Tche! Não está fácil
organizar a agenda de entrevistas. Chamar de entrevista é meio forte eu sei. Na
verdade trata-se de uma conversa ao pé da orelha onde cada um dos que por aqui
passam contam um pouco de sua História na sublime jornada de acompanhar o G. E.
Brasil País afora.
As recordações, às
vezes, atravessam gerações. Netos e bisnetos narram o que ouviram no seio da
família. Tios e amigos também passam oralmente as façanhas há tanto tempo
vividas. Hoje muitos jovens sabem de onde vem esta paixão que sentem pelo
Xavante e acrescentam ao que receberam na família suas próprias aventuras e
assim contribuem também para o crescimento da fé no “Clube do Povo”.
Mais de um século se
passou desde que Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito deram o seu grito de
liberdade e fundaram o G. E. Brasil naquele sete de setembro de mil novecentos
e onze. Títulos vieram e derrotas aconteceram sedimentando uma força rara nos
campos do continente.
A partir da Princesa do
Sul, conquistou o Estado gaúcho sendo o primeiro Campeão depois de uma
sensacional vitória contra o Grêmio Foot Ball Portoalegrense por cinco a um em
pleno Porto Alegre. Era o ano de mil novecentos e dezenove e a saga Rubro Negra estava só começando.
Ainda no século passado
singrou mares até a antiga Capital Federal. No Rio de Janeiro, disputou aquela
que talvez seja a primeira competição nacional. Foi em mil novecentos e vinte,
quando juntamente com o Fluminense F. C. (campeão carioca) e o C. A. Paulistano
(campeão Paulista) o G. E. Brasil participou de um torneio organizado pela
então Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da hoje CBF.
O resultado maior dessa
disputa, além do troféu recebido e da consagração natural que tamanho convite
gerou, foi a convocação para a Seleção Brasileira do atleta Alvariza, do G. E.
Brasil. No jogo Chile zero Brasil um em Viña del Mar, Ismael Alvariza marcou o
gol da vitória brasileira entrando para a história. Além de ser o primeiro
gaúcho convocado para defender a “Canarinho” foi também o primeiro jogador do
Rio Grande do Sul a marcar pela Seleção Brasileira.
E por aí vai esta
História repleta de feitos.
Em mil novecentos e
cinquenta e seis o G. E. Brasil sacode o continente americano com a épica
“Excursão pelas Américas”. Foram vinte e oito partidas em nove países, das
quais ganhou dezesseis, empatou seis e perdeu apenas seis jogos. Fez setenta e
cinco gols e sofreu cinquenta.
Até hoje nenhum time
brasileiro fez tamanha façanha e incluo aqui o fabuloso Santos de Pelé. De
lambuja, no dia quinze de julho o Xavante venceu o Olímpia do Paraguai, que não
perdia há dezoito anos para clubes estrangeiros em seu estádio, por três a dois.
Com início em quatorze
de julho, esta façanha do G. E. Brasil terminou em quatro de outubro de mil novecentos
e cinquenta e seis, totalizando cento e quatro dias de excursão numa maratona
até hoje não igualada por clube algum no País.
E por aí vai: em
cinquenta, o Brasil ganhou por dois a um da “Celeste” em pleno estádio
Centenário, no Uruguai; em oitenta e cinco, sacudiu a Nação naquela espetacular
vitória contra o Flamengo de Zico, Zagalo e uma infinidade de craques; e, no
ainda quentinho dois mil e quinze, calou o Castelão trazendo para o Bento
Freitas a tão sonhada classificação para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Estes são versos de um
Clube guerreiro. Forjado na luta e no amor de sua Torcida. E é isto que nos empolgou
a ponto de enfrentar o desafio de procurar outras histórias. Aquela história
guardada no coração de cada um que participou um pouquinho que seja da
metamorfose que transformou aquele clube surgido após uma “briga” na cervejaria
no autêntico representante do Interior gaúcho.
“Conexão Xavante – O
Canal do Torcedor” vem somar aos inúmeros canais do youtube e páginas do
facebook e narrar, história a história, a emoção vivida pelo ente maior dos
acontecimentos que consagraram o G. E. Brasil. O Torcedor Xavante, este ser profetizado
por boca adversária e que fez jus a analogia com a guerreira tribo dos Xavantes
lá das bandas mato-grossenses.
Curta, compartilhe,
prestigie; numa dessas, você é o centro das atenções testemunhando mais uma
façanha daquela que é disparada “A maior e a mais fiel” Torcida do Interior do
Rio Grande do Sul.
Xavante Munhoso em entrevista a RBS (17.04.15)
logo após a demolição das velhas Arquibancadas
do Estádio Bento Freitas.
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