quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A salvação está na outra margem

Sei que o que eu digo não conta muito porque às vezes passo da conta em acreditar, mas bem que eu gostaria de dar umas porradas em quem foi soprar nos ouvidos desses Jogadores que eles já tinham alcançado o objetivo. Para ganhar esta classificação bastava jogarem que nem alguém que nada num rio sem saber a profundidade. Enquanto o cara não alcançar a outra margem ele não para de nadar. Claro que me refiro ao Brasil, ao Zimmermann e aos que acham que a Série B é o máximo para Nós.

Mas antes de rabiscar sobre a derrota Xavante para o Londrina preciso me penitenciar com os leitores do blog Linha de Fundo. A meu favor, o que eu já disse em tópicos anteriores: “Tem que haver uma proibição sumária a torcedores loucos, fanáticos e sem vergonha de manifestar o seu amor pelo clube do coração de escreverem qualquer coisa após uma derrota ou mesmo um empate fora da cartilha do ganhar sempre que, claro, todos nós pregamos”.

Aparentemente, o Campeonato Brasileiro – Série B é longo por ter trinta e oito rodadas. Mas, num piscar de olhos se passam duas, três e tantas mais até que nos vemos cara a cara com a fase final e aquela agonia do sobe ou desce. Aí a coisa pega fogo e, salvo aqueles que preferem o sofá e a tv, todo o mundo fica maluco, se benze, apela para a secação e a calculadora passa a ser uma taboa de esperança.

Digo isto para explicar o meu sumiço daqui e que coincidiu com essa merreca de pontos que o Brasil marcou nas últimas rodadas. Até o nosso goleador estancou nos treze gols. O último gol de Felipe Garcia foi contra o Tupi, lá em Minas Gerais ainda no mês passado.

Não entenda esse meu marasmo como fuga porque continuei acolherando as letrinhas. Escrevi por exemplo sobre o empate em pleno Estádio Bento Freitas contra o lanterna Sampaio Corrêa, mas ruídos na comunicação fez com que eu deixasse a “matéria” amorcegada em meus arquivos.

Do jogo contra o Náutico é melhor nem falar mesmo porque aquilo foi demais e a expulsão do Washington acendeu a luz do conformismo; do já garantido; do que vier é lucro. E isto é uma faca de dois gumes, se não um tiro no pé.

Agora, a partida contra o Bahia merecia um tópico de dez laudas porque uma semana antes eu já lembrava a célebre campanha do G. E. Brasil em mil novecentos e oitenta e cinco no Campeonato Nacional. Que ano!

Sei, às vezes achamos que os jogadores estão acomodados, satisfeitos e cientes de que já fizeram a sua parte enquanto nós torcedores queremos mais, mais e muito mais. Daí, para ganhar de novo lá na Baia era questão de ordem. Mas futebol tem disso mesmo. O gol do Bahia, vocês viram como foi? É prá desbundar mesmo.

“Sem tempo para lamentar”, estampou o site do G. E. Brasil após a imerecida derrota na Fonte Nova (hoje rebatizada de Arena Fonte Nova). Realmente, a recuperação viria logo e sonho da Série A estava mais vivo do que nunca em minha cabeça. Fiz e refiz o texto relativo a este jogo, mas, sei lá, aquele um a zero pros baianos bateu direto no meu fígado e me deixou cambaleando. Deve ser por causa da overdose de sonhos em minhas venetas. Não consigo pensar noutra coisa a não Série A.

Depois desse chá de devaneios, é hora de falar do jogo contra o Londrina. Afinal, estamos na trigésima segunda rodada e a bola da vez foi os “tilápias” como nos referimos ao time da terra do café.

Deus do Céu! O Walter tá fininho perto do Itamar. E a comemoração? Que deboche! Mas está aí a graça e, às vezes, desgraça do futebol. Aja corneta porque comentar um lance desse só abdicando da seriedade. O camisa onze londrinense “conseguiu” subir uns dez centímetros e num ombrasso fez o gol da vitória deles. Coitado do Brock que recebeu aquele peso todo em suas costas.

