quarta-feira, 2 de maio de 2012

Foi o S. C. São Paulo/RG, mas poderia ser NÓS

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vice-presidente do São Paulo emite carta de desabafo sobre o clube

Paulo Costa, vice-presidente do Leão
Vice-presidente do São Paulo, Paulo Costa, emitiu 
carta aberta sobre a atual situação do clube 
Na última segunda-feira (30), o vice-presidente do São Paulo de Rio Grande, Paulo Costa, emitiu uma carta aberta desabafo, evidenciando a atual situação do clube, bem como algumas alternativas que podem ser adotadas por torcedores Rubro-Verde e empresários de Rio Grande para auxiliar na recuperação financeira do clube.

Confira o texto na íntegra:

Para aqueles que entendem de futebol, aqueles que vão a campo para criticar e pedir a saída do técnico, que ficam ofendendo jogadores, que chamam dirigentes de burro e de ladrão. Para estas pessoas vou explicar o que é um clube de futebol.
Façam uma pesquisa e vejam qual time trocou o técnico durante uma competição e foi campeã. Sempre é campeã aquela equipe que acredita no trabalho. O São Paulo do ano 2000 ate 2011 teve mais ou menos 20 técnicos. Analisando os 20 nomes, vemos que cinco deles estiveram no comando mais de uma vez neste período. Aí pergunto: Adianta trocar? Será que não é melhor apoiar?  Se não for melhor, no mínimo é igual. E o que o São Paulo ganhou com tantas trocas? Dívidas trabalhistas, dívidas de água e luz. Dívidas que entre os anos de 2010 e 2011 o presidente Jair Rizzo pagou mais de R$ 120 mil e nesse ano de 2012 já pagamos mais de R$ 30 mil. A dívida trabalhista total é de mais de R$ 600 mil. A maioria dessas dívidas existe porque foram julgadas à revelia. Nos anos de 2010 e 2011 todos os processos que vieram foram defendidos e ganhos pelo clube. 
A dívida com a CEEE é de quase R$ 200 mil, a dívida com a CORSAN o presidente Jair Rizzo parcelou, em 2010, e acabamos de pagá-la.  A dívida com a Receita Federal é de mais de R$ 1 milhão. Tudo isso porque o clube nunca teve um projeto, nunca teve um planejamento, sempre foi focado no imediato, no troca-troca, no famoso “tampão”.
Para a temporada 2012 montamos um planejamento. Reformamos o refeitório, a cozinha, o departamento médico, sala da comissão técnica, local onde está a despensa de alimentos, e os alojamentos. Construímos a sala de imprensa e a tesouraria, montamos uma academia com aparelhos novos para os atletas e reformamos duas torres de refletores, além da reforma em todos os concretos das arquibancadas, pois se não fosse feito tudo isso o Aldo Dapuzzo não seria liberado para jogos e não teríamos campo para jogar. Temos  projeto da construção da Arena (arquibancada com camarote), temos o projeto da construção da quadra de futsal e salão social no espaço onde fica a antiga na piscina, temos um projeto para construção de uma academia toda em vidro na frente do estádio para uso dos sócios e a população de Rio Grande. Este novo espaço contaria com a mudança na fachada do estádio. Embaixo ficará a loja do clube, bilheterias e o portão de entrada, na parte de cima seria instalada a academia.
Mas como vamos fazer isso tudo para o torcedor se ninguém apoia? O poder público, os empresários e nem os torcedores apoiam, porque só vão aos jogos se o time estiver nas finais. Só que para chegar nas finais tem que começar desde o inicio, que geralmente é turbulento, marcado por vitórias e derrotas. Mas como chegar nas finais se não pagarmos os atletas no inicio da competição. O Grêmio não ganha nada a mais de dez anos e o torcedor mantém o time para tentar chegar nas finais, inclusive torcedores daqui da cidade, que não dão a mínima para São Paulo, Rio Grande e Riograndense, se dizem rio-grandinos bairristas, mas só se preocupam com Grêmio e Inter.
Eu escuto dizer que 70% da população é São Paulo. Se a cidade do Rio Grande tem 220 mil habitantes podemos fazer um rápido cálculo, 220 mil vezes 70% resulta em 154 mil torcedores. Se 70 mil doarem 50 centavos por mês teremos R$ 35 mil reais mensais. Se 2 mil se associarem a 20 reais por mês teremos R$ 40 mil por mês. Se cada empresário da cidade associar um funcionário em qualquer um dos três clubes, certamente manteríamos os três sempre jogando e bem.
Existem várias maneiras de manter os nossos clubes, o que falta é boa vontade dos empresários e mais interesse por parte dos torcedores, que não ajudam e ficam “corneteando”.  A  despesa do São Paulo gira em torno de R$ 100 mil, isso com atletas, comissão técnica, funcionários,  alimentação, casas, água, luz, telefone, internet,  tv a cabo, medicamentos, exames médicos,  máquina e gasolina para cortar grama, advogado- férias, décimo terceiro salário, PIS, tinta para marcação do campo (em todos os jogos), pagamento de CBF e FGF (que são anuidade), FAP, boletos, taxas de contratos, viagens dos jogos (cada viagem custa em torno de R$ 3 mil), manutenção dos estádio, lâmpadas, torneiras, portas, telhados, etc...
