Numa época em que o
normal seria a presença daquela brisa primaveril, o Minuano invade a Baixada e
manda o Operário de quatro para casa. Vento fantástico a bater na pele dos
Xavantes como um bálsamo a recuperar feridas após a pseudo “fritura” do Dutrinha.
Foi uma noite
fantástica e nem o mais otimista Rubro Negro preveria tamanha vitória. Já na
arrancada, “A Maior e a Mais Fiel” deu as boas vindas ao Operário de Mato
Grosso mostrando o que, de fato, é um verdadeiro Caldeirão. Apinhados na grande
arquibancada deram o seu tradicional show, com samba e cantorias apoiando o
Time do Brasil que correspondia na mesma batida.
Conhecedor do próprio
pago, o Xavante escolheu atacar a favor do vento num presságio de que a festa
era hoje. E não deu outra. Lance a lance a boa e valente equipe de Várzea
Grande desgastava-se sem sequer conseguir ultrapassar a linha do meio de campo.
Igor, o goleiro do time mato-grossense, inadvertidamente chutava o balão para o
ar e este bailava soberbo e voltava a fustigar sua própria meta.
Por sua vez, o Brasil
empilhava oportunidade em cima de oportunidade para fazer o primeiro gol e nada
das redes balançar a nosso favor. Não nego que de vez em quando dava um arrepio
com a lembrança do tradicional “quem não faz, leva”.
Felizmente a noite era
nossa e, depois de abrir a porteira do CEOV, a boiada passou fácil e feliz. Tal
qual o vento, os gols foram muito rápidos como a atender um desígnio Divino.
Desde os primeiros minutos de jogo o Rubro Negro da Princesa do Sul foi só
ataque mas a Torcida Xavante teve que esperar até os vinte e sete para soltar o
grito de gol. Washington, numa dividida com a defesa mato-grossense abriu o
placar. Aos trinta e um Nena, o artilheiro, deixou a marca dele enlouquecendo a
Torcida Xavante. Com dois a zero a festa já era total mas aos trinta e três
Márcio Hahn recebe de Alex Amado e manda um petardo digno da ventania reinante
espichando o placar para três a zero. A loucura reinava absoluta no “estádio
mais humano do Brasil” quando aos trinta e seis Zotti, o camisa dez de
Zimmermann, decretou o congelamento total do Chicote da Fronteira.
Dos vinte e sete aos
trinta e seis foram apenas nove minutos. Tempo mais que suficiente para ficar
para sempre na memória dessa Torcida que luta desesperadamente para ver o
resgate de uma grande injustiça cometida contra o Brasil.
Estamos muito próximos
da redenção, mas ainda faltam duas grandes batalhas. O próximo adversário, além
de qualificado tecnicamente, tem as credenciais próprias de quem está
acostumado com a rotina de Brasília. Política não é o nosso forte, mas quem
quer chegar a um lugar melhor tem que passar por tudo.
Hoje o Minuano foi o
rei da noite, mas domingo o papo é outro e, mais uma vez, a Torcida Xavante se
fará presente no Bento Freitas. Oxalá a sinergia seja a marca da batida em mais
um domingo de samba, futebol e festa dessa Torcida maravilhosa que todo o mundo
conhece por Torcida Xavante – A Maior e a Mais Fiel.
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Em tempo: Obrigado meu
Deus por ter resistido ao jogo de hoje porque, quatro gols decisivos em nove
minutos, eu nunca tinha visto.
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