Esta é uma data muito
significativa para o G. E. Brasil e temos que fazer uma profunda reflexão para
melhor canalizar as ações em memória daqueles que tombaram defendendo a Nação
Xavante. Transformar o quinze de janeiro num marco histórico oficial do Clube
seria de grande importância. Não apenas para lembrar a tragédia e a partida de
gente tão querida, mas como um símbolo de amor por estas cores. Cláudio Milar,
Régis e Giovane encarnaram e partiram confirmando esta estranha interação clube,
dirigente e torcida e é aí que reside a nossa força e a nossa vontade.
Evidentemente, clube
algum quer passar pelo que passamos e isto, por si só, não é motivo de
homenagens e discursos motivacionais. O que acontecimentos como este nos trás é
a certeza das limitações humanas diante dos desígnios de Deus e da necessidade
de união na hora da dor. Somos imediatistas e queremos vitórias. Muitas vezes
sem a mínima noção do esforço que cada atleta ou dirigente faz para superar
desvantagens técnicas ou de infra-estrutura.
Quanto de promessas não
cumpridas? Quanto de descaso das autoridades em acidentes como estes? Quanto de
desvio em verbas que, se bem aplicadas, evitariam dezenas de novas tragédias?
Cinco anos após, chegaram a alguma conclusão quanto aos responsáveis pela perda
dessas vidas? E aqueles “adversários” que estupidamente, zombam de tamanha
desgraça? Estas indagações reforçam nossa pequenez, mas nos põem em alerta.
Quem será o próximo?
Daí a necessidade de
selar definitivamente este inesquecível marco. Avaliar possíveis erros e
valorizar ações em prol do resgate da memória daqueles que um dia dedicaram-se
a nosso Clube. Vidas não se paga, nem se recupera, mas um alento aos que
ficaram sempre é possível. Aquela curva é apenas um exemplo porque diariamente
muitos são imolados na paixão extrema dos Rubro-Negros da Princesa do Sul.
Nisso a grandeza do
renascimento. Querer seu, tomar posse, fazer parte ativa na vida do Clube. Não
apenas em dias de jogos ou grandes decisões. Lutar lado a lado com atletas e dirigentes
para conquistar o topo da vitória. Brigar diariamente com o que eu quero e com
o que eu posso. Nutrir sonhos e tratar de realizá-los. Transformar despesas em
receitas parece uma fórmula inatingível ante as limitações de agora, mas deve
ser uma busca constante para um futuro promissor.
Defender esta
instituição centenária de ataques on-line de adversários e fakes enrustidos no
dia-a-dia também deve ser uma constante porque o jogo da informação muitas
vezes põe por terra os planos e metas arduamente planejados. Enfim, há mil
maneiras de somar e cada um tem que dar a sua parcela na medida do possível. A
paixão e o trabalho devem andar lado a lado embora nossas dificuldades para
separar a razão da emoção. Nada é fácil e aqueles que conseguem este
discernimento alcançam os objetivos.
Cinco anos se foram
desde aquela triste noite e mais uma vez procuramos uma luz capaz de nos manter
na luta sem esquecer nossos heróis. Não tem mágica, fé e esperança são estrelas
a nos guiar neste momento. Valorizar o sacrifício sofrido naqueles que tomam a
si a árdua tarefa de conduzir esta agremiação é um caminho onde podemos
encontrar as forças necessárias para seguir adiante. A duras penas, nosso Time
hoje ombreia com aqueles que melhor representam o futebol gaúcho e precisamos
valorizar muito este momento.
Como numa assinatura
perene, a Torcida mais uma vez foi chamada e a resposta não deixou dúvidas. O
caminho escolhido foi a campanha “Amor à Camisa” e a hora certa chegou. Milhares
aderiram e cinco mil Sócios é uma boa marca, mas não o suficiente porque “Somos
muito mais do que isto!”.
Afinal, que torcida é
esta que consegue carregar na alma a marca de uma paixão? Nós somos a Torcida
Xavante; a força do Interior; “a maior e a mais fiel” e vamos fazer de tudo
para honrar o nome daqueles que assinaram o nosso Manto Sagrado com o próprio
sangue. – Xavante Munhoso 15 de janeiro de 2014.
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