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http://blog.chicomaia.com.br/2012/07/13/a-elitizacao-do-futebol-e-a-saudade-da-geral/
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A elitização do futebol e a saudade da geral
Quando se fala que o futebol está sendo elitizado, infelizmente somos obrigados a concordar.
Começou com a FIFA, exigindo estádios com assentos individuais, com adesão quase total no mundo inteiro, apesar de não ser obrigatório.
Muitos donos de estádios resistiram enquanto puderam, mas acabaram se rendendo, muitas vezes por pressão da própria torcida ou das autoridades políticas e policiais locais.
Alguns ainda resistem.
Os estádios ficaram com menos lugares, os preços dos ingressos mais caros e as redes de televisão entraram pesado no jogo, investindo fortunas nas compras dos direitos de transmissão e impondo as suas regras. A renda dos jogos, que antes eram a principal fonte de arrecadação dos clubes passou a contar pouco. Até que se tornaram reféns das TVs mundo afora e elas passaram a ditar regulamentos e horários, que em muitos casos fogem do bom senso.
Com a chegada dos canais pagos, aí é que danou tudo. Mais dinheiro para os clubes e o interesse que o torcedor opte em adquirir um pacote e fique em casa mesmo, incentivado também pelas dificuldades de se ir até o estádio: deslocamento, violência, falta de estacionamento e as demais questões. Estádios grandes para quê? Aquela imagem clássica do torcedor banguela, na geral, com o seu radinho de pilha, está cada dia mais distante. Entrou para a história, como os dinossauros extintos.
O povão agora só pode curtir o futebol pela TV aberta, pelo rádio, ou quando um bar abre o sinal do seu pay-per-wiew para a clientela.
Caro demais para um cidadão assalariado ir a um estádio. Além do preço do ingresso, a dificuldade cada vez maior para adquiri-lo.
O jornalista Rômulo Ávila escreveu um artigo sobre o assunto na revista digital Dom Total, que vale a pena ser lido:
“Saudade da geral”
O Independência nunca teve. O Mineirão tinha, mas não terá mais. Só de pensar que não teremos mais a geral nos principais estádios brasileiros, bate um misto de saudade e nostalgia.
Parei para pensar nessa perda irreparável no último final de semana, quando uma amiga resolveu levar o filho, de seis anos, ao Independência, para ver o jogo entre Atlético x Portuguesa. Depois de muito sacrifício, ela conseguiu comprar três ingressos para o setor da ‘gaiola’. Pagou R$ 100 pelos bilhetes (deu sorte ao conseguir um bilhete de meia-entrada para o filho). Um absurdo para um país como o Brasil, onde a maioria da população e, especialmente, dos torcedores recebe um salário mínimo (R$ 622).
Foi aí que tive a certeza de que o futebol popular, dos geraldinos do Mineirão, do Maracanã e de outros tantos estádios Brasil afora, é coisa do passado. Um pai de família que recebe R$ 622 não tem condições de tirar R$ 20, R$ 40 para assistir a uma partida de futebol.
Isso me fez pensar na geral do velho Mineirão. Por mais que a visibilidade não fosse a ideal, era lá que ficavam os torcedores mais humildes. Era lá que o pai assalariado levava o filho para ver o time do coração. Pouco importava se ele tivesse que ficar com a criança nas costas durante os 90 minutos, se tivesse chovendo ou fazendo um calor do deserto. Lá estavam os geraldinos, alegres e empurrando o time do coração. O clima único da geral era tão especial que muitos não trocavam o local nem mesmo por vaga na cadeira cativa.
Confesso que fiquei poucas vezes na geral, mas sempre troquei alguns minutos do jogo pelas manifestações espontâneas e únicas dos geraldinos. O Mineirão ainda está fechado para reformas visando à Copa do Mundo de 2014, mas quando for reaberto eles, os históricos geraldinos, não terão mais vez. Vão ficar apenas na memória.
Muitos desses folclóricos torcedores nem terão condições financeiras para assistir a uma partida do time do coração no Gigante da Pampulha. O esporte mais popular virou exclusividade da elite. Os últimos ingressos de geral do Mineirão foram vendidos em maio de 2010, por R$ 10 inteira e R$ 5 meia-entrada . Qualquer torcedor podia ir.
Hoje, o geraldino que quiser fazer um sacrifício para ver um jogo na Arena Independência tem que pagar, no mínimo, R$ 20 para ficar preso na ‘gaiola’, como um passarinho. Eu sei, o futebol evoluiu, ficou mais caro, muitos dizem até que se profissionalizou… . Mas, se isso é verdade, só aconteceu porque milhões de torcedores apaixonados, como os geraldinos, contribuíram para tal. A sensação de ‘assistir’ a uma partida no terceiro piso do Independência, descreve um amigo, é de estar preso, vendo o mundo nascer quadrado. Muito diferente da liberdade que a geral do Mineirão proporcionava. Que saudade da geral!
http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=2905
* Rômulo Ávila é jornalista formado pela Newton Paiva. Foi repórter esportivo durante dois anos do extinto Diário da Tarde (tradicional periódico de BH fechado pelos Associados Minas em julho de 2007). Atualmente é repórter do Portal DomTotal. Antes de cursar comunicação, foi jogador de futebol profissional. Começou no Vila Nova-MG e passou pelo futebol paulista e nordestino.
