quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Para refletir: "O fim da Brigada Militar no estádio – Carta aberta ao Governador"

A seguir, um texto e suas 66 respostas/comentários que retransmito do blog "Impedimento - solamente futebol sul-americano" publicado em 02/10/12:

O fim da Brigada Militar no estádio – Carta aberta ao Governador


Prezado governador Tarso Genro,
Prezado secretário de Justiça e Segurança Aírton Michels,

No dia 30 de setembro de 2012, pela razão do jogo Grêmio x Santos pelo Campeonato Brasileiro, um colaborador nosso foi impedido de entrar com uma câmera no estádio. Com essa câmera, ele filmava aspectos relativos a um dos últimos jogos da história do estádio Olímpico, que em breve não será mais a casa do Grêmio. Além de ter seu trabalho interrompido, ele foi agredido, preso, humilhado pelas autoridades do Juizado Especial Criminal (Jecrim) que fizeram pouco caso da sua situação, coagido e ameaçado por policiais militares da Brigada Militar.
Este não é, em absoluto, um caso isolado. São muitos os relatos de violências desnecessárias com torcedores, inclusive já descritos aqui, com episódios de despreparo da Brigada Militar e inação que provocava violência. Curiosamente, o autor do texto é o mesmo protagonista do episódio de violência e despreparo ocorrido neste domingo. Não são exclusivas dele, nem da torcida do Grêmio: já mostramos o despreparo do BOE na trivialidade de filmar uma demora em uma fila de estádio, ainda este ano.
As ações se repetem, são sempre desnecessárias, sempre têm como vítima o torcedor comum, que não comete qualquer crime ou ação delituosa. São ações indecentes de repressão que têm como protagonistas a mesma entidade, administrada pelo Governo do Estado: a Brigada Militar.
Sabemos que os salários da Brigada Militar estão entre os piores do País – e agradeceríamos muito se todos os policiais militares recebessem salários realmente compatíveis com a sua importância social no que diz respeito a proteger e servir. Também sabemos que o treinamento militar muitas vezes cria monstros na cabeça de algumas pessoas e que nem sempre é fácil ter o preparo mental para não reagir a situações de enfrentamento.
É imperioso, governador, dar um fim nesse problema. Para isso, pedimos que A SEGURANÇA DOS ESTÁDIOS NÃO SEJA MAIS FEITA PELA BRIGADA MILITAR.
São variados os motivos. Há um importante custo social na presença em massa de policiais militares em grandes jogos. O déficit nos quadros da Brigada Militar chega ao maior nível desde 1975 – só em Porto Alegre faltam 2,5 mil policiais. Só no Gre-Nal, 500 homens da BM são usados, aumentando o déficit nas ruas para 3 mil. É fundamental o policiamento no entorno do estádio, assim como no entorno de qualquer grande evento; porém, qual a real necessidade da Brigada Militar controlar os acessos e o comportamento dos torcedores dentro do estádio?
Nos mais avançados países da Europa, o controle de acessos, de lugares e de fluxo dentro dos estádios é feito por profissionais treinados e orientados para fazer este controle em grandes eventos. Nenhum deles está armado de qualquer forma. Quando há necessidade, uma tropa de plantão está pronta para entrar em ação para coibir eventuais atos de violência. Os atos de violência, entretanto, são diminuídos por conta desta humanização do torcedor; no momento em que ele é tratado como ser humano e não como um problema, ou uma bomba-relógio, ou um marginal, o controle torna-se mais racional e simples.
O maior evento esportivo do mundo vai acontecer em Porto Alegre em dois anos. Quando acontecer, teremos dois estádios com padrão Fifa, com a maior parte dos lugares sentados, uma infraestrutura capaz de proporcionar o maior conforto possível às maiores torcidas do Rio Grande do Sul. Quando isso acontecer, qual será a postura do poder público? O torcedor da Arena ou do novo Beira-Rio será tratado da mesma forma que o torcedor que vai ao estádio hoje? Com a mesma truculência e falta de preparo?
Podemos fazer muito melhor que isso. É necessário chamar os clubes para que assumam a responsabilidade sobre a segurança e o controle dentro dos seus estádios. Um efetivo treinado, por pessoas que saibam fazer a abordagem humanista, controlar e orientar o torcedor, ao invés de reprimi-lo e destratá-lo. A Brigada Militar pode oferecer sua experiência para ajudar, inclusive, no treinamento dessa equipe, que seria necessariamente civil. É necessário um esforço conjunto de todos os agentes, públicos e privados, para que isso torne-se uma realidade.
O senhor, quando ministro da Justiça, foi responsável pela polêmica decisão de refugiar Cesare Battisti. Jamais entraremos no mérito da questão; no seu relatório, porém, está inclusa a frase: “Hannah Arendt alerta que “se a mente é incapaz de fazer a paz e de induzir a reconciliação, ela se vê de imediato empenhada no tipo de combate que lhe é próprio” – e por isso mesmo a autora ressalta a dimensão política dos juízos retrospectivos. Entre o passado e o futuro, o homem conta apenas com si mesmo para ceder ou resistir aos impulsos de amor e ódio, fúria ou compaixão, impulsos que se confundem quando destino e motivações, desejos e princípios são mesclados.”
O torcedor gaúcho pode fazer a paz e buscar a reconciliação. Nós podemos criar esse cenário. Nós podemos incentivar a tranquilidade, levar de volta as famílias ao estádio, colocar uma média de 80% de lotação nos campos por jogo. Tudo isso é possível. Temos clubes grandes, temos torcidas apaixonadas, teremos em breve lugares adequados.