Nas rendas dos jogos são descontados 5 % INSS, INSS da arbitragem, 5 % justiça federal, 10 % justiça federal, uma taxa fixa justiça do trabalho (média de R$ 700), 10%, 30%, 40% da justiça do trabalho. Com todas essas despesas, como que tu colocas um time na primeira divisão? Sem apoio, sem compreensão, sem gente pra trabalhar - temos um rapaz e uma moça que trabalham no bar de graça, o restante são todos pagos. E agora as rendas estão todas confiscadas pela justiça, em 100%. Estamos com a folha do mês de março atrasada, onde faltam R$ 43 mil e no dia 10 de maio vencem todas essas despesas referentes ao mês de abril, que somam R$ 100 mil.
Vamos ter que demitir todos os jogadores, ficar com 11 para poder entrar em campo, ficar com o roupeiro atuando como técnico, auxiliar, preparador físico, gerente, massagista, treinador de goleiros, assessor de imprensa? Para a alimentação compramos marmitex e passamos a não pagar dívidas de água, luz e telefone. Assim nós vamos ter uma despesa de R$ 15 mil por mês e aí ninguém vai achar defeito, ninguém vai reclamar. Vamos apenas brigar pra não cair. O estádio vai ficar em ruínas como estava e a prefeitura irá tomar conta. Aí adeus time centenário. Por que nós temos três times centenários? Sendo que o Rio Grande é o vovô criador do futebol. E para que nos serve isso?  Olhem como se encontra os três clubes.  E o que vamos ser é uma história, na qual irão dizer que em Rio Grande um dia teve três times.
Todos dizem que a cidade está crescendo, mas quando cresce uma cidade não cresce tudo junto? Como o esporte, por exemplo, por que quanto maior o número de pessoas no município, mais áreas de lazer temos que ter e tem uma opção de lazer melhor do que esportes? Eu acho que nenhuma empresa poderia se instalar em uma cidade sem fazer um contrato de comprometimento com o esporte do município. Deveria ser lei em cada cidade.
Outra lei que deveria existir é de que qualquer pessoa que registrar uma firma ou solicitar um alvará deveria também destinar um valor mínimo para o esporte da cidade. Cadê o futsal, o  vôlei , o basquete,o tênis, o xadrez, a dama, a dança, a capoeira, o karatê? Não temos nada.
Rio Grande já teve um apelido muito adequado aos dias de hoje. Chamava-se “latinha”. Pois, lá tinha a fábrica tal, lá tinha futsal, lá tinha Sanrigue, lá tinha Sufiti, lá tinha Fertisul, lá tinha Ipiranga, lá tinha Anselmi e lá tinha um time de futebol.
Mas eu acredito em mudanças, eu acredito que os empresários e a população de Rio Grande
não vão deixar os nossos times morrer, porque se assim acontecer vamos ter que ir a Pelotas para ver futebol. O único jeito de nos ajudar agora, com urgência, é comprando o ingresso  antecipado por R$ 10, o que irá acontecer em todos os jogos, inclusive da segunda fase.
O ingresso custa R$ 10 até duas horas antes de cada jogo.
Os empresários podem comprar 100 ou 200 ingressos e doar a seus funcionários. Já o  empresário que possui empresa de pequeno pode comprar 10 ou 20 ingressos e doar para seus funcionários.
As contas de água estão vindo com o número da conta bancária do Sport Club São Paulo e do Sport Club Rio Grande. Assim você torcedor que vai pagar sua conta na lotérica ou no banco pode depositar o troco na conta do time do seu coração. A CEEE também deveria colocar os números nas contas dos clubes, mas a CORSAN e a CEEE é que deveriam colocar R$ 0,50 centavos de cada contribuinte para cada clube, se o torcedor concordasse seria por vontade dele, mas, tanto CEEE, quanto a CORSAN deveriam ter essa obrigação com os clubes.
O torcedor do São Paulo também pode contribuir abastecendo seu carro nos Postos Ongaratto e pedindo o cupom fiscal em nome do Sport Club São Paulo, destinando assim 3% para o clube. Comprando um imóvel na SEI você também ajuda o clube, pois é um dos nossos patrocinadores máster.
Todos deveriam se espelhar nessas duas empresas, Postos Ongarato e SEI- Strasburg Empreendimentos Imobiliários.
Se o torcedor não se mobilizar agora, de forma urgente, nos não teremos como continuar. Vamos esquecer técnico e diretoria e vamos colocar juntos o São Paulo na primeira divisão.
Paulo Costa
Vice-Presidente do Sport Club São Paulo
http://www.futebolgaucho.com/2012/05/vice-presidente-do-sao-paulo-emite.html#.T6G7UoEw2M9
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Meus parabéns a Paulo Costa e ao S. C. São Paulo/RG pela coragem para enfrentar esta situação degradante sem rodeios e de peito aberto. Não é de hoje que o futebol do Interior do Rio Grande do Sul definha a passos largos. Apesar da mídia grenalista que mascara o apequenamento do futebol gaúcho com a grandeza de Grêmio e Internacional 24 horas por dia, nós Torcedores somos avalistas quando deixamos de lutar por nossas cores e caimos no canto da sereia vindo de Porto Alegre. 
Aqui venho propondo o I Encontro Nacional dos Torcedores do G. E. Brasil ( http://xavantemunhoso.blogspot.com.br/2011/09/somos-muito-mais-do-que-isto_15.html ), uma espécie de Congresso para debater e procurar alternativas capazes de alavancar nosso Clube numa nova era de vitórias. Tomara que esta estarrecedora carta aberta nos sirva de alerta e motivação e que não fiquemos na velha e manjada flauta que a todos enterra e a ninguém beneficia.
 
Xavante Munhoso

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