15 de janeiro está chegando e trás consigo amarga lembrança. Aquela curva faz-me meditar sobre o quanto amo o G. E. Brasil e consequentemente quem honra esta gloriosa Camisa. Numa luta interna, tento transformar esta tragédia num louvor a quem derramou seu sangue servindo a este Rubro Negro querido. Cláudio Milar, Régis e Giovani merecem nossa eterna gratidão e por isso entendo que devemos sim marcar esta data. Foi algo extremamente dolorido e nos marcou para sempre. Vivenciar este momento a cada ano, nos leva a meditar sobre esta paixão que, ao mesmo tempo que nos consome, nos eleva acima da média e nos coloca na linha de frente das Torcidas mais apaixonadas do Brasil. Sei que para a família de nossos bravos a dor não tem fim mas esta tragédia nos pôs à prova e enquanto não alcançarmos um lugar de destaque no futebol gaúcho e nacional não podemos ficar em paz. E isto não é apenas por nós mesmos, mas principalmente por estes anjos que tombaram tendo como mortalha a Camisa Xavante. Devemos inclusive, começar a pensar numa forma de eternizá-los num monumento erguido em nosso Estádio. Dia 15 de janeiro, eu estarei com a minha melhor Camiseta em honra de Cláudio Milar, Régis e Giovani.
Cláudio Milar
Régis Gouvea Alves
Giovani Guimarães
Claudio Milar, Régis e Giovani – Os Arcanjos Xavantes
Arcanjo: Anjo da Ordem Superior; o Primeiro dentre os Anjos.
Roberto Claudio Milar Decuadra, o Arcanjo Xavante predestinado a fazer gols, com certeza, tornou o Time Celeste imbatível. Não me surpreenderia em saber (através de um mensageiro) que o próprio Mané Garrincha esteja dando um tempo na reserva. Sim, porque no primeiro escanteio que Milar fosse bater, todos os camisa 7 passariam a reserva.
Com a chegada de Claudio Milar ao Paraíso, São Pedro passou a ter trabalho dobrado; todos os atletas que estão no Purgatório aguardando sua vez de entrar, passaram a pressionar, querendo ver os dibles, a seriedade e a alegria que nós Xavantes estávamos acostumados a curtir. O próprio "chefão da turma de baixo", alegando ser dos vermelhos, ajoelhou-se com a maior cara-de-pau, jurando se redimir (Agora já era...), na ânsia de ver um dos muitos gols de Milar.
No dia 6 de abril de 1974, ao nascer, o atacante uruguaio surpreendeu sua parteira, pois antes mesmo da palmada preparatória para a vida, ele gritou: Gooooooool! Desde aquele instante os campos do Uruguai, da Argentina, da África, de Israel, da Polônia e do Brasil já sabiam da garra, da habilidade e do amor que transcenderiam a vida terrena. No País do Futebol ele jogou em times do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Entre todas essas plagas, a Princesa do Sul - Terra Xavante foi a escolhida. Na casa do primeiro campeão gaúcho ele instaurou seu reinado. Foram 208 jogos com a camisa Rubro-Negra. Entre um chimarrão e outro marcou 110 gols a favor da "Maior Torcida do Interior".
Só em 2004, foram 33 gols e a consagração perante a Torcida Xavante, tornando-se o maior artilheiro em uma única temporada da história dos campeonatos gaúchos.
Claudio Milar, um predestinado, honrou sua terra natal e engrandeceu o chão onde tombou. Era um cidadão de dupla nacionalidade, confirmando as raízes do povo uruguaio e dos gaudérios dos pampas. Sendo um uruguio/brasileiro, sempre será lembrado com carinho por essas duas pátrias.
O testemunho, quase unânime, daqueles que conviveram com Milar é recheado de palavras belas como foi a vida dele: "Simples, carismático, excelente ser humano, atleta exemplar..."
O testemunho, quase unânime, daqueles que conviveram com Milar é recheado de palavras belas como foi a vida dele: "Simples, carismático, excelente ser humano, atleta exemplar..."
Nesse momento sinto um aperto em meu coração... Tento mandar a dor para escanteio e eis que vislumbro aquele lance magistral: o goleiro, coitado, estapelado na grama... A bola, linda, bela, sorridente, mansamente aconchegando-se no cantinho da rede... Essa, num suave bailar, qual ondas em noites calmas, diz discretamente: esse gol é do Milar!
Milar não apenas jogou no G. E. Brasil. Esse Arcanjo goleador, sorriu, suou, sangrou... Deu-nos o exemplo da serenidade nos momentos difíceis. Mostrou o caminho da esperança de um futuro campeão. Suas atitudes sempre foram claras. Determinado que era, selou seu testamento: "Vou encerrar minha carreira aqui no Xavante".