O que precisamos, governador e secretário, é que o torcedor seja tratado como cidadão. A Brigada Militar pode ser muito mais útil protegendo e servindo a nós, cidadãos, nas ruas. Para que seja exercida essa cidadania, o poder público precisa dar um passo a frente.
Muito obrigado pela atenção,
ImpedCorp

Publicado em Colunas. ligação permanente.

66 Respostas a O fim da Brigada Militar no estádio – Carta aberta ao Governador

  1. Dyonata Reis diz:
    CONCORDO!!! VAMOS DIVULGAR ESSE TEXTO, POR FAVOR.
  2. Kicha diz:
    Belo texto. Parabéns pela iniciativa.
  3. Gabriel diz:
    Muito bom o texto. Acho que alguém precisa dar o primeiro passo pra tratar multidões como um coletivo de seres humanos, não de bichos. Me cansa esse tipo de postura da BM, que não se limita a estádios de futebol. No último sábado, por exemplo, havia brigadianos com escopetas (!!!) e outras armas para fiscalizar a fila de um show no Pepsi on Stage. Em resumo: falta preparo à BM. Ou a instituição se recicla ou se busca uma outra alternativa para lidar com público nos estádios.
  4. Cecconi diz:
    Eu já apanhei como torcedor e , pasmem, como jornalista a trabalho. É quase um prazer sádico de alguns fazer uso de suas armas para espalhar a esmo estes “vagabundos que frenquentam estádios”. Em 2003 assisti a um policial, em meio à Geral, perguntar a um torcedor: “o que tu está olhando”. Ele disse “nada, estou olhando o jogo”. A tréplica foi um cacetaço que o levou ao chão. Estava ao meu lado, poderia ser eu. De imediato abriu-se uma clareira na torcida, todos fugindo do policial que espancava o torcedor que nem sequer sabia o motivo. O mais engraçado é ligar o rádio e ouvir os jornalistas super informados dizendo “olha lá os marginais provocando mais uma confusão contida pela valorosa ação da Brigada”. Ninguém me contou. Eu vi.
  5. Grandes estádios virarão Shopping Centers. Em porta de shopping não tem BM, muito menos a cavalo.
  6. Torcedor de futebol não é vagabundo. Ou as autoridades param de criar leis para tratar as pessoas como marginais em julgamento antecipado ou acabem com o futebol. Sou por NÃO IR MAIS AO ESTÁDIO. Quem sabe daí as autoridades e boa parte da imprensa parem de tratar a ida ao jogo como crime. Faz tempo que é uma palhaçada, com a colaboração de alguns marginais, muitos financiados por dirigentes de futebol hipócritas e demagogos, e o preconceito de quem nunca foi a um estádio. Na hora de pedir voto e vender anúncio em jornal somos consumidores. Na hora da diversão somos criminosos. Chega dessa mentira!
  7. Prestes diz:
    Eu acho que os jogos de futebol têm que ter um contingente da Brigada Militar preparado para um caso de real necessidade. A organização do espetáculo não tem porque ter participação da polícia.
  8. Paul diz:
    Perfeito.
    Os clubes não querem tanto ter CONSUMIDORES?
    Então vão ter que TRATAR os torcedores no estádio como tal, e não como BANDIDOS.
  9. Guilherme diz:
    Se me perguntarem, sinceramente, eu diria que a Brigada Militar não tem propósito no estádio e nem em lugar algum. Não faz sentido nenhum a manutenção deles se a polícia civil existe pra fazer a mesma coisa. Justificaria se, por algum motivo, a Brigada fosse melhor treinada e mais eficiente que a polícia mas não é preciso muito esforço para vermos que esse não é o caso.
  10. Mendes diz:
    um FATO IMPORTANTE: esse tipo de merda SEMPRE ACONTECE QUANDO FICA GENTE DE FORA DO ESTADIO!
    Cadê a responsabilidade do clube quanto a isto? NINGUÉM na mídia falou/fala sobre isso!
  11. Luan Araujo diz:
    O problema não é só no Rio Grande do Sul. Frequento estádios por todo o país para ver o Corinthians e fica difícil dizer qual Polícia é mais despreparada para trabalhar em uma partida de futebol. As ações deles afastam o torcedor, que ficam com medo de qualquer reação fora do normal, que pode causar uma atitude repressiva dos homens de farda.
  12. TMarcon diz:
    Os clubes não vão concordar em dispender essa grana….Como sempre, vai estourar no nosso bolso.
  13. Kadu diz:
    Pensando só no futebol, seria a medida correta. Agora, se o governador (aí no RS, ou aqui em SP) tomasse APENAS essa medida de retirar a polícia da segurança de jogos, eu ficaria puto. O problema do autoritarismo policial é muito maior do que o dos estádios. E não é um problema só nosso, vide Espanha.
  14. Danei Lahm diz:
    O relato é sério, mas não pode ser encarado como verdade única. Há também coisas boas no trabalho da BM e principalmente eu vejo o problema de quem seria os responsáveis e com que preparação para isto.
    Deixar que os clubes proprietários dos estádios, por consequência os mandantes como únicos responsáveis pela segurança é no mínimo irresponsabilidade. Se já existem abusos quando a segurança está sob responsabilidade de uma instituição como a BM, imagina delegar às instituições movidas pela paixão. Se até em relação à discussão sobre a segurança do Beira-rio receber jogos ou não, se em matéria de água nos vestiários em Gre-Nais, números de ingressos para o visitante ouve-se falar em passionalidade e ações que nos remetem a idade da pedra, imagina essas instituições responsáveis pela segurança do evento.
