terça-feira, 12 de novembro de 2013

Não existe o último jogo

Este sentimento de grande final, a partida do ano, o último jogo na verdade é uma ilusão. Uma canção de ninar para o nosso coração que bateu freneticamente dezenas de vezes acima da média em mais um ano de futebol. Cada jogo carrega a sua história e até num amistoso pode acontecer o lance que marcará a vida de alguém para sempre.
Como pode ser a partida do ano se já estamos pensando no próximo campeonato? Coração entra em férias? Torcedor dá um tempo? Claro que não. Agora, que a peleia é especial não tem dúvidas. Vale Taça. Vale passagem para outra competição importante. Vale vitória num clássico. Vale arregimentação.
Nesta hora perdemos a razão. O que conta é a paixão, o fanatismo, o querer mais e mais ganhar de quem vier pela frente. Esquecemos o que foi alcançado e colocamos todas as fichas no jogo da vez. Céu e inferno na balança da nossa irracionalidade. Justiça e negação no fio da navalha. Qual será o resultado?
É por isso que não existe o último jogo. Nossa válvula de escape nos leva em direção à esperança e, por isso mesmo, a vitória sempre é possível. Agora, por que esta ânsia? Por que este nervoso? Por que este proceder afoito como se o mundo fosse acabar?
Esta é a magia para quem torce por um clube de futebol. Vivemos de momento. A alegria e a tristeza habitam o mesmo coração e isto nos tira do plumo.
Sou Xavante. Negar não nego. Fui marcado a ferro e fogo; banhado na chuva; escaldado no sol; polido ao vento, iluminado em noites de luar. Cada jogo, para mim, é único, incomparável, soberano. Por melhor que seja a partida, já penso na próxima. Sem essa de último jogo. Eu quero mais e mais porque meu sonho não cabe em meu coração. Quero gritar campeão daqui, dali, do Continente. Posso ser visionário, surreal, sem noção. Que importa, eu quero mais. 


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