sábado, 27 de fevereiro de 2016

Nada está acima dessa Obra

É a confirmação de um momento Histórico e nenhum torcedor do G. E. Brasil pode deixar em branco. A assinatura de cada um estará na compra de uma rifa, na participação de um jantar, no depósito na conta bancária à disposição para arrecadar para as obras ou na contribuição suada que cada um puder dar. Nada, nada está acima dessa Obra e todos devem cerrar fileiras para vermos o Bento Freitas pulsando ao ritmo de nosso coração. A Comissão de Obras deu conta do recado e aglutinou parceiros de qualidade que já investiram trabalho e dinheiro num projeto digno d' A Maior e Mais Fiel. No ritmo do bate estacas, a Torcida precisa se organizar em grupos e somar à Comissão de Obras em busca dos recursos necessários para que tudo corra dentro do planejado. A parte de projetos, cartórios, assinaturas, burocracia tomou um tempo acima do esperado e agora precisamos correr para mostrar ao País que somos capaz de reconstruir nosso Estádio extenuado diante de tantas batalhas. Não podemos desviar um segundo desse objetivo e a reconstrução do Caldeirão marcará mais uma grande vitória da torcida Xavante.

Nada, nada está acima dessa Obra. Que esse mantra martele a cabeça do Torcedor Xavante até a colocação do último tijolo. A apresentação do alvará de liberação da obra à imprensa na coletiva do dia 26 foi um alívio para os Rubro Negros mas, ao mesmo tempo, trouxe outras aflições. O ponta-pé inicial da construção em si requer a quantia de R$ 300.000,00. Sem o aporte desse valor, a Obra atrasaria cerca de sessenta dias em decorrência da burocracia necessária para o terreno dado em troca da construção do Estádio estar formalmente transferido para a Porto 5.

Nada, nada está acima dessa Obra. Falta apenas o licenciamento ambiental e a última assinatura dos proprietários da antiga Cancha de Sete para que tudo corra a pleno vapor. Pouco, muito pouco mesmo diante de tudo que a Comissão de Obras venceu em um ano de trabalho, dedicação e devoção total ao nosso Xavante.

Nada, nada está acima dessa Obra. Vai ter Estádio sim. O melhor e mais moderno do Interior do Estado. Fruto de uma paixão secular que já deu mostras da grandeza da "Torcida que tem um Time".

Nada, nada está acima dessa Obra.Se antes já éramos fortes, agora com a parceria da Porto 5, da Olla, da Gebras e da Bioplenum, o Céu é o limite. Dá-lhe Comissão de Obras, a pérola Rubro Negra.

foto de TiagoRodriguesBastos

foto de Gustavo Pereira

Planta_Olla Arquitetura




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

RÁDIO XAVANTE ESTÁ NO AR

A Rádio Xavante está no ar,
e agora 24h por dia o torcedor rubro-negro vai acompanhar
as notícias e informações do seu clube do coração

Cada vez mais evoluindo fora de campo, essa é a realidade rubro-negra. Se a modernização administrativa e a reconstrução do Bento Freitas enchem a Maior e Mais Fiel de orgulho, agora o clube lança dois novos canais de comunicação: a Rádio e a TV Xavante. Operando diariamente com notícias sobre o rubro-negro mais querido do país, o torcedor terá conteúdo exclusivo, muita interatividade e uma nova opção para acompanhar o dia a dia do clube. O lançamento do projeto foi realizado na noite desta segunda (22), no Restaurante Cidadela.
Sob a organização da RTX Produções, todo conteúdo gerado na Rádio e na TV Xavante serão de responsabilidade e criação do clube, em uma perfeita sintonia entre a produtora e a assessoria de imprensa do clube. Na grade de programação está prevista a veiculação de materiais informativos, programas especiais com personagens históricos e muita informação do dia a dia Xavante. A exclusividade do conteúdo irá proporcionar ao torcedor as informações oficiais do clube. E as novidades não param, a Jornada Xavante irá trazer, em dias de jogos, programas  especiais, movimentando a Maior e Mais Fiel antes das partidas, claro, culminando com transmissões que mexerão com a emoção do rubro-negro. Outra grande novidade fica a cargo das coletivas ao vivo, direto do estádio Bento Freitas, mais uma novidade da Rádio e TV Xavante.
E o torcedor que está ansioso para conhecer a novidade, já pode acessar o site oficial do clube ou baixar (para smartphones Android, no Play Store) o aplicativo da Rádio Xavante. Além da internet, o Brasil contará com uma grande e especial novidade: os jogos serão transmitidos em AM e FM, graças a sensibilidade e parceria com a Rádio Cultura e a RádioCom, que também garantirão uma hora diária – das 21 às 22h – em um programa exclusivamente Xavante.
Portanto, torcedor Xavante, em dias de jogos a pedida é acompanhar pelo site, pelo aplicativo, ou pela Rádio Cultura AM 1320 e a RádioCom FM 104.5.
Mais uma vez, o Brasil evolui e oferece ao seu torcedor novidades. Fique ligado na Rádio e na TV Xavante. - Por Jonathan Silva

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

9X11 - Doze Anos Depois

#ArquivoDP19 de Fevereiro de 2016 - 17h44
Título Xavante com dois jogadores a menos no último citadino completa 12 anos
Brasil levou a melhor sobre o Pelotas na prorrogação no Torneio da Paz, em 2004
Há exatos 12 anos a cidade vivia um clima de final. O título do citadino de 2004 seria decidido em um clássico Bra-Pel. Na Boca do Lobo, com dois jogadores a menos, o Brasil venceu o Pelotas em um jogo emocionante e se sagrou campeão, em um jogo até hoje lembrado por torcedores das duas equipes, mas com um carinho especial pelo lado rubro-negro, é claro.
O campeonato foi um torneio de verão chamado Torneio da Paz. Todos os confrontos entre o trio Bra-Far-Pel foram na Boca do Lobo. No primeiro, dia 9 de fevereiro, o Pelotas venceu o Farroupilha de virada por 3 a 2. O segundo clássico, disputado entre tricolores e rubro-negros, ficou no empate: 1 a 1.
Com a igualdade entre Brasil e Fantasma, o Bra-Pel poderia definir o Lobo como campeão. No entanto, em noite inspirada de Claudio Milar, o Xavante levou a melhor. O uruguaio deu assistência para os gols de Alexandre Bochecha e Silvano na vitória por 3 a 1. Com o resultado, um novo clássico, no dia 19, definiria o vencedor do torneio. E o Bra-Pel 341 entrou para a história.
O jogo

O Pelotas, do técnico Eduardo Pereira, começou melhor. Tomando as ações ofensivas, o áureo-cerúleo foi para o ataque desde os primeiros momentos. Aos 18 minutos, Milar fez falta em Giovane e pisou no atacante. O árbitro Leonardo Gaciba expulsou rubro-negro. Aos 26, Neuri, em disputa de bola, acertou Giovane com uma cotovelada e também levou o cartão vermelho.
Mas quem pensava que o Lobo saberia aproveitar a vantagem numérica se enganou. O Brasil abriu o placar após cobrança de falta da intermediária. Silveira mandou a bola pra área e Joel desviou de cabeça. No rebote do travessão e do goleiro Alencar, Careca fez 1 a 0. Ainda no primeiro tempo veio o empate. Serjão recebeu na entrada da área, girou em cima do marcador e chutou no canto, sem chances para Michel Alves.
A etapa complementar começou com pressão áureo-cerúlea. Logo aos três minutos, Jorginho cruzou da direita e Giovane virou o jogo: 2 a 1. As substituições pelo lado do Lobo não funcionaram e o Xavante, mesmo com dois a menos, ganhou espaço. Empurrado pela torcida, já na parte final do jogo, o Brasil conseguiu o empate. Aos 40, Fabinho levantou a bola na área, Aládio cabeceou e Joel deixou tudo igual no placar.
Prorrogação

O tempo extra em si já é bastante nervoso. Com o adicional do "gol de ouro", os ânimos ficaram ainda mais exaltados.
A prorrogação começou faltosa e com o Brasil mais lúcido em campo. E foi justamente em uma dessas tantas faltas que o campeonato foi decidido. Jeferson derrubou Tiago Rodrigues na parte esquerda do ataque rubro-negro. Após a cobrança, aos 12 minutos, Alencar soqueou a bola pro meio da área e o próprio Tiago Rodrigues, que cavou a infração, mergulhou para fazer 3 a 2 e definir o título. O Xavante, do técnico Rogério Zimmermann, foi o campeão citadino de 2004.
Foi a última edição do campeonato citadino até hoje. Confira o jogo na íntegra no vídeo abaixo:
FICHA TÉCNICA

