sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Meu gramado


Começo esta História com uma foto que registra Rogério Zimmermann, na tarde do dia 18 de dezembro de 2013, aguando o gramado do Bento Freitas. O sol ainda castigava, mas nosso Treinador obcecado por qualidade praticamente rezava naquele magnífico ritual.
Não lembro exatamente o que fui fazer ali nas arquibancadas das Sociais. Poderia estar a serviço ou simplesmente ter ido pagar minha mensalidade. Mas isto pouco importa porque, por qualquer dá cá aquela palha estou olhando este campo sagrado para a Nação Xavante. É mais forte do que eu e sei que muitos Rubro Negros também correm simplesmente para dar uma olhada no palco onde Milar e tantos outros brilharam.
O que marcou muito em mim foi ver aquele verdadeiro peão em sua luta para, mais tarde, exigir o máximo de seus Guerreiros. Ele sabe que os melhores resultados começam por si próprio. Então ele vai lá e faz num exemplo sem igual.
Sei do esforço de funcionários que dedicam ou dedicaram uma vida trabalhando de sol a sol nesse ninho de sonhos, mas Rogério Zimmermann, definitivamente, deu uma nova dimensão na importância do bem cuidar este solo sagrado.
Agora resolvi ter o meu próprio gramado. Uma verdadeira relíquia que suprirá minha ânsia em ver, tocar, idolatrar esta planta tão singela que acolhe atletas que transformam nossos sonhos em vitórias, conquistas, troféus. Faço isso pensando naqueles Xavantes que vivem além-fronteira; Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, enfim, Brasil afora. Sei que parece egoísmo querer o meu próprio gramado da Baixada porque, aqui na Princesa do Sul tudo tenho. Em cinco ou dez minutos estou ali, no Bento Colosso de Freitas. Fazer o quê? Estou errado? Me internem, ué!
Antes de qualquer decisão a meu respeito, observem a última foto. Fiz este clic no dia 24 de outubro desse glorioso 2014. Naquela tarde percebi um pai meio nervoso com seu filho andando prá lá e prá cá na calçada do Bento Freitas. Fiz a clássica pergunta: “Posso ajudar?” A resposta veio com um sorriso de orelha a orelha daqueles que conquistam a alma instantaneamente. Já destrinchou uma longa e bela história. Era de Rio Grande e queria mostrar o campo do Brasil para o filho. Fui flechado na hora e prontifiquei-me a abrir os caminhos. O portão estava fechado, mas como sou da Aldeia, conheço os atalhos.
Até hoje não sei quem era o mais feliz. O pai (Vilvredo), o garoto (Pedro Henrique) ou eu. Fiz algumas fotos, mas esta que encerra estes rabiscos foi a mais completa, a mais pura, a mais doce. Uma verdadeira contemplação. Coisa que, com a graça de Deus, faço praticamente todos os dias.

















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