Concordo com vc e com o Rômulo, eu mesmo não tenho ido por falta de grana, pra quem já pagou R$ 2,00 para ver um jogo, pagar R$ 50,00 (menor preço) fora despesas é um absurdo, não dá para ir no estádio. Considero também que esses torcedores são os que mais empurram o time, os que mais gritam, lembro que gostava de ir na geral porque ali ninguém ficava sem cantar um segundo, era uma festa, e vai ficar na saudade mesmo. Mas lembro que muita gente contruibui para isso acontecer, e vem contribuindo, os próprios clubes, as emissoras. Lembro um comentário infeliz do seu ex-companheiro Flávio “esqueci o nome”, sem ser o Carvalho, até esqueci o nome do infeliz, num programa que tinha na Rádio Alvorada (que por sinal só falava do Cruzeiro, mas não vem ao caso) que ele ressaltou que o Futebol deveria mesmo ser elitizado, então para todas essas pessoas, está ai o resultado, o futebol elitizado na minha opinião entra para o ramo dos esportes excludentes, tais como: F1, UFC e etc.
Deve ser que o salário mínimo está menos distante da classe média. Por isso a sensação geral de aumento. Os tempos são outros. E os recentes preços de R$5 era time em recuperação. Não conta.
Agora, saudade de banguelos? Eu heim? Dentadura é o mínimo para a pessoa ter dignidade. O mundo evolui. Hoje qualquer um pode comprar uma. Existem melhores tipos de saudosismos.
Eu tenho um tio que já foi filmado nesta época romântica do Mineirão: ele corria na geral o jogo inteiro acompanhando a bola. E ainda ia e voltava a pé, comemorando as vitórias do Galo Anel Rodoviário afora.
Tempo da arquibancada de cimento, sem cobertura, que colocava 120.000 dentro do Mineirão. Se passar mais uma década, ninguém vai acreditar que um estádio de futebol podia caber tanta gente, ainda mais sem confusão.
Cara, eu frequentei demais o Mineirão quando ainda era adolescente apenas estudante ou assalariado mínimo (primeiros empregos). Lógico que pela pouca grana no bolso só ia de geral. Quando cismava de ir pra arquibancada me arrependia, pela quantidade de “playboys” e filhinhos de papai que apareciam por lá, bebendo cerveja como se fosse a primeira vez e folgando com todo mundo.
De tanto frequentar esse lugar do povão, acabei me acostumando e por fim acabava por dar preferência para a famosa geral, juntamente com meus colegas alvinegros. Tempos muito bons que possivelmente não voltarão. Além do que sempre sobrava uma graninha a mais pro tropeiro ou pra cerveja.
É um caminho chato e monótono este que o futebol está seguindo. Daqui há alguns anos, sobrará REAIS no bolso dos clubes mas faltará o torcedor verdadeiro, aquele que sempre dramatizou a paixão pelo clube, pois era tratado simplemente como torcedor e não como cliente (façam uma pesquisa e comprovem se o torcedor prefere assim do jeito que está sendo… du-vi-de-o-dó).
Saudações!!!
… enquanto isso, naquele paupérrimo país do futebol, anunciaram ontem que vamos pagar pedágio durante cinco anos, para trafegar nos trechos não duplicados (e cheio de buracos) da 040 e da 116.
O “objetivo” é arrecadar grana para duplicá-las daqui a cinco anos. Sabem para onde vai o dinheiro? Para as cuecas e, no futuro, a CUT vai ameçar colocar o povo nas ruas para defender quem puser a mão nele.
Viva o tal Vereador!
Viva qualquer Deputado Estadual!
Viva qualquer Deputado Federal!
Viva qualquer Senador da republiqueta!
Viva a CUT!
Viva o Ronaldinho! O menor e o mais insignificante dos nossos problemas. Acho que ele, mesmo não jogando nada ainda – nem sei se jogará – já deu, sim, nova cara ao time do Atlético (opinião de americano).
Viva o lixo em que estão transformando este Brasil com o aplauso de quase 85% dos cidadãos!
Com todo respeito, mas não tenho nenhuma saudade da geral. Sempre foi um péssimo lugar para se ver os jogos, antes e depois do aumento de tamanho das placas de publicidades. Por outro lado os preços estão mesmo salgados. Penso num meio termo, MELHORA DE RENDA PARA A POPULAÇÃO E REDUÇÃO SENSÍVEL DE ALGUNS PREÇOS.