    Se pensarmos que há um atraso nas mentes dos nossos dirigentes, é verdade. Mas e o que dizer das torcidas organizadas e outros que nem merecem ser chamados de torcedores. Infelizmente, a BM trata de forma genérica a todos, nivelando pelos piores.
    Eu tive uma experiência muito frustrante com a segurança do Grêmio, quando da semi-final do Gauchão onde jogavam Grêmio e Canoas e o meu time amador, o Deportivo Mustela aproveitou uma viagem para um jogo em Gravataí e fomos na sequencia ao campo. La chegando, o time que é formado por Gremistas e colorados entrou junto e alguns estavam com a camisa do Grêmio e outros com a camisa do Deportivo Mustela que tem as cores da bandeira do RS, como muitas que se vê na Geral do Grêmio.
    Na entrada fomos barrados pela segurança do Grêmio porque na camisa (assim como nas bandeiras que a Geral usa) tem VERMELHO. Apelamos para a BM que analisou a situação e acabou nos liberando para entrar com algumas recomendações, as quais nem se faziam necessárias visto que somente um que estava com a camisa do time NÃO era GREMISTA.
    O comentário da BM foi de que: “podem entrar, se der confusão a segurança do Grêmio não vai defender vocês nem vai fazer nada para evitar, vai sobrar para a BM mesmo intervir”. Isso me deixou intrigado e pareceu uma rixa entre BM e segurança do clube, mas ao entrar no estádio entendi o porque.
    Quando acessamos o túnel e saímos na arquibancada, não ouvimos sequer uma referencia da torcida, apenas um senhor que já havia “agitado” bastante na catraca, que chegou até nós e gritou: “Vocês dêem graças a Deus se saírem vivos daqui hoje com essas camisas.”
    Bom, se aqueles que devem zelar pela segurança fazem ameaças, o que esperar da segurança nos estádios?
    O jogo transcorreu e não ouvimos sequer um comentário, uma pergunta sobre as nossas camisas por parte da torcida do Grêmio. A única referência veio do repórter da SporTV, Júlio Cesar Santos, que ao flagrarem as camisas diferentes no meio da torcida anunciaram que seria alguma flauta no rival pela derrota dois dias antes para o Juan Aurich no Peru.
    Abaixo a foto que tiramos na oportunidade, e fica o registro que a única atitude hostil que tivemos foi da segurança do Grêmio, jamais da torcida.
    Queixas semelhantes, depois ao contar o fato, ouvi de cônsul, conselheiro e até associados do próprio Grêmio sobre a truculência da sua segurança. No Beira-rio não deve ser muito diferente visto que seguidamente ouvimos e lemos nos meios de comunicação críticas e reclamações da mesma ordem, então cabe uma reflexão muito criteriosa quando se fala em segurança em nossos estádios.
  15. gilson diz:
    apoiado
  16. Rafael diz:
    Se isso chegar ao Governador, sabe o que ele vai fazer com o papel? limpar a bunda. Esqueçam o poder público. São nossos inimigos para sempre.
  17. Caco diz:
    Faz tempo q não frequento estádios grandes, mas me parece que a paranóia da “classe média apavorada©” tomou conta da Brigada Militar. Todos são bandidos até que provem o contrário… apesar de ser difícil argumentar com os dentes quebrados por uma porrada de cassetete.
    É lamentável que ainda seja necessária a presença de agentes armados nos estádios. O caso da guria de 13 anos que foi achacada pela torcida do Coritiba por ter pedido a camiseta de um jogador sãopaulino mostra que o tocedor profissional (TO) ainda não consegue distinguir ficção de realidade.
  18. Kadu diz:
    #14, sempre que existem dois órgãos diferentes responsáveis pela segurança, existe rixa. Pode ser segurança do clube x polícia, polícia militar x civil, polícia, x guarda universitária, segurança contratado x segurança terceirizado…
  19. Muito bom o texto! Sofri com a BM no grenal no começo desse ano no Olímpico, sou colorada, frequento todos os jogos no Beira-Rio junto com meu pai e meu irmão mais novo, nesse dia tinha ido apenas com uma amiga mas jamais imaginei que aconteceria comigo o que aconteceu naquele dia.. tudo começou pq tirei fotos de um policial p2 que apontou uma arma pra um torcedor do meu lado, depois disso fui agredida, presa, algemada por mais de uma hora no posto do jecrim do estádio, mal tratada, ridicularizada, alvo de piadas de BM, não me deixaram sequer ter contato com ninguém da minha família que estavam todos aflitos pra saber de mim, meu dia foi terminar 00:30 no palácio da polícia fazendo exame no IML e ainda sim sendo muito ridicularizada pelas BM’S mulheres… depois disso fui denunciada por um promotor que sequer leu o processo, mandou estagiário fazer denúncia com base em TC de BM sem nem ler, fui denunciada por PASMEM, LESÃO CORPORAL contra brigadianas.. fui também denunciada por crime contra a honra mediante representação do policial p2 que cuidou da minha vida por dias após o acontecido e viu eu relatando tudo em redes sociais e também sofri processo de pedido de indenização por danos morais no JEC civil pelo mesmo policial, todos em andamento ainda.. não desejo pra NINGUÉM o que eu passei naquele dia, e fico muito triste quando vejo casos parecidos com esse.. infelizmente muita gente que sofre isso acaba não levando adiante, talvez por eu ser estudante de direito,filha de promotor e afilhada de advogada eu tenha tido apoio e coragem a mais pra levar tudo isso adiante, mas não vou deixar que essa gente trate todo mundo assim, torcedor não é bandido pelo simples fato de entrar no estádio pra torcer.. já fiz denuncia de abuso de autoridade em DP e vou entrar com processo contra o estado também. Quero que chegue um dia que essas coisas não se repitam mais no Brasil inteiro em estádios e fora deles.
