segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

UMA HONRA IMERECIDA PELO CRUZEIRO

Eu li. Li muito até porque rato de biblioteca eu era. Agora ando meio preguiçoso. Mas para não enferrujar a cachola passei a acolherar as letrinhas manifestando ideias nem sempre compreensíveis.

Quem escreve, ou fotografa, ou pesca, ou joga bola, ou mesmo garimpa um riacho está sempre há procura da perfeição. E esta chega quando o encanto é completo. A resposta é em cheio. A riqueza está na cara.

E foi isto que vi na mensagem que Fabrício Cardoso escreveu no Blog Xavante.

Incapaz de algo tão verdadeiro, direto e elegante eu o transcrevo a seguir.


Tchê, o Cruzeiro começou mal a Série B. Dessa vez nem dá para responsabilizar aquela diretoria com incontinência financeira, investigada por tantas irregularidades, mas que já poderia ser condenada sumariamente pela desfaçatez de pagar meio milhão de salário ao Edílson Cachaça. Foi a torcida dos caras que, tendo um monte de clube sem torcida para provocar, elegeu os confrontos contra o nosso Xavante como símbolo da decadência deles.
O Brasil tem muito a ensinar ao gigante mineiro – embora, em matéria de cuidado com as finanças, haja professores melhores no mercado. Somos um clube nascido e mantido pelos torcedores. Ninguém aqui corre para nosso estádio com spray para pichação em protesto, feito guri mimado depois de tomar leitinho com pão de queijo. Não somos clientes do Brasil. Nós somos o Brasil. Se é para correr para a Baixada em dia que não tem peleia, é com cimento às costas, pelo prazer de ver nossa arquibancada pronta, cheia e pulsante.
A vida não é fácil nessa parte do pampa que roça o Uruguay. Talvez por ver o sacrifício de muitos para exercer esse amor, o Brasil seja menos usado para os interesses pessoais de quem está no poder. Se houvesse mais dinheiro rolando, a ganância tenderia a se manifestar? Não sabemos. Mas por ora nossos diretores não têm helicóptero.
Quando o calendário marca duelo com algum clube grande, a Baixada fervilha. Jamais pelo visitante, por óbvio. Nós somos o Brasil e, quando a circunstância exige mais força, nós corremos ao Bento Freitas simplesmente porque o clube precisa mais da gente. É por isso que o estádio mais humano do mundo é o único lugar onde Grêmio e Inter jogam fora de casa no Rio Grande do Sul. O Flamengo, acostumado a ter suas chuteiras lambidas País afora, joga fora de casa lá também. Jamais existiu nem jamais existirá um clube capaz de sufocar nossa maioria na João Pessoa, 694.
Depois de todas as merdas que fez em 2019, convenhamos, é uma honra ao Cruzeiro pisar num lugar tão sincero como esse. - Por Fabrício Cardoso

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