quinta-feira, 26 de março de 2015

Alta Fidelidade

Em território xavante,
jogo do Brasil contra o Flamengo pela Copa do Brasil vira celebração ao ato de torcer.



POR DANIEL CASSOL

Se pudesse escolher em vida, o republicano e abolicionista Álvaro Chaves optaria por esquinar com a Princesa Isabel em sua cidade natal Pelotas, no portão de entrada de uma festa popular arrabaleira, em vez de dar nome a um conduto forçado de 60 milhões de reais na capital do Estado. O militar Bento Martins teria visto mais sentido em lutar nas guerras do Prata, dos Farrapos e do Paraguai se soubesse que viveria com a Redentora numa confluência de churrascos, pagodes e destilados em meia garrafa. O português José Antônio Moreira teria descansado em paz naquela primavera de 1876 se soubesse que, além da sorte de ter recebido grandes glebas de terra no sul do Brasil e o sonoro título de nobreza de Barão do Butuí, a posteridade ainda lhe reservaria uma esquina com João Pessoa no epicentro de uma celebração pagã ao som de Raça Negra.
Os personagens do Império e da República Velha emprestam seus nomes às fronteiras do que se transforma, na República Peemedebista, em território xavante a cada partida do Brasil de Pelotas. A rua Álvaro Chaves delimita o início da concentração. Os ambulantes dispõem suas tendas ao longo da Princesa Isabel e os torcedores se esparramam pela Bento Martins e pela João Pessoa até o limite lateral demarcado pela Barão do Butuí, de onde parte a charanga em um dos rituais ali celebrados. Em dias de jogos, aquele naco do bairro Simões Lopes Neto vira um altar no qual os xavantes cultuam não o time, necessariamente, mas o fato de torcerem por ele.
Pois escuite.
Foto: Daniel Cassol
Não eram bem duas horas da tarde de quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015, quando um sujeito que assava uma costela na rua Princesa Isabel chamou uma breve convenção entre os comensais e decidiu vestir sua fantasia de Papa. Improvisou um discurso com solenidade ébria.
O Flamengo pode ter a maior torcida do Brasil, mas a mais fiel é a do nosso xavante. A gente não vive por títulos, vive por paixão ao time. Meu pai sempre falou: ser Brasil é pior que ser corno. Da mulher tu deixa. Do Brasil, jamais.
O grupo do Papa foi um dos primeiros a demarcar seu lote no território xavante naquela tarde mormacenta. Às dez da noite, Brasil e Flamengo jogariam pela Copa do Brasil, reeditando o confronto histórico do Campeonato Brasileiro de 1985, quando cerca de 20 mil xavantes estufaram o Bento Freitas para ver Davi acertar um bodocaço no melão de Golias, que contava com os reforços de Zico, Mozer, Andrade e Bebeto. Era só história, o resultado da partida mostraria logo depois.
Um homem se apresentou com ares de autoridade: sou o cara do grito. Era conhecido por percorrer a arquibancada gritando rubro-neeegro bem forte, como se guardasse um amplificador na caixa torácica. Enquanto ainda havia pouco movimento na Princesa Isabel, um lutador espancava um saco de areia, treinando para competir em uma versão interiorana do UFC. Mais tarde, a garagem se transformaria em bar e sanitário. O latão de Brahma a cinco reais era mais caro que a média do mercado, mas dava direito a acessar o banheiro — ou o que restou dele lá pelas tantas. Valia a pena, de qualquer forma.