  20. Guile diz:
    Família / Investimento em Educação -> Cidadãos -> Respeito -> Paz nos estádios.
    Tem que começar bem cedo.
  21. arbo diz:
    #20 pqp.
    aliás, por que mesmo o Brasil ainda tem Brigada Militar?
    ———
    o que o Danei (#14) coloca é importante tbm, os clubes têm mta responsabilidade nisso tudo. a violência já começa, de forma dupla, no momento da COMPRA dos ingressos. é ridículo. tu te leva a NÃO IR ao estádio.
  22. Prestes diz:
    Existe uma ouvidoria estadual de segurança pública. Um órgão muito deficiente em recursos e que não tem poder para conseguir mudar alguma coisa.
    Ainda assim, recomendo a todo mundo que sofrer abuso por policiais procurar a ouvidoria. A ouvidora é uma pessoa bastante séria.
  23. Sandro diz:
    Concordo com o Daniel (14). Apenas retirar a Brigada Militar (ou a PM, nos outros estados) sem mudanças profundas na estrutura organizacional do futebol brasileiro não vai adiantar nada. Na Inglaterra, impediram os hooligans de voltar a frequentar estádios. O cara sabe que se ele “apenas” invadir o campo, não poderá voltar a ir ao estádio do seu time para sempre, como aconteceu com um torcedor do Bolton anos atrás. Aqui no Brasil, os dirigentes protegem certos marginais porque eles lideram torcidas e isso gera voto (tanto nas eleições clubísticas como nas eleições gerais). Todo o RS sabe que um dos envolvidos no incêndio dos banheiros químicos hoje é conselheiro do Grêmio. Sem falar que as empresas de segurança privada do Brasil são tão (ou até mais) despreparadas que as polícias militares. Quem frequenta um famoso bar da José do Patrocínio já viu inúmeros abusos de seguranças e isso ocorrem em geral. Além disso, é preciso “humanizar” a Brigada Militar, não retirá-la dos eventos. O episódio de abuso de autoridade contra aquele cara que estava com mulher e filho no Marinha (para os que não são do RS, o Marinha é um dos três grandes parques de POA) foi mais um exemplo rotineiro de abuso de autoridade.
    Enquanto os clubes brasileiros não tomarem atitude para expulsar de seus estádios (é propriedade particular deles, podem fazer isso) os marginais que só prejudicam quem apenas quer torcer, sou contra a retirada da BM, uma segurança privada não vai dar conta. Infelizmente, a situação dos estádios brasileiros é muito ruim com a BM, mas somente com segurança privada será muito pior.
  24. dante diz:
    “imagina essas instituições responsáveis pela segurança do evento”
    se “essas instituições” têm todos os bônus por estarem tratando o torcedor como consumidor, que fiquem também com os ônus.
    como bem disse o benvenutti ali no #5: “Em porta de shopping não tem BM, muito menos a cavalo.”
    essa carta é uma excelente iniciativa – mais um golaço do impedimento.
  25. Gabriel R. diz:
    Conheço um cara que é da Brigada e que estava no Beira-Rio naquele Grenal em que a torcida gremista invadiu a social, derrubou o alambrado, e tocou fogo nos banheiros. Ele estava entre os policiais que estavam tentando conter a torcida gremista pra nao derrubar o alambrado e o seu dedo polegar ficou trancado entre as grades sendo pressionado pelos torcedores, segundo ele se não fosse um outro policial que estava atras dele ter dado com o cacetete na cara do torcedor que prendia a grade hoje ele teria um dedo a menos. Com certeza cada PM tem uma historia pra contar de perrengues que passaram dentro de estádios. A questão maior é que um estádio de futebol é o único lugar onde a filha do desembargador senta do lado do cara que bateu uma carteira pra ir no jogo…
    Sou extremamente contra esse abuso de poder da BM, ou de qualquer cidadão que tenha o “poder de manter a disciplina” em suas mãos, como um segurança de uma festa. Mas imagina um estádio só com seguranças desarmados…
  26. Zezinho diz:
    Em março (?) desse ano, fui assistir Paraná x Ceará pela Copa do Brasil, na Vila Capanema. O estádio é pequeno, oficialmente comporta 20 mil pessoas, mas com torcida adversária ocupando todo seu espaço, não passa de 16 mil por questões de segurança.
    Nesse dia o público chegou a 12 mil torcedores. O jogo começava às 22h, com transmissão para Fortaleza. Como o jogo de ida foi 2×2 e o Paraná ainda não disputava a Série B do DILMÃO e do RICHÃO, a Copa do Brasil era o momento de encontro da torcida com o time; com o resultado favorável do primeiro jogo, mais euforia.