Um minuto antes desse triste gol, Itamar estava caído no chão devido a um escorregão qualquer no gramado molhado. O juiz veio ver o que era e o confortou com duas ou três palavras. Prá quê? Esperto como político brasileiro, Itamar ficou tonto. Tentou levantar, mas, claro, tonteou mais ainda. Quanto mais o juiz interferia, mais Itamar tonteava. Sei lá quanto tempo “matou”. Na real, uma eternidade.

Mas, futebol é futebol assim como política é política e Itamar já estava bem. Correndo como um juvenil foi decisivo nos lances a seguir desenrolados. Disputou (e ganhou) uma bola na entrada da área Xavante e lançou para o atleta de número vinte e seis que ganhou do nosso lateral e cruzou/chutou. Num veneno desgraçado a bola entraria não fosse a ótima intervenção do Eduardo Martini que mandou essa traiçoeira para escanteio.

Estava chovendo. Todo o mundo viu. Mas foi um banho de água fria. Vinte e quatro minutos do segundo tempo. Jogo difícil, oportunidades de gols perdidas e aquele gol do Itamar. De repente começa a rolar os quarenta e cinco pontos conquistados até aqui. A Série B de dois mil e dezessete garantida. Um Estádio a construir. Alguns se dão por satisfeitos. Mas, sei lá. O cavalo estava encilhado e tudo...

É hora de lembrar os tempos de escola. A matemática diz que ainda dá. Vamos lá Time! Eu quero a Série A. Futebol é momento, mas essa vaguinha vale vinte e quatro milhões. Uma nova realidade. Quem sabe uma nova era. Série A! Série A! Série A! Série A!

Esqueçam o futebol. Pensem que estão nadando em um rio desconhecido e profundo. A salvação está na outra margem.













terça-feira, 18 de outubro de 2016

QUE SAUDADE DO INTERBAIRROS

Báh Marcelo Barboza! Te admiro uma barbaridade mas dessa vez tu extrapolou. Se eu aqui, pegadinho ao Bento Freitas, fui às lágrimas imagina aqueles que moram longe desse pago abençoado chamado Princesa do Sul? Parece que tu radiografou não só a minha alma mas a alma de toda a Nação Xavante. Eu queria ter uma caneta de ouro para assinar esta tua mensagem. Sensacional! Um grande abraço meu véio. Dá-lhe Brasil!
------------------ Xavante -------------------