Ainda havia serviço dentro do estádio. Homens instalavam alguma coisa no placar eletrônico, outro soldava placas, pedreiros ultimavam um concreto, enquanto um senhor gordo arrumava com paciência as carnes de porco nos espetinhos já no fogo, mesmo cedo da tarde. Não se questiona a ciência de um assador. Do lado de fora, senhores de meia idade que caminhavam a esmo pelas redondezas tentavam ser gentis com uma produtora do Sportv:
A senhora não vai esquecer isso aqui.
Foto: Daniel Cassol
Jovens integrantes de uma torcida organizada dobraram a esquina carregando um tanque de lavar roupa para efeitos de churrasqueira. Focos de brasas se esparramavam pelo território xavante, já tomado pelo rubro-negro das camisetas e bandeiras. Bares eram instalados nas garagens das casas e nos porta-malas dos carros. Um vendedor mais preparado vendia caipirinhas: a melhor de Pelotas e região. Seda cor do batom, arco-íris crepom, nada vai desbotar, brinquedo de papel marchê. Era João Bosco no pagode da Bento Martins. Sempre pensei que fosse papel machê.
A abertura dos portões estava marcada para as sete horas, mas antes das cinco já havias filas consideráveis. Encostado num portão, um senhor disse que só estava ali para olhar o movimento: ficava muito nervoso nos jogos do Xavante e tinha decidido se aposentar da arquibancada. No meio da multidão, um senhor de 80 e poucos anos ostentava uma bicicleta azul e brinquedos de madeira. Ao câmera da GEB TV, deu o serviço completo sobre sua trajetória e sobre a partida de 1985:
Fui no Maracanã e vim aqui na Baixada.
Meus nenês eram tudo pequenininhos, hoje já estão uns homens.
E esses caminhões eu faço há 33 anos e até pros Estados Unidos já vendi.
Foto: Daniel Cassol
Valmir Louruz, técnico do Brasil em 1985, foi recebido por um folclórico gandula do Bento Freitas, também presente na vitória sobre o Flamengo. Trocaram piadas sobre a partida. O gandula não gosta do apelido, logicamente, mas todos o chamam de Três Cu (pode tirar, se achar melhor).
A tensão começou a subir depois que deu sete horas e os portões não foram abertos. Um drone sobrevoou a rua e um grupo de adolescentes cantou, mirando o céu, a versão rubro-negra para Rádio Pirata, do RPM, uma das tantas músicas que ficariam grudadas na mente pelas semanas seguintes. No underground repousa o repúdio. Uma senhora trouxe o neto em um carrinho de bebê, só para observar a movimentação. Um pônei vestido de azul e amarelo cruzou a multidão rubro-negra e não foi mais visto.
Vinha um zunido da esquina entre a João Pessoa e a Barão do Butuí. Sobre um palco improvisado na traseira de uma Fiorino, uma dupla de músicos tocava Cheia de Manias, do Raça Negra, para uma pequena multidão que se abastecia de cerveja no bar mais bem equipado da região. Se estou na sua casa, quero ir pro cinema, você não gosta. Jogo do Xavante, você adora. Quem sabe faz ao vivo.
No caos musical dos arredores da Baixada, a charanga começou seu aquece do outro lado da rua. É o primeiro grande ritual pré-jogo da torcida do Brasil. Avançou sobre a João Pessoa e fez uma grande performance na frente do portão principal do estádio, sob o comando de um grave mestre de bateria, que parecia levar a sério seu ofício. Tiozões em transe tocavam tarol, surdo e frigideiras. Ao comando da charanga, a turba começou a cantar uma sequência musical que passou pelo hino do Brasil e terminou em um axé anos 90 não identificado — que parecia Luiz Caldas num primeiro momento, mas deve ser algo entre Asa de Águia e Chiclete com Banana.