    Pois bem, cheguei no estádio antes das 21h e logo comprei ingresso para o setor ‘Curva Norte’, o que mais comporta torcedores. Imediatamente fui para a ‘fila’. Das catracas à escadaria que dá acesso à rua – o estádio fica num nível abaixo da rua que passo ao lado – havia uma multidão à espera do ingresso no local. Próximo às catracas se visualizada 5 filas, mas que se dissolviam à medida que chegava à escadaria.
    Fiquei na ‘fila’ mais à esquerda. As filas ficaram praticamente estáticas por uma hora; quando havia avanço era a passos de formiga. Com o tempo, me esgueirando e ficando na ponta do pé, consegui visualizar o por que da demora.
    No começo havia 3 policiais para revistarem 5 filas para 5 catracas. Com uma lentidão absurda chegaram mais policiais para ajudarem na revista. No entanto, não houve um PM capaz de organizar as filas e agilizar o processo. Nada. Eles se mantinham impassíveis em frente às catracas fazendo a revista na maior lerdeza possível. Estavam à espera que algum exaltado os xingasse e/ou os agredissem para, assim, terem prerrogativa para descerem o cacete.
    O jogo começou às 22h e, somente depois disso, foi agilizada a entrada dos torcedores. Com um detalhe: não fizeram mais revista em ninguém. Eu só mostrei o ingresso e entrei. Se estivesse com uma faca ou revólver não haveria diferença e não teria sido barrado.
    O mesmo aconteceu num Para-Tiba pela Série B de 2010.
    A impressão que fica é que parte da violência e da confusão ocorridas são decorrentes da passividade da Polícia. Esperam estourar a paciência do torcedor para que, após um exaltado se revoltar, terem prerrogativa pra bater a torto e direito
  27. Bruno S diz:
    Essa atitude “simpática” da polícia é bastante comum aqui no Rio também.
    Conseguem tornar as filas de acesso mais confusa (em São Januário, no Engenhão e no finado Maracanã) entre outras incompetências. E aproveitam qualquer oportunidade para demonstrar truculência e falta de respeito com o torcedor.
    O sintoma mais claro da incompetência é a entrada do Engenhão. O estádio tem entradas bem amplas e mesmo em jogos com metade da capacidade do estádio conseguem criar filas e confusão na entrada.
  28. Zimmer diz:
    O problema é a marginália que vai no jogo, e quando me refiro a marginália, não é questão salarial/social, porque tem rico marginal também.
    Uma das coisas mais lamentáveis que vi foi no Uruguai, indo pro estádio Centenário, paramos (eu + 4 amigos) em um bar e tomamos uma meia (tá, foi mais) dúzia de cervejas e junto tinham muitos gremistas de torcidas organizadas bebendo, porém em mesas separadas. Beberam até não querer mais e começaram a ir embora devagar, deram calote no bar e foram embora. Dentro do estádio, todo mundo lembra o que foi a bagaceirice também. E se não tivesse a PM uruguaia lá, os gremistas que lá estavam iam desmanchar todo o Centenário??
    Enfim, enquanto estes forem subsidiados a participar de jogos nacionais e internacionais, os estádios continuarão a ser um local de perigo e com policiamento ostensivo.
    Nos revoltamos com a ação da Brigada, pois somos gente de bem, mas tudo é assim, os bons pagam pelos ruins, e siga la pelota [Milton Leite mode: on]
  29. Pepino diz:
    Tem shopping em SP com PM na porta sim… hehe
    Aliás, a PADARIA da minha rua tem sempre uma viatura na porta. A coisa tá feia. Acho melhor me mudar.
  30. Luiz Fernando diz:
    Isso tem que estender ao Brasil todo não só no RS,em SP estamos vivendo um estado militar q preocupa demais agora eles dão porrada até em mulher e criança no estádio,isso sem contar que grande parte das subprefeituras estão sendo comandandadas por ex-militares,isso é preocupante demais!
  31. dante diz:
    “Aliás, a PADARIA da minha rua tem sempre uma viatura na porta”
    abre o olho, companheiro, que então isso não é bem uma padaria… uhuhuhu
  32. Boa, Dante, concordo contigo.
  33. Prestes diz:
    É muito comum bares, padarias, restaurantes pagarem lanchinho para os policiais.
  34. Excelente texto!
    Talvez bom demais para ser lido e compreendido por nossas alienadíssimas autoridades.
    Parabéns, e sucesso nas metas.
  35. Alexsander diz:
    #20
    Idete, você procurou a imprensa ou, sei lá, o WIKILEAKS? Alguma coisa precisa ser feita, senão viveremos todos à mercê destes bandidos fardados. Sei de alguns brigadianos que tratam bem as pessoas, mas infelizmente são minoria, TRAÇO na estatística.
    Já que os canais convencionais — “justiça” e “imprensa”, assim entre aspas mesmo — não prestam pra nada neste país de m*, talvez seja o caso de começar a filmar de longe com teleobjetivas (ou de perto com microcâmeras) e colocar tudo no YOUTUBE. Talvez esteja faltando um pouco mais repercussão desses abusos.
