quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Multiplicar forças para honrar nossos heróis

Esta é uma data muito significativa para o G. E. Brasil e temos que fazer uma profunda reflexão para melhor canalizar as ações em memória daqueles que tombaram defendendo a Nação Xavante. Transformar o quinze de janeiro num marco histórico oficial do Clube seria de grande importância. Não apenas para lembrar a tragédia e a partida de gente tão querida, mas como um símbolo de amor por estas cores. Cláudio Milar, Régis e Giovane encarnaram e partiram confirmando esta estranha interação clube, dirigente e torcida e é aí que reside a nossa força e a nossa vontade.
Evidentemente, clube algum quer passar pelo que passamos e isto, por si só, não é motivo de homenagens e discursos motivacionais. O que acontecimentos como este nos trás é a certeza das limitações humanas diante dos desígnios de Deus e da necessidade de união na hora da dor. Somos imediatistas e queremos vitórias. Muitas vezes sem a mínima noção do esforço que cada atleta ou dirigente faz para superar desvantagens técnicas ou de infra-estrutura.
Quanto de promessas não cumpridas? Quanto de descaso das autoridades em acidentes como estes? Quanto de desvio em verbas que, se bem aplicadas, evitariam dezenas de novas tragédias? Cinco anos após, chegaram a alguma conclusão quanto aos responsáveis pela perda dessas vidas? E aqueles “adversários” que estupidamente, zombam de tamanha desgraça? Estas indagações reforçam nossa pequenez, mas nos põem em alerta. Quem será o próximo?
Daí a necessidade de selar definitivamente este inesquecível marco. Avaliar possíveis erros e valorizar ações em prol do resgate da memória daqueles que um dia dedicaram-se a nosso Clube. Vidas não se paga, nem se recupera, mas um alento aos que ficaram sempre é possível. Aquela curva é apenas um exemplo porque diariamente muitos são imolados na paixão extrema dos Rubro-Negros da Princesa do Sul.
Nisso a grandeza do renascimento. Querer seu, tomar posse, fazer parte ativa na vida do Clube. Não apenas em dias de jogos ou grandes decisões. Lutar lado a lado com atletas e dirigentes para conquistar o topo da vitória. Brigar diariamente com o que eu quero e com o que eu posso. Nutrir sonhos e tratar de realizá-los. Transformar despesas em receitas parece uma fórmula inatingível ante as limitações de agora, mas deve ser uma busca constante para um futuro promissor.
Defender esta instituição centenária de ataques on-line de adversários e fakes enrustidos no dia-a-dia também deve ser uma constante porque o jogo da informação muitas vezes põe por terra os planos e metas arduamente planejados. Enfim, há mil maneiras de somar e cada um tem que dar a sua parcela na medida do possível. A paixão e o trabalho devem andar lado a lado embora nossas dificuldades para separar a razão da emoção. Nada é fácil e aqueles que conseguem este discernimento alcançam os objetivos.
Cinco anos se foram desde aquela triste noite e mais uma vez procuramos uma luz capaz de nos manter na luta sem esquecer nossos heróis. Não tem mágica, fé e esperança são estrelas a nos guiar neste momento. Valorizar o sacrifício sofrido naqueles que tomam a si a árdua tarefa de conduzir esta agremiação é um caminho onde podemos encontrar as forças necessárias para seguir adiante. A duras penas, nosso Time hoje ombreia com aqueles que melhor representam o futebol gaúcho e precisamos valorizar muito este momento.
Como numa assinatura perene, a Torcida mais uma vez foi chamada e a resposta não deixou dúvidas. O caminho escolhido foi a campanha “Amor à Camisa” e a hora certa chegou. Milhares aderiram e cinco mil Sócios é uma boa marca, mas não o suficiente porque “Somos muito mais do que isto!”.
Afinal, que torcida é esta que consegue carregar na alma a marca de uma paixão? Nós somos a Torcida Xavante; a força do Interior; “a maior e a mais fiel” e vamos fazer de tudo para honrar o nome daqueles que assinaram o nosso Manto Sagrado com o próprio sangue. – Xavante Munhoso 15 de janeiro de 2014.

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