Sem barracas a vender
cerveja. Sem o homem do churrasquinho com o seu braseiro fumegante. Nem
refri. Nem quentão. Nada. Nada. Um silêncio absoluto na Princesa Isabel.
Estranhamente, ouço
batucada de malho a derrubar paredes. Roncar de caçambas. Ronronar de
retro-escavadeiras. Alaridos. Caminhadas apressadas. A João Pessoa dá sinal de
vida numa mudança alucinante.
Em vez de bandeiras,
trenas medindo cada centímetro desse solo sagrado. Máquinas digitais
registrando a mudança. Homens com carrinho-de-mão a transportar móveis,
ferramentas, areia, tijolo, esperança.
Finalmente entendo o
que está acontecendo. É o Campeão do Interior num agito novo. Depois da
conquista nos gramados chega a vez da infra-estrutura. Os jogadores estão na
serra se preparando para novas batalhas enquanto os peões põem a mão na massa e
transformam desejos em realidade.
Uma academia de
primeiro mundo. Nova sala de imprensa. Espaço adequado para o administrativo.
Central de Sócios para atender os milhares de Rubro-Negros que despertam para a
nova realidade. Gramado massageado como nunca. E, claro, a transformação da
antiga cancha de sete num magnífico campo reduzido para atender os clamores do
grande treinador.
Esse é o tempo. Sem
futebol na Baixada, mas com muito barulho. A argamassa toma forma. A tinta
renova. A areia é espalhada para um novo tapete. O suor assina a obra que se
ergue. E, claro, o desejo se realiza: “Cresce, Xavante!”.
Fotos de Thiago Perceu
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