  36. izabel. diz:
    massa o texto, ótima iniciativa do impedimento.
    infelizmente, o caminho que nossas tão sábias e cuidadosas autoridades estão tomando é outro. é tipo estado de exceção: prende, depois pergunta. eles podem. podem tudo, porque são o poder estão armados. e nós merecemos apanhar mesmo, porque eles querem e ponto. acabou, fim: http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2012/09/juizados-nos-estadios-poderao-prender-torcedores-preventivamente.html
    (eu fico realmente esupefacta com quem consegue achar que deve haver PM, sim, porque há uma ‘marginália’ que frequenta estádio)
    e no site do terra saiu um video flagrante que aconteceu no olimpíco e o esquema da catraca:
    http://terratv.terra.com.br/videos/Esportes/Futebol/Campeonato-Brasileiro/5015-439365/Torcedor-flagra-esquema-de-ingressos-em-jogo-do-Gremio.htm
  37. Anônimo diz:
    Vou no olímpico praticamente todo jogo desde 2006 e vi poucas confusões. O problema é que absolutamente TODAS elas foram causadas pela polícia, e não pela torcida. Eu, inclusive, quase apanhei simplesmente por estar CAMINHANDO na direção de um policial a cavalo (que estava ao lado da entrada do estádio).
  38. Gabriel R. diz:
    “O problema é que absolutamente TODAS elas foram causadas pela polícia, e não pela torcida.” ta bom…
  39. Mateus diz:
    Cara, todas que eu presenciei foram. Nada pode dar certo quando se começa a “conversa” com um cavalo correndo contra um grupo de pessoas…
    Um amigo meu tomou um cacetaço nas costas porque saiu do olimpico e viu dois policiais espancando com cacetetes um cara deitado no chão em posição fetal. Meio bebado, ele gritou: pra que isso? Deixa o cara!
    O policial saiu correndo atrás dele. Ele virou pra correr e tomou nas costas enquanto ia pro outro lado…
    Ninguém me contou isso: eu vi!
    Não faço idéia do que o cara fez. Talvez até tenha feito alguma coisa… Mas aquilo não se justifica, NUNCA…
  40. Y diz:
    “prezado governador tarso genro”
    huahuahuhauahuhauhauhauhauhauhauhauhuahha, doce ironia
    sigan “apañando”…
  41. Guilherme diz:
    No fim das contas, filmar com celular é a maior ferramenta de cidadania que já existiu. É perigoso, mas a maior prova de que os caras estão errados em tudo é justamente eles descerem o cacete em qualquer um que tá filmando a brigada trabalhar.
  42. Zimmer diz:
    #37
    Tudo bem tu ser contra a PM, respeito tua opinião, mas quero defender a minha. Se viessem uruguaios destroir o Olímpico em um jogo, tal qual foi a história que eu falei, tu ia ficar batendo palma e achando bonito, ou tu ia querer que alguma “autoridade” fizesse algo na hora?
    Corinthians x River 2006, a torcida do Corinthians desmanchou o estádio porque perderam para o River, uma coisa lamentável de ver, a polícia fez um trabalho que evitou algo que poderia ser muito maior, visto que até o jogo acabou antes do horário por conta da revolta da torcida.
    Acho que estou conseguindo muito bem separar o bom torcedor, como eu, tu e todos daqui, daqueles que vão só pra fazer confusão, como eu conheço, e provavelmente vários daqui conheçam também.
    Só penso que não precisam ter 500 PM’s, mas um número menor, também não acho que eles devam ficar nos portões na entrada do estádio, acho que eles devem ficar perto do estádio para casos de confusão.
    E claro, treinamento e preparação psicológica para eventos deste tipo.
  43. Guilherme diz:
    #44
    O problema na minha opinião é mais embaixo, já que a maneira como pessoas são treinadas em ambiente militar é fundamentalmente oposta à maneira de como se deve lidar com civis.
    No caso de eventos, principalmente, os policiais tem que estar ali pra servir a população, dar orientação, encaminhar pro lugar correto, ajudar mesmo. Isso ao mesmo tempo de estarem preparados para agir em caso de baderna, mas o fundamental é trabalhar mais pra evitar que badernas aconteçam do que pra remediar quando a merda tá feita. Não é difícil, mas exige pessoas e disposições fundamentalmente opostas.
  44. Sandro diz:
    “dar orientação, encaminhar pro lugar correto, ajudar mesmo”
    Guilherme, isso não é função da Brigada, isso deveria ser função dos funcionários do clube.
    “eu fico realmente esupefacta com quem consegue achar que deve haver PM, sim, porque há uma ‘marginália’ que frequenta estádio”
    Realmente, as ATUAIS torcidas organizadas brasileiras são sempre pacíficas. Foi distorção da minha TV um monte de babacas na torcida do Coritiba intimando uma menina de 13 anos. As torcidas “organizadas” do Grêmio e do Inter nem precisam de adversário para brigar, brigam entre si, entre supostamente torcedores do mesmo TIME. As organizadas de SP arranjam confusão até no CARNAVAL! Como foi lembrado acima, se não fosse a PM paulista, a Gaviões iria invadir o campo naquela partida contra o River e as consequencias seriam trágicas.
    Mas a “marginália” não frequenta estádio de futebol, os exemplos acima são invenções. Enquanto não houver uma limpa nas atuais organizadas brasileiras, enquanto elas não voltarem a ser torcidas como já foram um dia, polícia em estádio ainda será uma coisa necessária (infelizmente).
    E é lógico que isso não é justificativa para abusos de autoridade.
  45. Prestes diz:
    “não acho que eles devam ficar nos portões na entrada do estádio, acho que eles devem ficar perto do estádio para casos de confusão”
    É por aí, Zimmer. Policial não tem que atuar na coordenação de eventos, mas tem que estar preparado para algum caso extremo de violência. Só em casos realmente necessários.
