“Eeeeeeêe Rubro Negro vem
aí! Eeeeeeêe Rubro Negro vem aí!”
“Vai dar trabalho! Vai dar
trabalho!”
“Hah hah hah hah, se roubar
vai apanhar!”
“Rubro Negrooooooôo! Rubro
Negrooooooôo!”
“A e i a o u...”
São cantigas, jargões,
gritos de guerra ou o que quer que seja que caracterizam as torcidas como a do
G. E. Brasil e a de tantos outros clubes em nosso País. O mais pacato cidadão
transforma-se ao entrar em um estádio de futebol. Em se tratando de Estádio
Bento Freitas, então, é um colosso.
Mas os tempos são outros e a
tv paga para os cidadãos ficarem comodamente em suas casas bebericando e
comendo sanduíche (aí RZ) enquanto o ostracismo toma conta das Arquibancadas.
Salvo um jogo ou outro, vemos um deserto de concreto enquanto os atletas digladiam
nas arenas modernas e apáticas. Em que pese as linhas arquitetônicas modernas,
bem construídas e caras, disputam o espaço apenas com propagandas e astros da
mídia engravatados e cheios de empáfia.
Cadê o Marcola, o Ordinário,
o Andrezinho, o Fon-Fon e tantos outros personagens tão importantes quanto os
atletas em campo? No caso do Estádio Bento Freitas, estão apartados por um
ingresso a sessenta reais. Até o quadro social mingua nuns quatro mil e pouco,
graças ao check-in pago em tempos de desemprego geral.
Só que não! Ontem foi
diferente. A sinergia tomou conta da cidade e “A Maior e Mais Fiel” desceu a
Princesa Isabel. Brancos, pretos, ricos, pobres e todas as castas da sociedade
se fez presente no Caldeirão da Baixada. Do Areal ao Fragata, do Navegantes à
Santa Terezinha, da Praça Cel. Pedro Osório à Curva da Morte, vinham num
desatino sem igual. Também, a dez reais quem ficaria enclausurado à tv?
O fenômeno provou. A Torcida
Xavante não esmoreceu, apenas está inviabilizada financeiramente. Bastou um facho
de luz iluminar nosso Presidente para a resposta ser em alto e bom tom. Sei que
Ricardinho não pode manter o preço a dez reais eternamente, mas não precisa
voltar aos angustiantes sessenta contos por um jogo de futebol. Mesmo que este
jogo seja do G. E. Brasil, a sessenta reais não tem como o Bento Freitas lotar
nos dias atuais.
Tudo tem um preço, eu sei. O
meu hoje é esta ressaca. Garganta seca, voz rouca e as dores pelo corpo todo
mostram que já estou queimando óleo. Afinal, só de Torcedor, tenho mais de
cinquenta anos. Desde os nove acompanho o Xavante e o que eu vi, torci e senti
ontem não é a qualquer instante que acontece.
Time à antiga; Torcida à
antiga; claro, só podia dar vitória do Brasil. Estádio lotado, Brasil dois,
Paraná Clube zero e a Torcida Xavante feliz é tudo que precisamos nestes tempos
bicudos. Mais uma vez parabéns Ricardinho por atender o apelo da Nação Xavante.
“Não é só futebol; é nossa
vida!”
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