Tento entender a imensidão
dos estádios vazios (inclusive o nosso Bento Colosso de Freitas) e vislumbro
uma coisa que passo a chamar de corrupção branca, mansa, politicamente correta
ou coisa que o valha. Trata-se da mazela chamada verba de tv. Mazela sim porque
em poucas décadas acabará com o verdadeiro TORCEDOR. Aquele que chora na
derrota e arrota aos quatro cantos que o seu time é o melhor quando ganha. Via
de regra, as presidências dos clubes caíram nessa benesse e quanto muito,
buscam dois ou três patrocinadores para garantir o quinhão dos atletas e um
pouco para pagar as despesas adjacentes. Investimentos mesmos, ah tá, só
aqueles que ainda persistem na paixão e ainda rezam a cartilha amadora que está
no coração dos mais apaixonados. Muitos investem sim, mas em obras superfaturadas
e estádios mirabolantes; coisa para outro assunto; melhor deixar para a
lava-jato branquear o custo estratosférico desses elefantes brancos. Daí, tanto
faz se o torcedor vai ao estádio ou não. A renda de bilheteria passou a ser
considerada supérflua, quando não desprezada pela mão de obra que dá. Qual o
preço que estes clubes pagarão quando a boiada estourar? Como tratam seus
TORCEDORES pela alcunha de consumidores, também serão tratados assim quando o
boom mercadológico ditar o fim do apelo que o futebol exerce atualmente.
Lembrem-se que, há pouco tempo, o vôlei ensaiou uma subida na "preferência
nacional". Uma outra hipótese, mais aterrorizante, é o fato de que, ora
aqui, ora ali, falam na corrupção também nas empresas de comunicação. Se Moro chegar
lá, Midas tombará com certeza. Daí, adeus Tia Chica! Será o fim dessas verbas e
patrocínios polpudos e muitos daqueles que hoje desprezam seus TORCEDORES
ficarão num beco sem saída.
Torcida Organizada Paixão Rubro Negra - PRN
1977/1987- foto: Dalnei Oliveira/Diário Popular
Pelotas/RS
Jornal Diário da Manhã - Pelotas/RS
foto de Xavante Munhoso
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