  46. Guilherme diz:
    Não cara, a função do policiamento civil é orientar e ajudar a população. E isso vale principalmente pra grandes eventos. Sem querer aqui dizer que no exterior tudo é melhor, mas eu fui em vários jogos na Inglaterra, onde tem muito baderneiro e bêbado indo em jogo, e a polícia é mega prestativa e educada com as pessoas. Apaziguando ao invés de incitando a violência. Da maneira com que a brigada lida com isso ela exacerba a violência ao invés de preveni-la.
    E policial deve sim atuar na coordenação de eventos. É uma das principais atribuições da polícia!
  47. izabel. diz:
    sandro, eu tava no jogo contra o river em 2006.
    a PM aumentou a confusão, atirando bombas na torcida indiscriminadamente. e até depois do jogo, quando já tava tudo calmo.
    “as organizadas”, bla bla bla…
    e a verdadeira função da polícia (civil, mas no caso da aberração do estado brasileiro, da militar mesmo) é IMPEDIR que uma ‘marginália’ entre no estádio. prende antes, fora, baseado em investigação, intimação. foi isso que resolveu o problema do hooliganismo na inglaterra. aqui eles brincm de bater, só isso. ‘uns passa fome metido a charles bronson’.
    e, sendo bem racional, a primeira conclusão que podemos chegar é que essa é uma abordagem INEFICAZ. acontece há anos e não mudou em nada. ou seja, vamos buscar alternativas, né?
    você viu aí a notícia que eu colei no meu primeiro comentário? prisão preventiva é abuso de autoridade, no mínimo. é ultrapassar o limite da coerência. mas, no brasil, pode. pode tudo. porque a gente se acostumou a apanhar sem questionar.
  48. izabel. diz:
    não mudou EM nada => não mudou NADA (as brigas e confusões continuam).
  49. Fred diz:
    Há um tempo atrás, por conta do imbróglio envolvendo a carga de ingressos para a torcida do Grêmio no Gre-Nal – onde as notícias davam conta que à Brigada Militar competiria a palavra final quanto a isso, enviei um e-mail para a Ouvidoria do Grêmio, questionando sobre o fundamento legal para tanto.
    A resposta, em resumo, foi que o Poder Público tem atribuição constitucional (prevista nas Constituições Federal e Estadual) de promover a segurança dos cidadão, assegurando a integridade pessoal do público nos estádios. À segurança privada, por exclusão, compete tão-somente a segurança PATRIMONIAL e, para tanto, é contratada pelo clube.
    Nesse sentido, compete às Polícias Militares a atribuição do policiamento ostensivo e preventivo, sendo que às Polícias Civis – na condição de Polícia Judiciária – compete a investigação criminal, através da instauração do Inquérito Policial, presidido por um Delegado de Polícia. As Polícias Civis, portanto, não compete zelar pela ordem no entorno de um estádio de futebol.
    É, portanto, uma questão LEGISLATIVA, pelo que o Governador e o Secretário, aqui no RS e em qualquer outro Estado da Federação nada podem fazer a não ser, pelo Princípio da Legalidade, obedecer estritamente o comando constitucional.
    Caso o Governador exare um comando no sentido da não participação da Brigada Militar nos jogos de futebol, no limite, poderá ser submetido a um processo de impeachment, por inobediência ao comando legal.
    Penso que a discussão é extremamente válida e deve ser levada adiante, mas a partir do acionamento da instância competente, ou seja o PODER LEGISLATIVO e não o Executivo que, nisso, se encontra de mãos amarradas.
    Peço desculpa se frustrei o debate, mas a realidade é essa.
    Saudações.
  50. Prestes diz:
    “E policial deve sim atuar na coordenação de eventos. É uma das principais atribuições da polícia!”
    Pode até ser atribuição, mas a competência pra isso é zero. Os caras vão preparados para dar cassetada.
  51. Ernesto diz:
    #46
    Pior é que nesses casos citados, que seriam aptos à intervenção (famosa PORRADARIA) eles ficam bem quietinhos, mansos e ocultos.
    No episódio da torcida do Coritiba com a guria fã do Lucas, as imagens mostram uns 20 policiais, e nenhum dá uma porradinha sequer nos MARGINAIS que estavam acossando a mina e um pai de família.
    Marginais, no sentido atribuído à palavra. Vagabundos organizados. E, ainda por cima, covardes, porque foram em bando. Se fosse no um contra um, duvido que fizessem qualquer coisa contra o pai da guria.
  52. izabel. diz:
    “E piorou ainda mais a situação ao usar a desculpa esfarrapada de que tomou a decisão porque, segundo ele, era uma faixa de torcida organizada.”
    muito boa essa cutucada do birner. ‘torcida organizada’ virou uma desculpa esfarrapada pra justificar os atos de abuso de autoridade e violência que a gente vê nos estádios.
    fred, você não frustrou o debate. você colocou aqui um resumo da resposta do grêmio ao seu email. você leu a constituição federal? lá tem escrito a palavra ‘estádio’, mesmo?
    e por que não tem pm dentro de casas de show ou boates? qual a diferença entre as multidões dos diferentes recintos?
  53. izabel. diz:
    “E piorou ainda mais a situação ao usar a desculpa esfarrapada de que tomou a decisão porque, segundo ele, era uma faixa de torcida organizada.”
    http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2012/10/03/torcida-do-nautico-deu-o-exemplo-seria-muito-bom-se-mais-pessoas-fizessem-o-mesmo/#.UGxwGD_TJOE.facebook
    muito boa essa cutucada do birner. ‘torcida organizada’ virou uma desculpa esfarrapada pra justificar os atos de abuso de autoridade e violência que a gente vê nos estádios.
    fred, você não frustrou o debate. você colocou aqui um resumo da resposta do grêmio ao seu email. você leu a constituição federal? lá tem escrito a palavra ‘estádio’, mesmo?
    e por que não tem pm dentro de casas de show ou boates? qual a diferença entre as multidões dos diferentes recintos?