Pelotas - Alencar; Jorginho, Diedo, Tárcio e Rafael Peixoto; Marcos Rogério, Lico (Mauro), Ramon e Luís Fernando (Fabiano); Giovani (Jeferson) e Sérgio. Técnico: Eduardo Pereira.
Brasil - Michel Alves; Marquinhos, Aládio, Joel e Fabinho; Careca, Neuri, Alexandre Bochecha (Marcos Tora) e Silveira(Paulinho); Claudio Milar e Silvano (Tiago Rodrigues). Técnico: Rogério Zimmermann.
Arbitragem - Leonardo Gaciba, auxiliado por Claudio Bandeira e Antônio Padilha.
Gols - Adão e Giovane (P); Careca, Joel e Tiago Rodrigues (B)
Cartões amarelos - Aládio, Fabinho, Careca e Neuri, do Brasil; Tárcio, Diego, Rafael, Marcos Rogério, Lico, Luís Fernando, Giovani e Sergio, do Pelotas.
Cartões vermelhos - Milar e Neuri, do Brasil.
Local - Boca do Lobo.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Como sempre

Tche! Tinha dado um tempo para o meu rádio porque o coitado estava extenuado de tanta besteira que era obrigado a ecoar de nossa emprensa facebookeana. Mas hoje (18.02.16) tive uma recaída e tasquei volume enquanto jantava. Pois é! Não é que estão massageando a cara do lobão na questão escancarada pela Juíza da 4ª Vara do Trabalho? Pelo que entendi, o fato do jogador Joelson rodar no exame médico é mais grave do que a “... renúncia de receita diante do contexto de crise econômica...”. Talvez seja daí o fato de nos multiplicarmos em situações difíceis a ponto de ganhar Taças no Salão de Festas com apenas nove atletas contra o time completo deles. #EuEscolhiAcreditar - como sempre.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

"Abrir mão desse numerário nesse contexto de crise econômica não se justifica" - Juíza da 4a. VT Ana Ilca Saalfeld

Justiça trabalhista não aceita proposta do Pelotas para pagamento de dívidas


Clube pagou a primeira parcela na segunda-feira e agora irá decidir o quê e como proceder
Por: Cíntia Piegas


"A juíza da 4ª Vara do Trabalho de Pelotas, Ana Ilca Saalfeld, não aceitou a proposta feita pelo Esporte Clube Pelotas para quitar dívidas trabalhistas num dos condomínios de credores.
O clube propôs pagamento de R$ 30 mil mensais em 48 parcelas para saldr o montante - que ultrapassa R$ 1,05 milhão. Uma nova proposta terá de ser apresentada nos próximos cinco dias.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Pelotas, Moacir Elias, o clube foi pego de surpresa, uma vez que a proposta apresentada foi aceita pela parte reclamante. A primeira parcela foi paga, conforme o conselheiro, segunda-feira (15). "Agora estamos estudando o quê e como fazer", disse ele.
Argumentação

Apesar do acordo firmado entre as partes, no documento expedido pela Vara do Trabalho, a magistrada considera que nem credores, num total de dez, nem devedor podem interferir no destino processual. Ela avaliou que a parcela é baixa e o prazo de 48 vezes é longo para o montante da dívida: "Significa verdadeiro sucateamento de parcela de natureza alimentar", considerou. Ana Ilca determinou ainda que o valor mensal seja de R$ 50 mil com correção anual e o clube apresente ainda um imóvel como garantia, o que não está presente no contrato.
A decisão do Conselho Deliberativo em não alugar o estádio para o arquirrival não passou despercebida pela magistrada - que entendeu como renúncia de receita diante do contexto de crise econômica: Para Ana Ilca,"não é plausível a atitude do Clube devedor de recusar verba para utilização de seu estádio, acrescido de percentual de bilheteria e exploração de bar, ainda que por clube adversário, o que significaria o levantamento no ano de 2016 de mais de R$ 1 milhão." E foi além: ""Abrir mão desse numerário nesse contexto de crise econômica não se justifica."
Caso não haja acordo, o processo de formação do condomínio (formado por dez credores) será arquivado e representantes do clube terão de negociar individualmente com cada uma das partes reclamantes."

