sexta-feira, 21 de julho de 2017

Um adeus cirúrgico

E agora, Tche?!?!?! E agora, Tche?!?!?!

Difícil acolherar as letrinhas numa hora dessas. Não sou de ficar em cima do muro e atesto que desde o trombicado Gauchão eu já apostava na troca de nosso treinador.

Digo nosso porque Rogério Zimmermann abancou-se no coração da Massa Xavante e nunca mais sairá. Daí, tomar a decisão que Ricardinho tomou não deve ter sido fácil.

Nem vou entrar no mérito do novo treinador. Não por desprezo, pouco caso ou discordar, mas sim pela impossibilidade de alguém suprir esta lacuna que hoje sangra. O saudoso Valmir Louruz, Felipão ou mesmo Tite seriam incapazes de anestesiar esta sensação de vazio.

O turbilhão da rescisão com Rogério Zimmermann trouxe o descompasso do coração, da pressão arterial e até uma ou outra labirintite e a consequência imediata é que alguns ainda estão em choque.

Mas não podemos esquecer a “sinuca de bico” e os vinte e seis gols contra até então. E tem mais, como o Presidente Ricardo Fonseca sempre justificou a permanência de RZ avalizada nos resultados de campo era evidente que o momento do distrato chegara.

Sintomática era a falência múltipla dos membros se a decisão não fosse tomada sem mais demora. Sem confiar nos aparelhos, não tinha outra decisão a não ser a cirurgia radical.

Do resultado para o Clube, só o tempo dirá. Mas que foi preservado o brilhante trabalho de Zimmermann como treinador do Brasil, isto foi.

Não há benzocaína capaz de amenizar aqueles que se debatiam contra a fratura exposta assim como não adianta os apologistas se empanturrarem de sanduiche.

A era Zimmermann acabou. Um fim apenas temporal é verdade. Porque RZ agora tem o seu nome gravado na História. Não pela campanha fraca de agora, mas por seus quatrocentos e oito jogos e mais de cinco anos ininterruptos comandando a Casa Mata e adjacências.

A simbiose Ricardinho/Zimmermann teve um brilho incomum e deixou Troféus e conquistas que confirmam a delicadeza do rompimento.

Em dois mil e treze, o acesso à Série A do Campeonato Gaúcho depois de uma indigesta temporada na famigerada Segundona. No mesmo embalo veio a conquista da vaga a Série D do Campeonato Brasileiro num prenúncio de tempos “áureos”.

Dois mil e quatorze contemplou a Torcida Xavante com o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro e o título de Campeão do Interior no campeonato estadual.

Dois mil e quinze nos deu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro e o Bi Campeonato do Interior do Rio Grande do Sul.

Dois mil e dezesseis, o apogeu das vitórias com uma grande campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.

Para temperar mais ainda os feitos de Rogério Zimmermann, duas participações na Copa do Brasil e a disputa da Copa da Primeira Liga.

Mas, enfim, a despedida chegou. Ao mesmo tempo em que era esperada, inacreditável que viesse a acontecer também nos parecia. Algo meio maluco porque não é sempre que se corta a própria carne.

Ricardinho, troncudo nas palavras, fez um adeus cirúrgico. Agora é esperar a recuperação. Do Brasil, que seja já; de Rogério Zimmermann, que seja o quanto antes. Os dois merecem crescer mais e mais. Até a glória final.












Fotos de Xavante Munhoso

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