O ônibus da delegação despontou na Barão de Butuí, no último grande ritual antes que todos decidissem entrar no estádio. Foi difícil para o coletivo avançar sobre o mar de gritaria, batucada e sinalizadores. Em outros tempos, os jogadores desciam no meio da torcida, agora uma corda delimita uma área para o estacionamento — e todos respeitam, mesmo que seja apenas uma corda. E dá-lhe RPM.
Ao final do processo, surgiu na rampa que dá acesso às cadeiras, entre carregado e empurrado pela torcida, um Bira visivelmente transtornado. O autor do primeiro gol contra o Flamengo há 30 anos conseguiu emendar uma frase:
Cara, eu já estou assim, em prantos, porque não tem,
não tem time no mundo que faça o que eles estão fazendo.
Foto: Daniel Cassol
Não é importante, mas teve o jogo também. Quem assistiu à partida pela televisão sentiu a torcida xavante muito quieta. Talvez tenha sido pelo desgaste da festa do lado de fora, ou talvez porque o jogo não ajudava. Depois de uma breve pressão inicial do Brasil, o Flamengo passou a dominar o jogo e fez o primeiro gol com Alecsandro, numa falha do zagueiro Ricardo Bierhals. Como é o futebol: em 1985, Bira abriu o placar numa falha tremenda da zaga flamenguista. Veio o segundo tempo, e Pará ampliou, placar que eliminava a necessidade de um jogo de volta no Maracanã.
Os torcedores posicionados no centro do campo assistiam a tudo sujos de pó vermelho expelido pelos extintores de incêndio na entrada dos jogadores em campo. Crianças se agarravam no alambrado e descarregavam xingamentos. Badico, artilheiro dos times do interior e hoje técnico do Farroupilha, de Pelotas, passou a torcida em revista. Um pedaço da arquibancada caiu, outro foi interditado. Um torcedor atribuiu o primeiro gol do Flamengo à falta de concentração provocada pela questão da arquibancada. Um homem irrompeu a roda de amigos e elaborou um comentário:
- O jogo está bom, só que tomamos um gol trouxa.
- Dois gol trouxa, corrigiu um amigo.
- Bah, nem vi o segundo gol. Estava bebendo.
A falta no último lance do jogo todo mundo viu. Demorou um tempo até que as coisas se ajeitassem e Rafael Forster fosse autorizado a cruzar a bola para dentro da área do Flamengo. O centroavante Nena subiu alto na segunda trave e o clichê acaba sendo inevitável. Com Nena, subiram todos: o Papa xavante, o lutador, o homem do grito, o sujeito que não viu o gol porque estava bebendo, o senhor do caminhão, Valmir Louruz, Bira, o mestre da bateria, o tocador de frigideira, Três Cu, a mãe com seu filho de colo, o vendedor de capas de chuva, o assador, as mulheres, as crianças e os velhos xavantes de todas as cores. O gol provocou uma situação inusitada. O Brasil saía de campo derrotado, mas os torcedores festejavam a sobrevida na competição e a chance de mostrarem, no Maracanã, que o que importa é jamais abandonar.
Veja e reportagem em vídeo da festa xavante no dia da partida entre Brasil e Flamengo. Não esqueça de selecionar a opção em HD:

