quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dependência verbal

Não, não tem nada a ver com a língua mãe e nem com qualquer outro idioma. É apenas uma manifestação adversativa baseada em notícias (ou rumores?) que pipocam aqui e acolá. Também não confundam com regência verbal porque aí a coisa pode complicar ainda mais. Vá que você seja guiado até alguma proposição nada a ver porque o assunto, em que pese esta maluquice, tem a ver é com propinoduto.

De há muito que tenho um pé atrás com relação às verbas faraônicas que certos clubes recebem de federações e empresas midiáticas. Até perdi a conta de quantos me disseram que o futebol “moderno” depende desses valores. Mas por que a astronômica diferença entre os poucos que ganham muito e aquela porrada de medianos que ganham apenas um engasga gato?

Parece um pacto eterno a dizer que quem está na parte de cima não será jamais desbancado por aqueles da metade da tabela para baixo. Sei, uma vez que outra um emergente vai lá e belisca um título, como no Rio Grande do Sul por exemplo. Mas quanto ganhou o Campeão Gaúcho e quanto ganharam os grandões de Porto Alegre?

Mas a roda da fortuna pode mudar. Não que seja justa porque em futebol o que precisamos é de organização, competência e aposta nos verdadeiros talentos que brotam constantemente nos campos brasileiros e até do mundo inteiro. Parece que falo de dinheiro e até pode ser, mas o mais importante é o ciclo.

Em nosso País está tudo em boca de siri, mas nos esteites já tem até delação premiada. E olha que na terra do Tio San a moeda é dólar. Dólar americano, claro.

Sem Blatter, a limpeza da Fifa respinga em outros órgão do “football association” e, claro a CBF não tem como escapar. O senador Romário já disse: “Marco Polo Del Nero é mau caráter” entre outras cositas más e agora o presidiário ilustre José Maria Marin afirma via advogado americano: “Estava em campo, mas não participava do jogo”, numa alusão a seu sucessor Del Nero.

Mas o que os nomes de Blatter, Del Nero e Marin tem a ver com esta maluca “dependência verbal”? Dizer tudo pode ser um exagero porque este mar de lama há muito se tornou um oceano.

Estes três caíram em desgraça, mas bancadas polidas e brilhantes de grandes conglomerados mediáticos estão com o deles na reta. Mesmo em tempos de imagem digital os chuviscos irão empanar a telinha empurrando a “família” para o brejo. Podem até escapar de “lava-jatos” e investigações em seus devidos países, mas do “birôt” americano não.

É aí que mora o perigo. Um escândalo, corrupção ou qualquer turbulência mais séria pode cortar o boon advindo com o alinhamento e a propaganda patrocinadora via CBF, federações e redes de tv.

Clubes acostumados à verba fácil, apadrinhada e de cunho inúmeras vezes político perderão a boquinha. Será o caos? Até pode ser, mas de certo que será transitório e sempre haverá uma nova ordem.

Organização e planejamento é um antídoto eficaz para enfrentar problemas futuros. E criar alternativas a este “canto das sereias” dando o devido valor a real coluna sustentadora do futebol também será uma medida de grande importância.

A tv veio como salvadora é verdade, mas verbas bilionárias acabam interferindo no placar indiretamente. Hoje pouco importa se o estádio está vazio desde que o negócio gire via contratos gordos e seletivos.

A evasão das arquibancadas é algo assustador e a continuar assim o futebol do futuro será tão somente um jogo holográfico.

Enquanto isto não acontece, é hora de berrar. Chutar poltronas esponjosas e sacudir os dirigentes na esperança de uma retomada aos tempos em que o TORCEDOR era a razão de ser de clubes centenários.

Afinal, “não é só futebol; é nossa vida!”.


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