Abraços
Lamentável a decisão da Administradora do Estádio Independência, que simplesmente decidiu não resolver o erro que ridicularizou nacionalmente não só o estádio do Horto, mas os Engenheiros, a construtora, a Administradora do Estádio e até o Governo de MG.
Fosse em um país sério, o estádio seria interditado até uma solução. Mas como estamos no Brasil, estamos vendo um “empurra com a barriga” inacreditável. Mais um, entre tantos, desrespeito com não só com o torcedor, mas com o cidadão de forma geral, afinal o estádio foi reformado com dinheiro público. Quem quiser ir ao estádio, e for naquele setor, o máximo que fizeram foi abaixar (?) o preço do Ingresso. Quer dizer, o erro existe, mas vai ficar assim. E ponto final. Por estas e por outras não acredito no Brasil.
e como a população cresceu e cresce em rítmo acelerado, muitos são excluídos, é a inflação no futebol ditando as regras e valorizando os que tem poder aquisitivo, ainda bem que temos a alternativa da TV, artígo de luxo no meu tempo de criança.
Alguns vão vir com aquele papinho isso é preconceito……….
Mas no fundo sabem que é a pura realidade.
Ha não sei quanto tempo,eu havia lhe um e-mail comentando desta “segregação” e diminuição dos estadios e crescimento dos torcedores “numerados” nestes pacotes de socios torcedores.
Com a cidades cada vez maiores,quanto menores os estadios,melhor,eleva se o preço dos ingressos e serviços,vende se mais pacotes de tv e por ai vai..
Torcedor comum.sem cartão de fidelidade,não é torcedor,virou simpatizante.
Se o cidadão não quer estudar, trabalhar, ter boa receita e condições de pagar por um “supérfluo”, vá morar em um país comunista!
Agora, no Brasil, há uma camada da população que passou na escola “colando”, trabalha em algo sem qualquer esforço ou risco, e quer entrar em um estádio de R$1 bilhão pagando R$2,00, para ver um jogador que ganha R$300mil/mês em um espetáculo. E acha que a conta tem de ir para o “governo”, que tem de prover diversão para ele, às custas do dinheiro “público” (que, evidentemente, vem de uns poucos da “classe média” que não consegue evadir impostos). Felizmente, o subsídio está acabando!
Vejo aqui neste espaço, muitos aplaudirem a elitização do futebol. Pois bem, penso que este é apenas o começo do fim. A “paixão nacional” será apenas de alguns afortunados que podem gastar algumas centenas de reais para irem aos “luxuosos estadios”, com cadeiras (eles não querem botar a bunda no cimento), sem tropeiro (coisa de pobre), com copo de agua mineral a R$ 5,00 (coisa de rico), se tem pontos cegos é porque aqueles pobres torcedores ficam de pé. Rico tem que assistir futebol sentado, a emoção não deve mais existir.
O governo que construiu e reformou estadios com o nosso dim dim, deveria sim, criar formulas de levar o povão (os que verdadeiramente pagam impostos), pois não há nenhuma obra neste pais que não tenha sido construida com nosso suado dinheiro.
Aos ricos tudo, aos pobres, somente o direito de votar.
Vamos acordar………….
Outro Detalhe: A média de público dos jogos de vôlei da última Superliga foi maior que a média dos campeonatos estaduais.
Há aqueles que acham que houve uma supervalorização do futebol e entendem que é um absurdo compará-lo com outros espetáculos cuja frequência é casual, como casas de teatro, shows, etc… enquanto há em média 3 ou 4 jogos por mês do clube em casa, chegando na casa dos 30 jogos por ano.
É uma comparação cínica, onde os próprios clubes estão cansados de se pronunciarem e balbuciarem que as bilheterias não mais são as principais fontes de renda. Patrocinadores e investidores estão anos-luz à frente.
Fica claro também, aqueles que se julgam “elite” e que por isso exprimem a clara e manifesta vontade de selecionar as pessoas que irão compartilhar com o mesmo um evento público (vejam bem, eu disse EVENTO PÚBLICO).
E não posso deixar de opinar sobre a opinião do Leandro (14 de julho de 2012 às 10:07), a qual classifico como absurda.
Claro Leandro, os acontecimentos que vc citou (”arrastões,brigas no centro,confusões no estacionamento”) ACONTECEM TODOS FORA DO ESTÁDIO, onde sempre haverá esse tipo de marginal (os mesmos sempre agem do lado de fora e não há nada que os impeça de rodearem os estádios). Qualquer um sabe que esses malfeitores cercam os grandes eventos a procura de vítimas, independente de adentrarem ao local do evento.
Francamente!