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“Para ser Xavante não basta uma vida”, disse Lauro Junior quando daquele fatídico acidente. Esta frase, além de representar perfeitamente o Torcedor Rubro Negro, parece estar grafada diretamente para Régis Gouvea Alves.
Guapo, ao estilo gaúcho, cheio de energia, decerto dedicaria tantas vidas quantas tivesse para honrar a camiseta que lhe serviu de mortalha. Este Arcanjo Xavante é digno dos melhores zagueiros criados na Baixada e defenderá o firmamento com a mesma garra com que entrava em campo. Firmeza, raça e coragem sempre foram marcas a lhe destacar entre todos os companheiros de equipe.
Apesar da estatura baixa, 1,79m, sua principal característica era a impulsão. A perícia na jogada aérea o levou a marcar muitos gols e 2007 foi o seu grande momento, quando conquistou o Vice-Campeonato da Copa Amorety da Federação Gaúcha de Futebol. Esta conquista deu ao G. E. Brasil o direito de participar da Série C do Campeonato Nacional consolidando um sonho da grande Nação Xavante. De 2004 a 2009, o Arcanjo Defensor jogou 177 partidas para a alegria da Torcida Rubro Negra.
Nascido na Princesa do Sul a 3 de junho de 1980, Régis viverá eternamente no coração da Massa Rubro Negra. Sua luta não tombou naquela curva fatídica, pois o seu sorriso sempre nos trará boas lembranças.
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Giovani Guimarães, Arcanjo da preparação física, direcionou sua carreira para a arte do aprimoramento atlético dos profissionais de futebol. Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas no ano de 2001, fez Pós-Graduação na PUC da Capital gaúcha em 2003. Por ocasião de sua partida, Giovani estava selecionado em primeiro lugar para cursar Doutorado em Educação Física.
Suas mãos eram certeza de vitória e graças a elas, conquistou o título de Campeão Gaúcho da Segunda Divisão pelo E. C. São Paulo de Rio Grande no ano de 2000. Em 2003 foi a Ulbra F. C. da cidade de Canoas quem colocou esta mesma faixa no peito e consagrando-se definitivamente, Giovani Guimarães foi Vice-Campeão Gaúcho pelo time da Universidade Luterana em 2004.
Um grande atleta que decidira ser treinador de goleiros. Apaixonado por tudo o que fazia, começava a consolidar sua carreira de preparador no G. E. Brasil. Nasceu em 18 de maio de 1968 e deixou um exemplo de dedicação e foco em tudo o que empreendeu.
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Longe de nossa compreensão, Deus uniu definitivamente Cláudio Milar, Régis e Giovani. Um grande atacante, um aguerrido zagueiro, um dedicado preparador físico, como a indicar a espinha dorsal da Seleção Maior. Para nós, uma inesquecível derrota; para Deus, três Arcanjos a comandar o sentimento da Nação Xavante.
2009 e aquela curva da RS471 com a BR-392 ficaram para trás. Cláudio Milar, Régis e Giovani estão para sempre na memória da Torcida do G. E. Brasil. Três vidas romperam-se para que um grande elo fosse forjado na sinergia da paixão Xavante.
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Embora acreditando que esta inesquecível tragédia tornar-se-á uma das grandes bandeiras da Nação Xavante, não há como fugir da tristeza e da melancolia ante o acontecido. Rendo minha solidariedade às famílias de Cláudio Milar, Régis e Giovani, berço destes Anjos que honraram a camisa Xavante e cerro fileira com aqueles que querem uma demonstração maior da parte do G. E. Brasil e sua magnífica Torcida para perpetuar a imagem de nossos ídolos.
Hoje (15 de janeiro de 2012) estive no Bento Freitas e ante o silêncio do campo vazio, senti o quanto era bom ver nossos Arcanjos suando em campo para que tivéssemos a alegria de extravasar nossa paixão. Que Deus abençoe a todos que sofreram e ainda sofrem estas perdas.
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Embora acreditando que esta inesquecível tragédia tornar-se-á uma das grandes bandeiras da Nação Xavante, não há como fugir da tristeza e da melancolia ante o acontecido. Rendo minha solidariedade às famílias de Cláudio Milar, Régis e Giovani, berço destes Anjos que honraram a camisa Xavante e cerro fileira com aqueles que querem uma demonstração maior da parte do G. E. Brasil e sua magnífica Torcida para perpetuar a imagem de nossos ídolos.
Hoje (15 de janeiro de 2012) estive no Bento Freitas e ante o silêncio do campo vazio, senti o quanto era bom ver nossos Arcanjos suando em campo para que tivéssemos a alegria de extravasar nossa paixão. Que Deus abençoe a todos que sofreram e ainda sofrem estas perdas.
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