  54. Sandro diz:
    “é IMPEDIR que uma ‘marginália’ entre no estádio. prende antes, fora, baseado em investigação, intimação.”
    Isso não é função da Policia Militar. No Brasil, quem realiza inquéritos e investiga é a polícia civil.
    “prisão preventiva é abuso de autoridade, no mínimo. é ultrapassar o limite da coerência. mas, no brasil, pode. pode tudo. porque a gente se acostumou a apanhar sem questionar.”
    Agora você está sendo incoerente. A prisão preventiva é justamente o que você pedia (“prende antes, fora, baseado em investigação”). E não, prisão preventiva NÃO É abuso de autoridade. Para ser decretada, é preciso obedecer a certos requisitos expressamente previstos em lei. Além disso, o pedido de prisão preventiva OBRIGATORIAMENTE passará pela análise de um juiz de direito. E juiz nenhum do Brasil decreta prisão preventiva porque está chovendo ou porque está fazendo sol, é preciso motivo, a maioria dos juízes atualmente são “garantistas” (privilegiam corretamente os direitos humanos).
    É evidente que as polícias militares cometem abusos, mas culpá-las exclusivamente pela violência sem culpar as organizadas é ingenuidade. Não é a polícia que marca confrontos pela internet, que atira bombas em sede de torcidas adversárias, que invade treinamentos.
    Uma curiosidade: em todo o Brasil, nos shows gratuitos e a céu aberto, a responsabilidade da segurança é das polícias militares. Porém, os episódios de violência são bem menores que no futebol. Porque será que quando entra o ingrediente torcida “organizada” a violência aumenta (agora até no carnaval)?
    Repito, as PM’s brasileiras precisam mudar radicalmente, precisam ser humanizadas, perder o “ranço” da ditadura, mas antes de saírem dos estádios, precisamos tirar os marginais de lá, senão, nada vai adiantar.
  55. Paulo diz:
    55 – A diferença é simples, os donos de bares e boates não requisitam a presença da polícia. Os clubes de futebol e as federações REQUISITAM a presença da polícia em estádios. Nenhum jogo começa e nenhum portão de estádio é aberto antes que a polícia chegue.
  56. Alexsander diz:
    O mais grave, pra mim, é agredir, roubar e caluniar pessoas que estão apenas FILMANDO a ação policial. Vejam um exemplo que ocorreu no Paraná:
    http://www.gazetamaringa.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1081945&tit=PMs-sao-afastados-apos-intimidar-equipe-de-TV
    “Uma sindicância interna da PM vai buscar detalhes sobre o que ocorreu na situação registrada pelas câmeras. Os policiais, acusados de agressão e abuso de autoridade, vão realizar serviços administrativos durante o período de investigações.”
  57. Alexsander diz:
    E vejam os comentários nesta outra matéria sobre o mesmo caso, a maioria defende os policiais “pelo bom trabalho que realizam no centro da cidade, combatendo os marginais”, mas esquecem de um detalhe: cinegrafista não é marginal.
    http://maringa.odiario.com/blogs/edsonlima/2010/12/30/pms-sao-afastados/
  58. Guilherme diz:
    Obrigado por esclarecer, Fred. E contra exatamente essa “lei” que temos que lutar, na minha opinião. Militares não tem o treinamento ou know-how necessários pra fazer isso, o que se torna evidente a cada evento em que participam. Eles sempre foram incompetentes nisso, mas só agora estão pipocando imagens e manifestações online. Mas tu tem razão, o buraco é bem mais embaixo. É na lei, que confere militares mais poder sobre a população civil do que eles jamais deveriam ter.
  59. Zimmer diz:
    Zero Hora de hoje, página 40.
  60. Zimmer diz:
    Boa Guilherme, ainda sou adepto da notícia no papel, sinal que a idade vem aos poucos, chegando hahahaha
  61. Maurício diz:
    Apoio a ideia, mas acredito que seria mais útil dirigir uma carta aos CLUBES, exigindo segurança privada, que proveja o nível se SERVIÇO que eles dizem estar interessados em VENDER para os SÓCIOS dos clubes.
    Está na hora que a orientação MERCADOLÓGICA dos clubes gaúchos se traduza em mais coisas do que mensalidades mais caras.
    abraço!
    Maurício
  62. izabel. diz:
    e essa confusão aí do tatu bola? era função da PM mesmo? era uma marginália? qual a desculpa pra descer o pau? é diferente? vamos continuar defendendo a aberração de ter militares a serviço da nossa sociedade civil? deusmelivre. acaba PM. dentro e fora do estádio.
  63. Alexandre Maciel diz:
    Essa é a forma da BM agir em qualquer circunstância: seja no estádio, seja no trânsito ou no patrulhamento diário. São treinamentos que levam ao doentio imaginário de lutar contra um inimigo que é chamado de “bandidagem” por alguns grandes veículos de comunicação. A mudança precisa se dar na cultura da BM, independente de trabalhar ou não nos estádios. Basta observar a forma truculenta que a instituição tratou o caso do tatu da coca.
    -------------------------------

Nenhum comentário:

Postar um comentário