http://blogs.lancenet.com.br/tironi/2013/05/01/borussia-e-um-fiapo-do-futebol-romantico/
Há oito anos o Borussia Dortmund estava à beira da falência. Devia,
por baixo, 170 milhões de euros. Se desfez do estádio de seus principais
jogadores e via um futuro no mínimo sombrio pela frente.
A chegada de um novo presidente, Reinhard Rauball, ajudou na virada.
Dívidas foram renegociadas, o estádio voltou ao poder do clube, apostas
foram pinçadas no mercado em detrimento de astros consagrados… e a parte
mais feliz da história você já sabe: uma torcida apaixonada lota a
arquibancada em todo jogo; Lewandowski, Hummels, Gotze e etc vão fazendo
miséria em campo e o time está na final da Liga dos Campeões.
A chegada do Borussia à decisão do campeonato de clubes mais
importante e bilionário do planeta é um fiapo que une o futebol moderno e
super-profissional com aquilo que todo mundo tenta achar e não consegue
atualmente: uma faísca que aponte um caminho do sucesso que não seja o
de ganhar mais dinheiro, contratar os melhores e mais caros jogadores e
consequentemente levantar taças em sequência.
Longe de ser uma discussão maniqueísta. Real Madrid, Barcelona e
Bayern de Munique, os três outros semifinalistas da Liga dos Campeões,
têm torcedores tão apaixonados como aqueles que todo fim de semana lotam
o Signal Iduna Park, o estádio do Borussia. Mas também têm muito mais
dinheiro e seu sucesso dentro de campo se deve também a isso.
O Borussia, longe de ser um timeco qualquer, faz da paixão de sua
torcida um dos ativos importantes para o sucesso. Tanto que parte de sua
arquibancada é destinada à população de menor poder aquisitivo. O
ingresso para assistir aos jogos do Borussia em Dortmund são os mais
baratos entre os quatro semifinalistas.
A cada dia no Brasil temos que nos acostumar com o
hiper-profissionalismo no futebol e todas as suas novidades: estádio
virou arena, nome de estádio virou naming rights, torcedor virou
sócio-torcedor e por aí vai. Nada contra. Se os clubes brasileiros
quiserem ser competitivos em tempos de globalização, não há como seguir
na idade da pedra. Mas é bom saber que há um clube que faz sucesso,
enfrenta gigantes muito mais ricos e não faz do dinheiro sua única arma.
“O futebol não é um produto. É cultura”.
Este é o lema dos dirigentes do Borussia Dortmund.
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