QUE SAUDADE DO INTERBAIRROS

por Marcelo Barboza

Hoje, 17 de outubro de 2016, completamos 1 ano daquele jogo inesquecível na Arena Castelão contra o Fortaleza. Naquela tarde de sábado, todo coração rubro-negro quase parou de bater. Foram momentos de muita angustia, mas principalmente de muito orgulho. Que time. Que campanha. O orgulho de torcer pro Grêmio Esportivo Brasil foi lá nas alturas. Orgulho esse que jamais se apagou e que manteve esse clube vivo até hoje.
E de um ano para cá tivemos alguns sustos no Gauchão, é verdade, mas estamos fazendo uma Série B sensacional. Estamos na reta final do campeonato e o Brasil ainda briga por uma vaga na Série A. Algo que há alguns anos atrás era impensável. E foi nisso que pensei nesse final de semana, de tudo que já passamos e o que nos motiva a amar tanto esse clube. E assim me recordei de muitas coisas muito boas que mantiveram essa chama rubro-negra acesa dentro de mim.
Saí de Pelotas no ano de 2001 em busca de oportunidades profissionais, recém formado na ETFPel, com 20 anos de idade. O Brasil vinha de um ano anterior onde tentou e fracassou no acesso para a Série A do Gauchão e fez uma fraca campanha na Copa João Havelange. Naquele ano, eu morando em Curitiba, tinha pouco acesso a internet e muitas vezes sabia o resultado dos jogos do Brasil quando eu chegava no trabalho no dia seguinte. Era ruim demais viver daquela forma. E aos poucos fui vendo o quanto o G.E.Brasil fazia falta pra mim. Não era somente a falta de sentar nas arquibancadas do Bento Freitas, mas sim de tudo que envolvia um jogo do Brasil. Os primeiros meses em Curitiba foram de muito choro. Era choro com saudade dos familiares, saudade dos amigos e, aos poucos, era cada vez mais evidente a falta que o Brasil fazia em minha vida.
Lembrava naquela época, da epopeia que era sair da Guabiroba, onde praticamente nasci e fui criado, até o Bento Freitas lá pelo final da década de 90. Em dia de jogo, eu e meus amigos nem precisávamos combinar horário para sair para o jogo. Já era certo que uma hora e meia antes da partida todos nós nos encontraríamos em frente ao meu prédio, o bloco 91 da rua Irmão Gabino. E lá íamos eu, Uilson, Dudu, Pablinho e Alexandre rumo à parada de ônibus. Podíamos pegar qualquer ônibus da Turf, descer no centro e ir a pé até à Baixada pela Princesa Isabel. Mas sempre íamos de Interbairros, que na época era uma novidade em Pelotas. Então apontava na ponta da Theodoro Muller o busão da São Jorge, todo judiado. Embarcávamos e já ficávamos pelo fundão, sempre. E ali começava uma jornada santa até o Bento Freitas. Aquela meia hora de viagem parecia não ter fim, não por ser longe, mas pelo prazer que tínhamos em fazer aquilo juntos. Os cobradores já nos conheciam, já eram nossos amigos. O Alexandre começava a cantar pra toda guria que entrava no ônibus, o Dudu tentava passar por baixo da catraca, o Pablinho ia mexendo com todo mundo que passava na rua e o Uilson morria de vergonha disso tudo. As janelas do ônibus iam sempre abertas para xingarmos, se necessário, qualquer um que ousasse vestir uma camisa amarela ou da dupla grenal na rua em dia de jogo do Brasil.
Pessoas até então desconhecidas embarcavam no ônibus e se juntavam a nós e todos virávamos amigos. Pouco falávamos sobre o jogo em si. Escalação, classificação, adversários… não estávamos nem aí para isso. O que nos importava era estarmos juntos e rumo ao Bento Freitas. Na chegada ao Bento Freitas o Alexandre já ia no amigo que trabalhava com ele e era porteiro no estádio. Nós, pelados de grana, fazíamos uma vaquinha e o Alexandre voltava com os ingressos, digamos que a um preço promocional, se é que vocês me entendem. É feio, mas na época eu achava isso justo, visto que não tínhamos grana suficiente para ir a todos os jogos como íamos. Às vezes, quando sobrava um pouco de grana, gastávamos na copa já dentro do estádio. Quem nunca tomou cachaça nos copões plásticos no Bento Freitas, com o sol batendo na cara, não sabe o que é a verdadeira dor de cabeça no dia seguinte.
Tudo isso parecia uma coisa simples, normal aos olhos de qualquer pessoa que gosta de futebol. Mas quando perdi isso, ao me mudar para Curitiba, senti que o meu choro não era apenas de saudade dos amigos e familiares, mas sim da falta que o Brasil me fazia. Eu me tornei muito mais Xavante depois que saí de Pelotas, se é que isso é possível, visto que não existe medição de quem é mais ou menos Xavante. O cidadão é Xavante e ponto. Mas a falta que o Brasil me fazia, me fez dar muito mais valor à instituição Grêmio Esportivo Brasil. Acho que todo mundo que sai de Pelotas passa por isso, ou passa e nem nota. Quando ouço que alguém não vai a um jogo porque ta frio, ta chovendo, ta calor, eu fico enfurecido. Se eles soubessem o tesouro que eles têm ali, no final da Princesa Isabel, não cogitariam faltar a um jogo nunca mais.
E hoje estamos jogando Série B do Campeonato Brasileiro, na briga para subir para a Série A. Recuperamos o respeito que nos tinha sido roubado. Hoje quando se fala em “Brasil de Pelotas”, todos sabem quem é e respeitam o torcida do Brasil. Recuperamos o nosso orgulho.
Hoje posso acompanhar o Brasil pela televisão, em hd, no conforto de minha casa. Tenho o imenso prazer de trabalhar aqui no Blog junto com o Daniel e poder levar informações sobre o Brasil mundo à fora, pois sei a falta que isso nos fez no passado e o quanto isso é importante para os torcedores desgarrados. A internet aproximou o clube da torcida. Seja em Pelotas ou lá na Groenlândia. Temos tudo na mão na hora que quisermos.
Mas cá entre nós, eu trocaria todo esse conforto por uma volta ao passado e poder curtir tudo que já passei pelo Brasil. A cerveja gelada do freezer de casa jamais será igual a cachaça que tomávamos na copa. O conforto do meu sofá jamais será equivalente ao banco rasgado do São Jorge. Que saudade de tudo isso. Que saudade do Interbairros.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Aproveitando o momento