sábado, 21 de março de 2015

O Maracanã precisa do Xavante

Por Fabrício Cardozo

Pelotas há muito não comporta a quantidade de energia nos braços e cérebros de seus filhos. Milhares, com o coração em frangalhos, se jogam Ponte do Retiro acima. Há quem culpe os acanhamentos da economia. Eu, com a autoestima mais alta que o terraço do Banco do Brasil da Lobo da Costa, entendo como excesso de sagacidade no povo. Talvez nem Londres, Paris, Nova York e outros vilarejos fossem capazes de absorver tanta gente boa. Saímos pelo mundo em missão quase sacerdotal, pelo bem de quem vai nos receber. O resto é saudade.
Pois uma conversa recorrente entre pelotenses desgarrados gira mais ou menos assim:
– Tchê, tens ido a Pelotas?
– Tenho.
– Que tal?
– Sempre volto de lá deprimido?
– Por quê?
– Ah, sei lá, a coisa parece que não anda. O sujeito fica lá, morando na mesma casa, fazendo as mesmas coisas, examente como 20, 30 anos atrás. Só muda o cabelo, que fica mais branco ou então desaparece.
Vejo aí uma confusão entre permanência e decadência, que termina por ser injusta e contraditória. Não tenho orgulho do mesmo esgoto a céu aberto, do mesmo buraco de rua na mesma rua sem pavimentação, tipos comuns da paisagem local. Mas nutro um profundo respeito existencial por quem decidiu ficar. Jamais os vi frustrados, pelo menos por esta opção. Quem deixa nossa pasmaceira úmida, por sua vez, se mete num jogo asfixiante. Trabalha-se loucamente em sacrifício do tempo na companhia das únicas pessoas que se importarão conosco quando o mercado se cansar da gente. Giramos uma roda insana atrás… de quê, mesmo?
***
Vinha mergulhado nestes pensamentos às 19h de 18 de março de 2015. Queria entender por que um choro fermentava na altura da garganta desde que, duas horas antes, eu pusera os pés no Rio de Janeiro. Só interrompi a viagem porque o metrô carioca vertia pessoas pelas janelas, quase literalmente. Tive a impressão de ver alguns passageiros com a bochecha achatada no vidro da porta, tal a pressão da multidão no vagão.
Num movimento de extrema coragem, entrei na Linha 2 do Metrô carioca, em direção a Pavuna, rogando por chegar vivo ao Maracanã. Apertado como bota de gaúcho com meia soquete, ainda ouvi a flauta de um flamenguista, que reconhecera o distintivo do nosso amado clube ao meu peito.
– Vocês afinaram lá, hein?
– Pois é. Mas já estamos orgulhosos de estar aqui – desconversei com humildades cínicas, mantido naquele firme propósito de chegar com vida ao Maracanã.
Na estação do estádio, abri caminho com os ombros para conseguir descer do trem. Parei ali na plataforma, para recuperar o ar. Foi quando ouvi o apito anunciando a partida da composição. Dei dois passos para trás e, com o pulmão já reinflado, gritei para dentro do trem.
– Dá-lhe, Xavanteeeeeeeeeee!!!!
Depois desta imprudência, tive certeza que voltaria vivo para casa.
***
Meus pensamentos, aqueles entre o ficar e o partir, ressurgiram diante do primeiro rosto pelotense encontrado nas cercanias do Maracanã. Era meu amigo, colega dos tempos de Zero Hora, o meio fotógrafo e meio poeta, mas ambos talentos integrais, Nauro Júnior. O cara tinha vencido 1,8 mil quilômetros entre as duas cidades maravilhosas a bordo de um Fusca. Tudo para registrar o Xavante contra o Flamengo.
Comecei a entender então o que aquela noite representaria. O Nauro resolveu ficar. O Nauro ousou viver mais com menos. Na mão dele, os objetos se humanizam, ganham nome. Poderia ter um carro zero, mas prefere o Segundinho. Não tenho testosterona para bulinar carros como ele, mas reconheço a beleza desta relação num tempo de culto ao descartável. É um jeito de viver que mimetiza Pelotas como cidade e como espírito.
Não quero bancar o hippie, criticando as ambições que movem o mundo. Sem elas, o computador que ora nos une não existiria. A humanidade tem uma dívida assombrosa com os inquietos de todos os quadrantes. Mas há um outro jeito de se levar a existência. É urgente que reconheçamos a beleza de se estar.
No intervalo do jogo, flanando de contentamento com nosso empate heroico e o embate de igual para igual contra o Flamengo, encontrei o Pé Grande do Fragata na copa do Maracanã, um amigo desde os idos em que a distância não me obrigava a ficar longe da Baixada. Depois de mandar ver num pacote de biscoito Globo, subimos pela rampa que nos reconduziria às arquibancadas. Deparamos então com uma vista apoteótica do distintivo do Brasil de Pelotas no telão do, apesar das reformas cosméticas, ainda o mais mítico estádio do mundo. Mirei nos olhos do Pé, que estavam como os meus, cobertos por aquilo Chitãozinho e Chororó chamam de nuvem de lágrimas.
Como era bom ter chegado até ali, sem jamais ter entendido que a única coisa que faz sentido é chegar ali. As emissoras esportivas ficaram embasbacadas com a alegria da xavantada ao término do jogo. A torcida do Flamengo nos aplaudia. Os jogadores deles nos elogiaram. Tive dó deles, tive dó de mim. Estamos todos vitimados pela falsa noção de sucesso.
O mundo precisa desta especialidade, meio pelotense, meio platina, de encontrar o suficiente naquilo que os outros insistem em achar pouco.
Por isto, como bom pelotense que cruza a Ponte do Retiro, o Xavante fez mais bem ao Maracanã do que o Maracanã fez ao Xavante.
***
Nota de rodapé: Deitado como um mendigo na frente do Santos Dummond, à espera do voo de volta para casa, perdi (ou furtaram) meu celular.
Um jornada que nos recomenda o desapego das coisas que se compram só poderia ter terminado assim.

