Quinta-feira (04/10/18)
quando andava lá pelas bandas do Estádio Bento Freitas dei de cara com uns
Torcedores que se identificam como Nata – Núcleo de Amigos Torcedores da
Arquibancada. Naquela roda calorosa claro que o assunto era o G. E. Brasil e sua
magnífica Torcida.
Gurizada experiente, a
maioria deve ter uns quarenta, cinquenta, sessenta anos de Bento Freitas. Daí
tudo o que eles têm a dizer já vem abalizado na experiência vivida sol a sol,
chuva a chuva em campeonatos e copinhas sem fim.
De imediato me interessei
pelas Histórias ali enraizadas. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi o
brilho nos olhos de cada um.
Torcedores que viram o G. E.
Brasil jogar contra Atlético Mineiro, Cruzeiro, Santos, Flamengo e tantos outros
clubes da linha maior do País, debatiam a importância da partida deste dia
cinco contra a equipe do Fortaleza.
Jogo de grande importância
nesta caminhada difícil onde a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro
de dois mil e dezenove poderá ser decidida no detalhe.
Aquele pontinho há mais, maior
número de vitórias, melhor saldo de gols, mais gols pró, confronto direto,
menos cartões vermelhos, menos cartões amarelos e pasmem sorteio, poderá decretar
a felicidade de continuar entre os quarenta maiores do campeonato nacional ou o
desastre do descenso para a Série C.
Em campo é onze contra onze,
mas sabemos que o time cearense no momento tem mais técnica e faz uma campanha
muito superior ao Brasil. E tem ainda a questão do Castelão quando o Xavante
calou mais de sessenta mil torcedores e surrupiou a vaga que o tricolor
nordestino contava como certa em dois mil e quinze.
Mas é aí que a turma da Nata
faz a diferença. Apesar dos cabelos grisalhos não se mixam e estão sempre lado
a lado com o G. E. Brasil comandando a Arquibancada desde sempre.
Com certeza, no momento em
que o juiz decretar o início da partida, grandes clássicos do passado, decisões
emocionantes e conquistas honrosas ficarão aprisionadas dando vazão à paixão secular
que domina o coração de cada um desses Torcedores de força maior e o grito sem
igual tomará conta mais uma vez da Arquibancada.
Tudo isto nada mais é do que
o cumprimento da profecia feita no longínquo ano de mil novecentos e quarenta e
três quando um dirigente do co-irmão disse: “Eles são uns Xavantes!”.
E de fato são. Hoje
representados pela Nata mostrarão mais uma vez que lugar de Torcedor é na
Arquibancada.
Não importa se o jogo é
contra o líder Fortaleza, contra o Flamengo ou contra o Riopardense. O G. E.
Brasil joga no Bento Freitas, então é lá que cada Torcedor Xavante tem que
estar.
Se não é pelo título, é pela
classificação; se não é pela classificação, é pelo simples prazer de sentir-se
parte da Nação Xavante. Onde todos são um só na maior integração social que um
estádio de futebol pode ocasionar.
Foto: Xavante Munhoso
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