Nove de maio de 2012, marca mais uma data memorável para a Nação Xavante. Honrando os fatos ocorridos no longínquo sete de setembro de 1911, quando Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito fundaram o G. E. Brasil, o Departamento Jurídico desta gloriosa agremiação consegue importante vitória na Justiça Comum.
É de conhecimento de todos os acontecimentos que levaram o Tribunal de Justiça Desportiva a rebaixar nosso Rubro Negro em detrimento da equipe do Santo André do Estado de São Paulo. A poderosa Federação Paulista uniu forças para defender seu filiado e até então havia obtido sucesso. Soma-se a isso, a errônea idéia de que os clubes de futebol não podem entrar na Justiça Comum sob pena de serem desfiliados por imposição da Fifa.
Faço questão de relacionar este acontecimento ao ocorrido quando do nascimento do Xavante da Princesa do Sul porque ambos têm origem num descontentamento, num não aceitar o estado de coisas, num arrojo descomunal. Se no século passado, aquela decisão resultou nesta aguerrida agremiação; hoje estamos abrindo portas, dando exemplo, lutando pioneiramente contra o status quo do mundo futebolístico. Na verdade, quebrando paradigmas. Se esta vitória será concretizada ou não, não importa. O que importa aqui é o exemplo de luta, a coragem, a confiança e a capacidade de defender os próprios interesses.
Felizmente, mesmo com o poder político extraordinário dos paulistas, hoje estamos em festa e o G. E. Brasil readquire o direito de disputar o Campeonato Nacional da série C.
Diga-se de passagem que, esta alegria é maior ainda porque, caso o julgamento fosse contrário aos nossos interesses, jogaríamos o certame menor de qualquer maneira. Não nos arroiaríamos para a Série D pois sabemos ser esta a única maneira de reinvindicar um lugar ao sol no seleto grupo das equipes maiores do futebol brasileiro. A, B, C, e D são sonhos de todo torcedor e cada uma destas séries representam um momento na vida dos clubes. Ninguém vai a A sem este caminho e quem negar-se de jogar uma Série D, decerto nunca chegará a lugar nenhum. Futebol é bom por isso, tem o imprevisto, o sobressalto, o sonho, o pesadelo.
Já na parte da tarde, quando recebi esta maravilhosa notícia de um amigo, meu coração pulava de paixão querendo rumar para a Baixada. Lá, no Bento Colosso de Freitas, eu queria estar. Lá, no Bento Colosso de Freitas, eu queria abraçar os amigos. Lá, no Bento Colosso de Freitas, eu queria apertar a mão de André Araújo que sempre sustentou que nosso Clube em momento algum agiu de má fé.
Ainda somos um Clube pequeno se comparado a Santos, Flamengo, Corintians, Grêmio, Internacional e outros deste brilho, mas uma coisa ninguém pode negar: brigamos, lutamos, sonhamos um dia estar entre estes. Já tivemos um lampejo em 85 quando um terceiro lugar nos deixou às portas da Libertadores. Esta vitória de hoje poderá nos levar novamente ao topo. Como sempre, nós enfrentamos; como sempre, nós não desistimos.
Xavante Munhoso - 090512
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