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

#check-inXaluganãoaluga

Pois é! Que dúvida cruel. Não para mim. Estou fechado cem por cento com Ricardo Fonseca e com Rogério Zimmermann. Daí me surgiu essa curiosidade: em quem você aposta as fichas da felicidade? Naqueles que concordam com a cobrança do check-in nos jogos do Bento Freitas mutante? Nos que querem alugar o Salão de Festas? Ou naqueles que são contra isso e contra aquilo?

De um lado, Gauchão, Copa do Brasil e Série B do Campeonato Nacional; de outro, a famigerada Segundona. Situações deveras opostas, mas que fazem igualmente ferver o sangue tanto lá quanto cá. É Bra-Pel. Aliás, a única possibilidade desse clássico se manifestar na atualidade.

Em jogo, patrocínios, quadro social e venda de ingressos. Valores capazes de sustentar um bom plantel ou, no máximo, formar um time para cumprir tabela. E a tal gangorra fincou pé prás bandas do Pepino. De qualquer maneira, a tradição da terrinha deu as caras e a discussão está à solta.

Nem a emprensa escapou da polêmica e o empurrão foi dado elegantemente. Em terra de Xavante RZ é rei. Parece samba de doido, mas é o que rola no facebook nosso de cada dia.

De real, o Sócio do Brasil terá que pagar R$ 10,00 de check-in, além de estar quite com a mensalidade de fevereiro já no jogo contra o Ypiranga e o torcedor do Pelotas venceu a queda de braço com a diretoria do lobão impedindo o aluguel da Boca do Lobo. Isso tudo em pleno Carnaval e tanto o check-in quanto o alunanãaluga poderiam dar um bom samba.



De minha parte, já disse, fechei com Ricardo Fonseca e Rogério Zimmermann. O que eles decidirem, está decidido. É isto. Pois é!


Xavante no Carnaval 2016

Publicado a 05/02/2016

O sambista e compositor Barreto, Xavante de quatro costados, lança mais um sucesso musical na TV Xavante.

Acompanhe o ritmo e memorize a letra para cair na Folia de Momo com Barreto da Massa, DJ Arthur e Xavabanda.

E que venham os jogos do Rubro-Negro da Baixada!

A ceva tá gelada
Só samba e alegria
É o povão a mil
É festa na Baixada
Tem jogo do Xavante
Na Copa do Brasil
A ceva tá gelada
Só samba e alegria
É o povão a mil
É festa na Baixada
Tem jogo do Xavante
Na Copa do Brasil
Obrigado RZ
Pela alegria da nossa Nação
É o Brasil no Gauchão
E na Série B
do Brasileirão
O time do meu coração
E na batucada
No meio da galera
Bem alto eu vou dizer:
Xavaaante eu sou
Rubro-Negrooo
Xavaaante eu sou
Rubro-Neeegrooo!
A ceva tá gelada
Só samba e alegria
É o povão a mil
É festa na Baixada
Tem jogo do Xavante
Na Copa do Brasil
A ceva tá gelada
Só samba e alegria
É o povão a mil
É festa na Baixada
Tem jogo do Xavante
Na Copa do Brasil
Obrigado RZ
Pela alegria da nossa Nação
É o Brasil no Gauchão
E na Série B
do Brasileirão
O time do meu coração
E na batucada
No meio da galera
Bem alto eu vou dizer:
Xavaaante eu sou
Rubro-Negroooo
Xavaaante eu sou
Rubro-Neeegrooo!
Xavaaante eu sou
Rubro-Neeegrooo
Xavaaante eu sou
Rubro-Neeegrooo!


