terça-feira, 14 de março de 2017

O chute que feriu não garantiu a vitória, apenas uma fuga ao vestiário

Mais um texto importante do Blog Xavante que tomo a liberdade para copiar e postar aqui em meu blog. Escrito por Pedro Henrique Krüger, relembra o famigerado lance do jogador gremista Renato (hoje treinador) que chutou cruelmente um gandula do G. E. Brasil. Eu sempre conto esta História para os meus filhos. Esse Renato não merece o sucesso que teve na vida.
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"Nesta quarta-feira à noite (15) o Brasil recebe o Grêmio no estádio Bento Freitas. Há 34 anos, uma terça-feira, esse mesmo duelo ocorreu na Baixada. À época, o time gremista contava com Renato Gaúcho, que é o atual técnico do clube porto-alegrense. A partida terminou empatada em 1 a 1. O gol rubro-negro foi marcado por Rogério, ponteiro esquerdo Xavante. O gol de empate gremista saiu dos pés de Nei.
Porém, não foram os gols ou a torcida Xavante que marcaram para sempre esse jogo na memória dos torcedores.
Na segunda etapa daquela partida, Renato Gaúcho agrediu covardemente o gandula rubro-negro, Miguel. A agressão não passou em branco e o estádio tornou-se ainda mais hostil para os gremistas. Os jogadores do Brasil foram para cima de Renato logo após a agressão, mas também no decorrer da partida – veja o vídeo.
De acordo com o torcedor rubro-negro e gandula naquela noite, Luis Titika, a história foi mais ou menos a seguinte:
“NÓS ESTÁVAMOS ATRÁS DA GOLEIRA, EU E O MIGUEL. EU ACHO QUE O BRASIL ESTAVA GANHANDO DE 1 A 0 E ELES PRECISAVAM, NO MÍNIMO, EMPATAR COM A GENTE. E AÍ SOBROU UMA BOLA PARA ESCANTEIO E ELA CORREU PARA A PLACA [PUBLICITÁRIA], E FICOU ALI, BEM NO INÍCIO DA PLACA.
NOSSO TRABALHO ERA DIVIDIDO, UMA BOLA PARA CADA UM BUSCAR. NAQUELE LANCE ERA A MINHA VEZ DE IR. MAS ÀS VEZES A GENTE FICAVA SENTADO ATRÁS DA GOLEIRA E EU ESTAVA MAIS PARA O OUTRO LADO. E COMO O RENATO SAIU EM SEGUIDA PARA PEGAR A BOLA, O MIGUEL, QUE ESTAVA MAIS PERTO, DISSE “NÃO, NÃO, DEIXA QUE EU PEGO”. E SAIU CORRENDO, ABRIU A PLACA E CHUTOU A BOLA PARA O FINAL DELA. NISSO O RENATO PASSOU CORRENDO POR MIM E VIU ELE FAZER ISSO. QUANDO O MIGUEL FOI PEGAR A BOLA NO FINAL, O RENATO ARREDOU A PLACA E DEU UM CHUTE NELE, QUE CAIU JÁ COM A PERNA QUEBRADA.
DEPOIS ELES [JOGADORES DO GRÊMIO] TIVERAM QUE CORRER PARA O VESTIÁRIO E O JOGO FICOU POR UM TEMPO PARADO.
O QUE ELE FEZ EU IRIA FAZER. A BOLA ESTAVA NO INÍCIO DA PLACA E NÓS ESTÁVAMOS FAZENDO “CERA”. EU IRIA TAMBÉM CHUTAR A BOLA PARA O FINAL, COMO ELE FEZ. PROVAVELMENTE SERIA EU A TER A PERNA QUEBRADA.”

Além de colegas no gramado, Miguel e Luis também foram colegas de aula na Escola Salis Goulart. Segundo informações coletadas pelo BlogXavante.com, o Miguel nunca recuperou totalmente a perna após a lesão. Inclusive tornou-se, anos mais tarde, morador de rua em Pelotas – e já faleceu.
O Miguel não vai estar no Bento Freitas na noite de quarta-feira. Outros tantos, pelos mais diversos motivos (ingressos elitizados, horário ruim definido pela televisão, distância e talvez até falta de capacidade no estádio), também não vão ultrapassar os portões da Baixada.
O que aumenta ainda mais a responsabilidade da torcida Xavante que vai conseguir estar no estádio. É, mais uma vez, a nossa hora. Que a vitória venha no grito, na raça e no legado deixado por tantos rubro-negros, como o Miguel, o Marcola e o eterno Claudio Milar.
Aliás, Renato Gaúcho voltaria a jogar no Bento Freitas. Foi em 1991. E perdeu por 1 a 0. Gol do Renílson.
É hora de repetirmos o resultado. É hora de “chutá-los” da maneira correta. De forma que os faça se arrependerem de terem deixado, em geral pela primeira vez no ano, o conforto dos seus respectivos sofás!
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