A catarse rubro-negra presenciada na última semana em Pelotas evidenciou
para o país como nunca antes o que o significa o Brasil não para Pelotas, mas
para o futebol. Enquanto a maioria dos times que não frequentam o MAINSTREAM
comemoram a simples oportunidade de enfrentar uma grande GRIFE, os xavantes
fazem diferente: eles celebram a si mesmos, sofrem por si mesmos. Aconteceu
contra o Flamengo, é claro, motivado pela repetição do histórico confronto de
1985, que levou o Brasil à terceira colocação do Brasileirão, mas seria a mesma
coisa contra São Paulo, Boca Juniors ou Barcelona. Para os xavantes, todos são
do mesmo tamanho. Um tamanho que não é maior que o Brasil.
Há diferentes maneiras de se mensurar grandeza. Pode ser por títulos, por dinheiro, pelo número de torcedores. E pode ser, também, pelo engajamento da torcida com seu clube. E, se levarmos isso em consideração, é um verdadeiro ACINTE classificar o Brasil de Pelotas como um clube pequeno. No Rio Grande do Sul, desde sempre aprendemos a respeitar o que o Brasil e sua torcida significam. E agora, depois do TSUNAMI midiático que varreu o país de Pelotas até quase a GUIANA, é improvável que alguém não saiba.
Há diferentes maneiras de se mensurar grandeza. Pode ser por títulos, por dinheiro, pelo número de torcedores. E pode ser, também, pelo engajamento da torcida com seu clube. E, se levarmos isso em consideração, é um verdadeiro ACINTE classificar o Brasil de Pelotas como um clube pequeno. No Rio Grande do Sul, desde sempre aprendemos a respeitar o que o Brasil e sua torcida significam. E agora, depois do TSUNAMI midiático que varreu o país de Pelotas até quase a GUIANA, é improvável que alguém não saiba.
Para fazer troça com os xavantes, um amigo jornalista às vezes comentava
que o Brasil era MODINHA, devido ao entusiamo que muita gente nutre pela
mística do rubro-negro pelotense. Fato é que, de alguma forma, todos invejamos
o Xavante. Gremistas, corintianos, colorados e cruzeirenses. Ninguém escapa.
Não adianta espernear. Não invejamos os títulos, o time ou o estádio, mas a
relação entre clube e torcida, que é forjada na necessidade e no amparo mútuo.
Conforme nossos clubes de coração crescem, eles se distanciam de nós. Continuamos dizendo que “nós ganhamos” ou “nós perdemos”, mas o mais próximo que chegamos de fato deles é votando nas eleições ou pagando a mensalidade de sócio que vai ajudar a arcar com o salário milionário daquele lateral que não sabe diferenciar uma bola de um ABAJUR. Mas ninguém vai nos receber de braços abertos se chegarmos no estádio carregando um saco de cimento para ajudar na reforma do vestiário.
No Brasil, é diferente. Frontalmente diferente. Encantadoramente diferente. O Cresce, Xavante! por exemplo, é um movimento de torcedores fundado em 2009 que tem como objetivo melhorar o patrimônio do clube. De suas ações de mobilização, através de doações, rifas e leilões, já resultaram frutos como alambrado, campo suplementar e até um TRATOR para cuidar do gramado do Bento Freitas. O próprio clube sempre fez questão de manter a massa popular bem próxima: era comum sortear OVELHAS, rancho em supermercados e pernoites em MOTEL no intervalo dos jogos. (O que nunca ficou claro para mim é onde o cidadão deixaria a ovelha se também fosse premiado com a noite no motel.)
Aqueles milhares de balões que subiram aos céus contra o Flamengo, por exemplo, foram iniciativa de torcedores, assim como diversas outras iniciativas que envolvem os jogos do Brasil. O Xavante conseguiu garantir o direito de jogar o segundo jogo contra o Flamengo, mas não é uma oportunidade de conhecer o Maracanã, e sim mais uma chance de continuar apresentando o Xavante ao país. O torcedor xavante é meio atrevido por natureza, tem uma falta de vergonha mais do que salutar na atual conjuntura social e DESPORTIVA. Porque o esforço conjunto faz crescer a sensação de pertencimento a uma comunidade.
É disso que sentimos falta no atual momento dos grandes clubes e é justamente aí que reside a força do Brasil de Pelotas, o motivo pelo qual é admirado por tanta gente. Nada mais natural que essa admiração volta e meia se transforme em uma inveja, mas não daquelas PERVERSAS que alimentam as intrigas de novelas. Bem pelo contrário: queríamos apenas ter esta proximidade com nossos clubes. Que nossos clubes fossem um pouco mais Xavante na essência. Temos aqui alguns sacos de cimento e também merecemos um abraço.
MEIA ENCARNADA
http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/meia-encarnada/1.html
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