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

TORCIDA XAVANTE

De todas as dores catalogadas pela humanidade, só duas despertam uma sensação de paz: a saudade e o amor ao Xavante. Porque torcer pelo Brasil de Pelotas é uma enfermidade hereditária, progressiva e incurável, caracterizada pela dor aguda. Até nos tantos momentos de glória colhidos nesta estrada centenária, há sempre um aperto no peito palpitante, seguido de um suadouro, às vezes uma tremedeira. Na iminência de um triunfo colossal ou mesmo de um raro fracasso, não importa, um xavante se mostra incapaz de relaxar. Ajoelha-se no chão duro, tampa os olhos com as mãos em concha, senta-se na arquibancada com o olhar perdido no chão. O bem-querer a este clube é, antes de tudo, uma inquietação permanente. E é lindo que seja assim.

Não há aqui, de nossa parte, nenhum louvor masoquista. A dor, mesmo quando vizinha do prazer, sempre dói. Mas são de dores assim que se forja pessoas do nosso sangue e da nossa raça. Aliás, talvez a dor deste amor leve até certa vantagem sobre a saudade, porque esta sempre se nutre de algo que foi bom e já não consegue mais ser. O Xavante, ao contrário, faz de cada dor um recomeço. Para cada trituração de alma no domingo, há sempre uma segunda-feira para renovar os devaneios. O Xavante se perpetua na gente.
Para homens e mulheres de nossa argamassa, com sensibilidade para apreciar muito mais a viagem do que o destino, o recomeço é um combustível para uma vida menos pasteurizada. Estamos permanentemente atrás de emoções próprias, por mais singelas que possam parecer aos olhos apressados da multidão.
O amor ao Xavante também é um remédio potente contra a solidão. Não há como se sentir sozinho amando o Brasil de Pelotas. Nossa terra natal, hábil neste negócio de espalhar seus filhos pelo mundo, nos empurra Ponte do Retiro acima, com o coração em frangalhos. Mas, por mais que nos afastemos do Bento Freitas, há sempre um dos nossos para comungar as dores num perímetro humanamente vencível. Nesta proteção emocional que oferecemos uns aos outros, o Xavante se torna uma maçonaria, inclusive pela condição quase secreta se medida pelas emoções fabricadas para multidões no futebol.
Inexiste qualquer traço artificial na cumplicidade entre os xavantes. Nem o marqueteiro mais hábil do planeta saberia reproduzir as razões que nos fazem querer estar juntos. Às vezes a língua portuguesa nos nega recursos para explicarmos esta paixão, mas basta um abraço, basta um olhar, para que ela seja integralmente compreendida. Ao sobrevivermos, desviamos o curso natural das coisas, que parece convergir, meio bovinamente, para sentimentos hegemônicos. Reincidimos numa paixão artesanal diante de um cenário onde as pessoas buscam alívio não nas pequenas afinidades, mas na esterilidade daquilo que se mede em números com muitos zeros.
Quanto mais gente gosta de uma mesma coisa, mais barato fica empacotá-la para venda, fingindo que se trata de algo espontâneo. Nesta toada, nove em cada 10 brasileiros declaram-se torcedores de 12 clubes. Uns já arrastam a asa desavergonhadamente para o Barcelona e o Real Madrid. E o país do futebol tem 700 e tantos clubes. Em condições tão hostis de concentração, só chegamos até aqui graças à lealdade perpetrada há cinco gerações numa cidade pobre de grana mas transbordante de amor.
Jamais pertenceremos a uma fauna de estádios com astral de shopping center e liturgia de ópera, cujos ingressos custam um terço do salário mínimo. Somos como o sujeito fissurado por música que, mesmo com toda parafernália digital à disposição, cultiva um vinil porque entende a sujeira como parte integrante da experiência. O Brasil de Pelotas é o nosso chiado, o dedo do guitarrista deslizando pelas cordas. Precisa existir, sob pena de perdemos a autenticidade, de esquecermos quem somos e de onde viemos.
Tratamos o clube como nosso em resposta ao turbilhão de experiências provocadas por esta dor ancestral. Convergimos ao estádio com sacos de cimento às costas, antecipamos mensalidades, compramos rifas, fazemos pedágios em semáforos para viajar com o time. E ainda assim, tudo o que fizermos será insuficiente para retribuir o que o Brasil de Pelotas faz por nós.
Ser xavante, em resumo, é encontrar o suficiente naquilo que os outros insistem em achar pouco.
É uma enorme sorte ter nascido com esta dolorosa doença. - Fabrício Barcelos Cardoso
Foto: Vítor Rafael Lautenschläger