Diferente de uma partida de
futebol, onde os últimos quarenta e cinco minutos pode modificar o resultado de
um jogo, o segundo turno nas eleições para qualquer governo é uma máscara que
acoberta a derrota de um candidato que não conseguiu a majoritária na primeira
tentativa.
Se não vejamos. Os
senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores já não são
eleitos todos na primeira votação definindo o legislativo? Não é o legislativo
que cria as leis e aprova o orçamento do executivo? Então?!?!?! Para que
oportunizar coalizões e acordos de última hora onde o toma lá dá cá pode se
manifestar perniciosamente?
Agora temos Bolsonaro x
Haddad onde o candidato do PSL obteve 46% dos votos contra 29% de seu opositor
do PT neste primeiro turno. É muita diferença. Dezoito milhões de eleitores a mais entenderam que o representante da direita deveria comandar o destino do País no
período de 2019 a 2023.
Se antes a coligação “Brasil
acima de tudo, Deus acima de todos” era PSL/PRTB e a coligação “O povo feliz de
novo” era PT/PCdoB/PROS como ficarão agora a composição dessas duas forças? É
legal? Segundo a lei atual é. Mas quantos arranjos podem surgir nesta hora
baseados no jeitinho brasileiro?
Não digo isto por ser
partidário desse ou daquele candidato. Muito pelo contrário. Venho numa luta
sem igual diante da decepção política apresentada pelas principais agremiações
brasileiras.
Milhões e milhões de reais
saem da saúde, da educação e da segurança e vão parar nas mãos de “líderes”
peçonhentos experts na arte de roubar e ludibriar a boa fé daqueles que os
elegem na esperança da ordem e do progresso nacional.
Para sustentar a minha
inconformidade com o segundo turno cito ainda o Rio Grande do Sul onde Eduardo
Leite atingiu a soma de 2.143.603 votos contra 1.857.335 de José Ivo Sartori e
agora todo o mundo tem que voltar às urnas para confirmar o candidato do PSDB
ou reconduzir o peemedebista a mais um mandato.
No estado gaúcho a diferença
foi menor onde 35,9% contra 31,1% deu a vitória ao ex-prefeito de Pelotas
deixando Sartori no segundo lugar. Em qualquer lugar, segundo lugar é segundo
lugar e, politicamente falando, não tem vice-campeão.
Alguém pode achar que o meu
choro é de perdedor, mas é muito fácil eu provar que não.
Vejam o que acontece Brasil afora: Distrito Federal – Ibaneis 41,9% X 13,9%; Rio de Janeiro – Wilson Wittzel 41,2% X 19,5%; Minas Gerais – Romeu Zema 42,7% X Antonio Anastasia 29%; Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra 46,1% X Carlos Eduardo 32,4%; Pará – Helder 47,6% X Marcio Miranda 30.2%, entre outros estados que também terão que confirmar o vencedor do primeiro turno ou eleger alguém incapaz de faturar a rapadura no tempo normal.
Vejam o que acontece Brasil afora: Distrito Federal – Ibaneis 41,9% X 13,9%; Rio de Janeiro – Wilson Wittzel 41,2% X 19,5%; Minas Gerais – Romeu Zema 42,7% X Antonio Anastasia 29%; Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra 46,1% X Carlos Eduardo 32,4%; Pará – Helder 47,6% X Marcio Miranda 30.2%, entre outros estados que também terão que confirmar o vencedor do primeiro turno ou eleger alguém incapaz de faturar a rapadura no tempo normal.
Nem me preocupei em ver a
qual partido Fulano e Beltrano pertencem porque a ótica aqui é mostrar que esta
prorrogação pode alterar a conquista dos vencedores em primeira instância, mas
não altera a composição dos eleitos para o legislativo.
Sei que muitos dirão da
importância da negociação político-partidária, mas decerto que esta negociação
o vencedor pelos números absolutos teria que fazer de qualquer maneira. A menos,
claro, se ele conseguir uma vitória esmagadora também nas cadeiras legislativa.
Mas aí, num universo de
trinta e três partidos como o nosso, é o mesmo que querer que o nosso time seja
campeão invicto. Acontece, mas é raro.
A charge e os números que apresento foram publicados no Diário Popular da cidade de Pelotas/RS no dia oito de outubro de 2018.
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