinheiro, meu rádio repercute músicas gauderias daquelas de fazer a infância chegar abençoada pelas lembranças de Santa Vitória.

Claro, o futebol sempre vence. Não que eu jogue alguma coisa, mas impregnado na minha paixão. Torcedor nato, nem precisei fazer uma escolha. Veio com a vida e o Xavante é minha veia maior. Identidade pura, sem contra partida e apenas comandado por meu coração sigo até onde Deus quiser esta sina maravilhosa.

Vi Caçapava, Birinha, Osvaldo, Andrezinho, Joceli, Silva, Marco Aurélio, Geovio, Mortoza e, claro, nosso mais recente ídolo Cláudio Milar reinarem sob o berro d’A Maior e Mais Fiel. Sei que é injusto citar apenas estas estrelas quando a constelação é comparável à soma das oitenta e oito constelações conhecidas.

Deslizando perigosamente, vejo o meu Xavante flertando com a turma de baixo da tabela. Que coisa horrível e perigosa só de pensar. Dezenove gols contra em doze partidas. Há quanto tempo não se via isto? E agora Rogério Zimmermann? Não te agacha tche! Põe fogo nesta fornalha para o “Trem Pagador” voltar.

Um fenômeno pior ainda penumbra o horizonte. Torcedores de fé (?!?!?!) dizem saírem do Quadro Social em represaria ao palavreado reinante tanto cá quanto lá. Oportunistas, cuecas e outras alfinetadas embaralham o meio de campo. Claro que não vou citar aquela enxurrada de besteiras chulas propagadas on-line porque ai sim o meu teclado transbordará de imundícies.

Numa cutucada discreta meu rádio diz: “Eu prefiro ser/ Esta metamorfose ambulante/ Eu prefiro ser/ Esta metamorfose ambulante/ Do que ter aquela velha opinião sobre tudo/ Do que ter aquela velha opinião sobre tudo/...”. É Raul Seixas invadindo a área para eu cair na real.

Logo agora que eu ia falar do Oeste e do Figueirense. Taí seis pontos que não podem faltar. “Uh! Caldeirão!” como estará? É fato consumado: Nóis endeusa, mas Nóis corremos também.

Antonio Fierro, Bento Castelã, Chico Fuleiro, Galego, Luiz Filipe, Mano Menezes, Óscar Urruty, Osvaldo Barbosa, Paulo Cotelari e Walmir Louruz, entre tantas feras que já comandaram “Os Negrinhos da Estação” massageiam minhas lembranças.

Agora quem dá o tom é Rogério Zimmemann com suas inegáveis conquistas. Mas RZ conseguirá a cereja do bolo para a Massa Xavante? O retorno à elite do futebol brasileiro está na mente de muito Rubro Negro desde aquele famigerado canetaço. Quantas agruras passamos até chegar a era Zimmermann? Depois dessa grande bonança deixará cair a rapadura?

O sonho é o mesmo. Ganhar, ganhar e ganhar; sempre em busca de mais outra Taça. E eu, como sempre, estarei na Baixada ao lado do G. E. Brasil esteja quem esteja nas quatro linhas, na casamata ou com o poder da caneta na mão.

O sol se foi e a segunda-feira bate à porta anunciando uma semana cheia de emoções. Oeste na terça e Figueirense na sexta de certo determinarão as batidas de meu coração e de milhares de outros Torcedores do G. E. Brasil. Resistirá a Casamata? Espero que sim, mas como dizem por aí: “A fila anda”.