sexta-feira, 1 de maio de 2015

Quanto vale esse pedaço?

Guardei de lembrança, além de três tijolos, algumas lascas da antiga Arquibancada do Bento Freitas. Mas minha sede por esse Tesouro é insaciável e dia vinte e nove desse derradeiro abril algo me chamou a atenção quando eu rondava aquele memorável local. Um naco daquela que foi a mais vibrante, a mais linda, a mais humana das arquibancadas do Rio Grande do Sul, pairava ali como a meditar toda uma vida de glórias.

A vontade que me deu foi de pegar, botar no ombro e levar para minha casa. Lá eu garanto que aquele mimo teria um repouso digno, idolatrado e cuidado pelo resto de meus tempos. Mas quem sou eu?!?!?!

Daí me veio a ideia de sugerir à Diretoria, ao Conselho Deliberativo e à Comissão de Obras que façam uma grande rifa ou um leilão dessa relíquia. Qualquer Torcedor que tiver o privilégio de herdar o resquício que tanto nos acolheu tem que fazer jus através de uma grande ação que reverta em favor das obras que dotará o Bento Freitas de um novo berço para o Caldeirão em festa.

Claro, também há a possibilidade de reservar um local para a contemplação do que restou desse assento vitorioso. Um altar, onde possamos sorrir e chorar nossas lembranças. Contar para filhos e netos que ali sentamos, pulamos e vibramos como ninguém nas inúmeras partidas que o Brasil jogou tendo o Caldeirão como maestro maior.

De repente, até um Torcedor mais abastado poderia fazer uma oferta. Mas olha lá! Tem que ter grana, muita grana porque o valor daquela peça é inestimado. A obra das novas arquibancadas é na casa dos milhões e é por aí que temos que grafar aquele lote. Afinal, não se trata apenas da combinação de tijolos, areia, ferro e cimento. Não! Tem sangue e suor de milhares e milhares de pessoas. A começar por aqueles que construirão esse monumento até o mais humilde Torcedor que, em dias de sol, chuva, vento ou frio gritaram a plenos pulmões: "Eeeeeee! Rubro-Negro vem aí! Eeeeee! Rubro-Negro vem aí! Eeeeeee! Rubro-Negro vem aí!"











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