A ideia do FutChurras era reunir a galera para tomar cerveja e jogar
futebol. Segundo o testemunho de Marcelo Nogueira, o Jorge Silva foi o
idealizador do primeiro em dois mil e seis contando com cerca de cinquenta
participantes. Conta a história que o record de participantes foi de cento e
vinte tendo o assador o compromisso de preparar oitenta quilos de carne. Já o
número de garrafas ou latas de cerveja ninguém fala guardando o segredo a sete
chaves.
O primeiro foi realizado no ginásio Gran Soccer, na av. Ildefonso Simões
Lopes a uma temperatura abrasante. Contam que alugaram a cancha por quatro
horas, mas o futebol não durou mais do que quinze minutos. Uma epopeia até hoje
narrada pelos sobreviventes da indiada.
Testemunhos dignos de registro também dizem da total falta de cerimônia
na hora de avançar na cerveja. A verdadeira cereja do bolo salvou a pátria naquela
tarde inesquecível. Claro, sempre acompanhada do bom churrasco gaúcho que o
Jorge Silva tão bem sabe preparar.
Outro que sabe tudo de FutChurras é o Toldo, que na maior manha disse do
porque de realizarem tão festivo encontro. Diz ele: “Isto começou na época do
Forum Xavante, porque o pessoal começou a ficar muito brabo um com o outro,
brigava muito e aí lançaram esta ideia de se conhecerem para ver se se resolvia
na cancha”. Ainda segundo o Toldo: “O Valdir queria organizar uma rifa para ver
se ajudava o Brasil”.
Marcos Adriano arremata: “O Forum Xavante era um espaço de interação da
Torcida, mas uma interação virtual, ninguém se conhecia. Daí o FutChurras veio
para estreitar estes laços e fazer com que a gente se conhecesse, trocasse
ideias e fortalecesse a amizade de maneira concreta e real”.
O FutChurras começa em torno das dez horas da manhã e vai até acabar o
dinheiro para a intera. A intera é a taboa salvadora dos mais afortunados no
processo contínuo de beber cerveja. Cada um colabora com um pouco. Um, dois,
cinco, dez ou mais reais são depositados manualmente numa Camisa Xavante, num
boné, ou mesmo num sapato e o “escolhido” corre para o buteco mais próximo para
trazer uma nova remessa de cerveja. Num mesmo FutChurras é possível a
realização de várias interas porque sempre alguém tem um troquinho amocosado no
bolso ou na guaiaca. A própria intera em si tem suas próprias histórias e
qualquer dia desses alguém de certo vai narrar.
Pelo segundo ano consecutivo o FutChurras foi no Estádio Bento Freitas,
mais precisamente embaixo das Novas Arquibancadas tendo como principal
organizadora a Mariana Vigh e os assadores Jorge Silva (chefe) e o Thiago Castanheira
(assessor de grande competência).
Como sempre, a confraternização foi total entre Xavantes de todas as querências. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é maioria, mas sempre tem alguém vindo de mais longe. Apertos de mãos, abraços e muita conversa marca o encontro regado à cerveja e carne temperada com sal grosso.
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