Torcer, cantar, chorar por um clube de futebol é mais do que escutar o jogo no rádio, ver na tv ou mesmo ir ao estádio. É algo superior, intangível, incompreensível até. Há milhares de times e milhares de torcidas. No entanto, somente alguns clubes tem o privilégio do verdadeiro torcedor.
Estamos em plena Copa do Mundo e mesmo assim, destacam-se na multidão gente que, além de sua pátria, ostentam orgulhosamente as cores de seu clube. Claro, alguns o fazem por oportunismo ou para zoar um clássico adversário local. Mas, graças a Deus, tem malucos que não esquecem o que realmente interessa. Dão o devido valor ao clube de futebol que faz seu sangue ferver, as pernas dobrar, o coração acelerar em instantes indefiníveis. Sem o clube não há Pelé, nem Tostão e muito menos Cláudio Milar.
A relação do verdadeiro torcedor com o seu clube é mágica; mistura a essência de um com com o agir de outro; confunde família, patrão, professor, padre e nem Freud explica tal desiderato. É mais do que posse. É pertencimento. Não se sabe quem é dono de quem.
Aqui na Princesa do Sul temos um grande exemplo de pertencimento. Falo da Torcida Xavante. Há décadas, melhor, há mais de um século explodindo de paixão. Reconhecida e até enxovalhada por sua pobreza e classe social, faz maravilhas em favor de seu clube, o G. E. Brasil.
Do nada, constroem um estádio; trocam uma tela; instalam drenagem; decretam maioria em memoráveis excursões. Obras após obras atestam seu valor na partilha do pouco que faz renascer a pujança inesgotável do verdadeiro amor pelas cores Vermelho e Preto.
Neste fazer desenfreado partem para o registro de sua própria História através do financiamento comunitário de um filme de inigualável qualidade na exaltação dessa Nação Rubro Negra. Brasil Grande do Sul vem para atestar tudo o que digo.
Você Xavante não pode ficar fora dessa maravilha. Pode ser com pouco. Dez pila está de bom tamanho porque a grandeza está no gesto e no pertencimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário