sexta-feira, 17 de abril de 2015

Virou pó!

“Virou pó!”, disse-me um amigo áureo-cerúleo zombando a destruição das arquibancadas do Bento Freitas. Não gastei meio segundo na resposta: “Mas o Espírito permanece”. Pode parecer blasfêmia, mas ser Xavante é uma religião. Tem romaria, dízimo, sacrifícios, graças e, claro, pecados. E tudo isso gira em torno de um espírito guerreiro inconfundível. Não sei se Deus, Tupã ou Milar governa o Bento Freitas. Aliás, sei lá se algum Ser nos governa tamanha a loucura reinante na Nação Xavante.

“Virou pó!” e mesmo assim é infinitamente maior do que o adversário; decerto que voltará num brilho esplêndido. Daí, todas as lágrimas cessarão e um novo Bento Freitas reinará no Sul.

“Virou pó!”, este que outrora fora construído na força braçal de uma raça. Exauriu-se em gloriosas lutas na certeza de um futuro ainda maior. Tombou num regozijo efêmero de seus contrários.

“Virou pó!”, mas está mais vivo do que nunca em lembranças gloriosas de sua Torcida.

“Virou pó!” para multiplicar a capacidade de acolher seus fiéis seguidores que, num impulso só, O colocará em pé novamente.

“Virou pó!”, mas a primeira batida de velhos tambores O colocará de pé novamente. Este pó não é páreo para a Nação Xavante que está pronta para reerguer um Bento Freitas muito maior e capaz de, num sopro, reassentar a esmagadora hegemonia na Princesa do Sul.


“Virou pó!”, mas um canto já ecoa em toda a parte: “Eeeeeeeê! Bento Freitas vem aí! Eeeeeeeê! Bento Freitas vem aí!”. 




























Nenhum comentário:

Postar um comentário