Comentários:

  • Antonio Luiz Munhoso ·  Quem mais comentou · Colégio Municipal Pelotense
    Termino de ler este texto entre o bem e o mal. Não sei qual o sentimento mais forte porque sequer consigo enxergar as teclas direito. Inenarrável de emoção. Cada vez mais contaminado pela inveja, Tive sonhos de partir, mas optei por cuidar daquela que me gerou. Na verdade não fiz tudo que deveria porque muito cedo fui contaminado por este vírus que nem a ciência consegue decifrar. Há quem diga que ser Xavante é doença, mas começo a entender tratar-se de força sobrenatural. Sim porque só uma Luz Divina para levar alguém a profetizar “O Maracanã precisa do Xavante”. E o Fabrício Cardozo está certo porque, mesmo com milhões de reais gastos nesse Templo do Futebol e em tantos outros estádios do Brasil, precisou um clube do interior gaúcho, ungido por uma Torcida maravilhosa, atravessar o País para mostrar que não há distância capaz de impedir seus apaixonados de assistir um jogo. Entre Nós (Xavantes) corre solto o termo “inveja branca”. Foi a maneira que achamos para, ao mesmo tempo, desejar felicidades, parabéns, aos que conseguem vencer obstáculos financeiros ou profissionais para acompanhar Nosso Time e lamentar a pena que nos é imposta por ficar apenas no radinho, na internet ou na tv que sofaniza cada vez mais seres que perdem o prazer de estar em uma arquibancada. A força do texto de Fabrício resgata sentimentos que às vezes fica ali quietinho no fundo da alma. Bem coisa do futebol mesmo e quando menos se espera, há mais de mil e oitocentos quilômetros, nos damos conta que o nosso G, E. Brasil e sua maravilhosa Torcida estarão sempre ali, na fronteira da vitória, prontos para assumir de vez o seu lugar na Galeria dos Campeões.
    • Ramiro Curi de Lemos · Ufpel
      Meu prazer é ver o Xavante se apresentar(nosso time não joga,ele se apresenta).o resultado se for de vitória,muito melhor,mas se não for,tambem não é o mais importante,pois importante é ver o clube representado dentro do campo pelo time.Quero é ver nossos representantes,via de regra guerreiros,lutando e nossas camisas em movimento dentro das quatro linhas.E nossa torcida,gritando,pulando,fazendo festa.Ah,e em qualquer lugar que ele jogar,estaremos.Pois dessa vez foi no Maracanã e foi para lá que fomos e foi lá mesmo,naquele templo diante da maior torcida em número de integrantes,que fomos e saímos aplaudidos e admirados.Tem que olhar,prá aprender......
      • Marcio Neves ·  Quem mais comentou · Trabalha na empresa ZOPONE ENGENHARIA - REGIONAL POA
        Lembro de 1996 em Porto Alegre no jogo contra o inter que perdemos de 4x1 e os 5 mil xavantes que lá estavam não arredavam o pé do Beira rio fazendo festa, parecia que havíamos sido campeões, os refletores já apagados e a garra xavante simplesmente não parava. Lembro de ouvir o locutor Aroldo de Souza da rádio Guaíba ir as lágrimas dizendo assim: - Eu não acredito no que os meus olhos vêem e no que meus ouvidos escutam, pois estou diante de um fenômeno chamais visto no Gigante de Beira Rio, os rubros negros pelotenses são goleados com 4 gols e fazem um carnaval ao final do jogo. Ibsen Pinheiro dirigente do inter dizia: O que me fez vir aqui hoje não foi o inter, vim aqui pra ver a festa da torcida xavante, que torcida o Brasil tem. Outro dizia assim: Cientistas e religiosos não conseguem explicar o sentimento de ser xavante, talvez os ufólogos consigam por que a torcida do Brasil realmente é coisa de outro planeta... São por causas desses relatos que o orgulho de ser rubro negro se renova no coração de cada um de nós.
        • Saionara Borges · Pelotas
          Simplesmente fantástico o texto, que só poderia ter vindo da alma de um também poeta.
          • Júlio Brauner ·  Quem mais comentou · Aposentados do INSS na empresa INSS
            Encontrei uma grande felicidade no Maraca e até foi bom perder, por que se o Xavante ganhasse, eu voltava morto prá Porto. Foi demais...
            • Michel Vergara · APROVISIONADOR na empresa Walmart
              Belo texto parabens
              • Jorge Luis Gonçalves · Trabalha na empresa Ana Maria Lentes de contato
                Parabéns pelo texto, mais uma vez descrevendo muito bem nossa saída de casa!
                • Miguel Martins · Jornalista responsável e Editor na empresa Diretor da Revista Vida Saudável
                  Parabéns pelo belo texto, meu querido! Abração!