sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Nata


Quinta-feira (04/10/18) quando andava lá pelas bandas do Estádio Bento Freitas dei de cara com uns Torcedores que se identificam como Nata – Núcleo de Amigos Torcedores da Arquibancada. Naquela roda calorosa claro que o assunto era o G. E. Brasil e sua magnífica Torcida.

Gurizada experiente, a maioria deve ter uns quarenta, cinquenta, sessenta anos de Bento Freitas. Daí tudo o que eles têm a dizer já vem abalizado na experiência vivida sol a sol, chuva a chuva em campeonatos e copinhas sem fim.

De imediato me interessei pelas Histórias ali enraizadas. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi o brilho nos olhos de cada um.

Torcedores que viram o G. E. Brasil jogar contra Atlético Mineiro, Cruzeiro, Santos, Flamengo e tantos outros clubes da linha maior do País, debatiam a importância da partida deste dia cinco contra a equipe do Fortaleza.

Jogo de grande importância nesta caminhada difícil onde a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro de dois mil e dezenove poderá ser decidida no detalhe.

Aquele pontinho há mais, maior número de vitórias, melhor saldo de gols, mais gols pró, confronto direto, menos cartões vermelhos, menos cartões amarelos e pasmem sorteio, poderá decretar a felicidade de continuar entre os quarenta maiores do campeonato nacional ou o desastre do descenso para a Série C.

Em campo é onze contra onze, mas sabemos que o time cearense no momento tem mais técnica e faz uma campanha muito superior ao Brasil. E tem ainda a questão do Castelão quando o Xavante calou mais de sessenta mil torcedores e surrupiou a vaga que o tricolor nordestino contava como certa em dois mil e quinze.

Mas é aí que a turma da Nata faz a diferença. Apesar dos cabelos grisalhos não se mixam e estão sempre lado a lado com o G. E. Brasil comandando a Arquibancada desde sempre.

Com certeza, no momento em que o juiz decretar o início da partida, grandes clássicos do passado, decisões emocionantes e conquistas honrosas ficarão aprisionadas dando vazão à paixão secular que domina o coração de cada um desses Torcedores de força maior e o grito sem igual tomará conta mais uma vez da Arquibancada.

Tudo isto nada mais é do que o cumprimento da profecia feita no longínquo ano de mil novecentos e quarenta e três quando um dirigente do co-irmão disse: “Eles são uns Xavantes!”.

E de fato são. Hoje representados pela Nata mostrarão mais uma vez que lugar de Torcedor é na Arquibancada.

Não importa se o jogo é contra o líder Fortaleza, contra o Flamengo ou contra o Riopardense. O G. E. Brasil joga no Bento Freitas, então é lá que cada Torcedor Xavante tem que estar.

Se não é pelo título, é pela classificação; se não é pela classificação, é pelo simples prazer de sentir-se parte da Nação Xavante. Onde todos são um só na maior integração social que um estádio de futebol pode ocasionar.

Foto: Xavante Munhoso

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