Começo esta História
com uma foto que registra Rogério Zimmermann, na tarde do dia 18 de dezembro de
2013, aguando o gramado do Bento Freitas. O sol ainda castigava, mas nosso
Treinador obcecado por qualidade praticamente rezava naquele magnífico ritual.
Não lembro exatamente o
que fui fazer ali nas arquibancadas das Sociais. Poderia estar a serviço ou
simplesmente ter ido pagar minha mensalidade. Mas isto pouco importa porque,
por qualquer dá cá aquela palha estou olhando este campo sagrado para a Nação Xavante.
É mais forte do que eu e sei que muitos Rubro Negros também correm simplesmente
para dar uma olhada no palco onde Milar e tantos outros brilharam.
O que marcou muito em
mim foi ver aquele verdadeiro peão em sua luta para, mais tarde, exigir o
máximo de seus Guerreiros. Ele sabe que os melhores resultados começam por si próprio.
Então ele vai lá e faz num exemplo sem igual.
Sei do esforço de
funcionários que dedicam ou dedicaram uma vida trabalhando de sol a sol nesse ninho
de sonhos, mas Rogério Zimmermann, definitivamente, deu uma nova dimensão na
importância do bem cuidar este solo sagrado.
Agora resolvi ter o meu
próprio gramado. Uma verdadeira relíquia que suprirá minha ânsia em ver, tocar,
idolatrar esta planta tão singela que acolhe atletas que transformam nossos
sonhos em vitórias, conquistas, troféus. Faço isso pensando naqueles Xavantes que
vivem além-fronteira; Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Brasília, enfim, Brasil afora. Sei que parece egoísmo querer o meu
próprio gramado da Baixada porque, aqui na Princesa do Sul tudo tenho. Em cinco
ou dez minutos estou ali, no Bento Colosso de Freitas. Fazer o quê? Estou errado?
Me internem, ué!
Antes de qualquer
decisão a meu respeito, observem a última foto. Fiz este clic no dia 24 de
outubro desse glorioso 2014. Naquela tarde percebi um pai meio nervoso com seu
filho andando prá lá e prá cá na calçada do Bento Freitas. Fiz a clássica
pergunta: “Posso ajudar?” A resposta veio com um sorriso de orelha a orelha
daqueles que conquistam a alma instantaneamente. Já destrinchou uma longa e bela
história. Era de Rio Grande e queria mostrar o campo do Brasil para o filho.
Fui flechado na hora e prontifiquei-me a abrir os caminhos. O portão estava
fechado, mas como sou da Aldeia, conheço os atalhos.
Até hoje não sei quem
era o mais feliz. O pai (Vilvredo), o garoto (Pedro Henrique) ou eu. Fiz
algumas fotos, mas esta que encerra estes rabiscos foi a mais completa, a mais
pura, a mais doce. Uma verdadeira contemplação. Coisa que, com a graça de Deus,
faço praticamente todos os dias.
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