Cada vez mais a teoria se tornando realidade, a manutenção da base vencedora sendo reforçada com qualidade, a substituição de alguns jogadores que não vinham jogando, que não apresentavam nos treinamentos o mesmo potencial técnico do que os outros, por atletas experientes e mais qualificados, o campeonato é difícil e longo, cartões e lesões podem acontecer, por isso precisamos de um grupo no mesmo nível. Para mim a principal contratação, sobretudo, é a permanência do treinador, além do preparador físico e dos principais jogadores, torço para que essa engrenagem dure por muito tempo, ainda não tinha passado por isso, o time é confiável, o trabalho é seguro, a competência é visível, o caráter e o respeito nem se fala, ao ponto de domar um plantel inteiro, não se houve falar em sacanagem, malandragem, trairagem, a união predomina e isso é fundamental. É uma competição atrás da outra e o sucesso se repete, independente do campeonato o time reage positivamente e assim vamos acumulando conquistas de objetivos, pela terceira vez jogaremos a Copa do Brasil, somos bi campeões do interior do estado, e claro o principal, estamos onde poucos estão com a conquista da vaga para a série C. Outro fator importante diz respeito à torcida que parece ter se conscientizado, ou esperou os resultados satisfatórios chegarem para aparecer, e tem ajudado bastante através do quadro social, entretanto, esse é o momento do verdadeiro Xavante, na hora da dificuldade estrutural, tem que acreditar, apoiar, bancar o time, os sócios têm que se manter, é tempo de transição, de transformação, precisamos de um estádio remodelado, não tem mais volta, o novo esta por vir, logo não precisaremos mais arrendar estádios (só arredar torcidas), teremos um e a tendência é que os dos adversários venham sofrer por precariedades e assim rolam as pedras. Se bem que a nossa arquibancada ruiu não foi somente pelo tempo de existência, mas pelo desgaste natural de suportar em cima uma das maiores torcidas do interior do país, a mais empolgante e entusiasmada (em proporção) do Brasil, que faz tremer, pula, se movimenta a todo instante, uma das maiores médias de público nacional, na frente de clubes de cidades com muito mais população, que freqüentam a série A do campeonato brasileiro, não poderia agüentar mesmo. Batemos o nosso recorde histórico em número de sócios, no máximo passava de três mil, hoje dizem que chegou aos sete, não adianta as pessoas querem resultados, seriedade, estão calejadas, de saco cheio quase estourando, da exploração política onde se paga muito e não se recebe quase nada, o retorno é para o bolso deles, se não tem plano de saúde vai para a fila em busca de uma vaga para o corredor do hospital, se não tem escola privada, fica sem merenda e professor, se queima a lâmpada do poste da rua é meio ano na escuridão, e assim por diante. Não podemos esquecer da decisão digna da diretoria em não mais utilizar a arquibancada, derrubando, pensando na integridade física dos torcedores, no bem maior que é a vida, deixando o aspecto material de lado, se sabe que poderia interditar uma parte reforçando a outra e arrecadar com os jogos em casa, mas pela prudência, preocupação, responsabilidade, resolveram não arriscar, até porque se chegasse a cair seria como um dominó. O brabo é aturar de novo eles tentando nos passar a perna, nos derrubar, quase todos contra um, é a curva da estrada, o motorista imprudente, o destino, o rei francisco, a cbf, o stjd, os bombeiros, a portuguesa, o tupi, o madureira, a parada é dura, tudo para dificultar, é um leão a cada dia, por outro lado tudo isso parece fortalecer ainda mais, o que vier pela frente será mais ameno. Em alguns estádios no estado, no país e até mesmo na última copa do mundo, foi e é permitida a utilização de arquibancada móvel dentro das normas técnicas, para nós foi proibida, se o xerife não tem condições de tomar decisões com medo de ser responsabilizado posteriormente não pode estar no comando, o critério é imprescindível para se ter igualdade, a lei sendo distorcida através de interpretações subjetivas em relação ao que é temporário ou não, como se a competição começasse em maio e não fosse acabar nunca mais. Tocando em desigualdade, dentro do estado se nota bastante em vários sentidos, inclusive nas direções tomadas pela federação gaúcha, aquela que o seu presidente tem coroa e trono vitalício: escolhem três treinadores como melhores do gauchão, sendo que o nosso ficou de fora mesmo chegando oito pontos na frente de um dos indicados, é a capital puxando para si mesma, como sempre são os melhores, os privilegiados, até nos impostos estaduais é assim, a metade do que se paga fica para investimentos na sede do governo, e nós chupamos o dedo; enquanto os clubes do interior recebem oitocentos mil da rbs via federação, a dupla poderosa que só comemora campeonato regional, embolsa seis milhões cada; enquanto os do interior que defendem o estado em competição nacional não podem alterar data de jogo no estadual, eles podem a qualquer momento; enquanto um deles usou arquibancada móvel no período em que arrumava o estádio, o da zona sul não pode. Um dos princípios básicos para a convivência social é a igualdade, o que vale para ti vale para mim, não é o que ocorre por aqui, ainda estão no tempo de quem tem mais leva, o poder em primeiro lugar, visão mesquinha, atrasada, muquirana, depois bailam e não levam nem as cuecas daqui. Parando de puxar a descarga e voltando ao futebol, vamos jogar ali, acolá, em qualquer lugar, e pelearemos com todas as forças para chegar entre os quarenta primeiros da nação. A caminhada é cheia de obstáculos, mas vamos curtindo o presente, o bom é estar na elite do futebol brasileiro, entre os sessenta melhores com vaga fixa num campeonato decente, enquanto a maioria absoluta dos clubes médios e pequenos do país lutam por uma vaga na série D, nós objetivamos a série B nacional, é coisa para lá de cem anos, é uma distância pequena semelhante como daqui à Ásia, é logo ali. - Michel Karini - 06mai2015
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