Rogério Zimmermann - foto:Jonathan Silva

Restam oito jogos para que a Série B do Brasileirão chegue ao final. Com 45 pontos conquistados, o Brasil é oitavo colocado. A manutenção na segunda divisão nacional, principal meta Xavante na competição, está perto de ser confirmada. E em meio ao importante momento no cenário nacional, o rubro-negro visita o Bahia, na próxima sexta (14), na Arena Fonte Nova, em Salvador, a partir das 21h30. Nesta quarta (12), antes da viagem para Salvador, Rogério Zimmermann concedeu entrevista coletiva abordando a situação do clube.
“Acho que o momento é muito bom. Está chegando a reta final da competição e estamos disputando jogos importantes, contra equipes tradicionais, em estádios de Copa do Mundo e  com uma pontuação boa. É bom participarmos de uma partida tão interessante assim. Para nós é extremamente motivante”, exaltou o comandante.
“Sem dúvida, chegar até aqui com uma pontuação segura deixa todo mundo mais tranquilo. Mas quando dizemos ‘tranquilo’ é sempre querendo o melhor dentro de cada jogo. Recebemos elogios pela maneira que jogamos, pela entrega, pela postura tática. Acho legal chegarmos nesse momento da competição a três pontos do G4. A ideia é sempre a permanência, mas sempre tivemos como referência quem estava na frente, sem deixar ninguém distanciar. Agora está tudo em aberto, nada definido”, emendou.
Levando em consideração o equilíbrio do campeonato, Zimmermann afirmou que o panorama pode mudar nas rodadas decisivas: “Ainda faltam 24 pontos, e isso faz com que nossa avaliação possa mudar. Mas acho que o Brasil soube fazer a leitura do campeonato. Tudo que aconteceu até aqui nós tínhamos planejado e conseguimos colocar em prática”.
Para o duelo direto contra o Tricolor de Aço, Rogério não pode contar com os suspensos Washington, Felipe Garcia e Elias. O treinador buscou minimizar as ausências, elogiando o elenco vermelho e preto: “Sempre que se troca um jogador, se muda um pouco a característica, mas a maneira de jogar continua igual. As opções são muito boas, os jogadores são experientes. Quem entrar, vai jogar no seu devido lugar. Todos merecem chance de começar jogando. Não tivemos nem uma semana para trabalhar, até porque os primeiros treinos depois da volta de Pernambuco foram de descanso”.
Finalizando, Rogério destacou a importância da Maior e Mais Fiel nas diversas jornadas pelo país: “O papel do torcedor é uma das coisas que garantiu essa campanha. Nossos parâmetros mudaram. Os adversários têm estruturas muito melhores, muito mais modernas. Mas temos uma torcida que é muito mais representativa que várias outras”. - Por Gustavo Pereira

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Paixão arrasadora


Tche!
É essa paixão arrasadora
Que distorce minha alma,
Dobra meu coração
E faz eu ver tudo às avessas.
Me encontro aprisionado.
Tento sair, mas cadê a força?
Melhor ficar porque não há lugar
Mais quente nem igual
A paixão que devora sem pressa
Esse ser rubro negro
Que habita meu coração
Xavante por natureza.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Eu vi o bailar do pincel

Ah!
A vida, essa matreira força
Que nos leva de encontro à felicidade
Mesmo contra nossa própria vontade
Rumos, idas, vindas a desviar
Ou emparedar-nos no lugar certo
Tempo, aleatório e voraz que a todos domina
E num clic explode em cores mil
Numa esquina qualquer
Marca a retina humana
Máquina, artista, captado
Por um louco qualquer
Que sente o momento e registra
O bailar do pincel absorto
Preso para sempre em algum coração.

                         Xavante Munhoso 03.10.16










Obrigado Jorge Campello! Show de bola o seu trabalho!