Brasília – O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge
Hage, disse hoje (9), que a prisão dos condenados por participar do Mensalão “é importante para mostrar que as instituições,
quando querem, funcionam, mas estou convencido que eles [os condenados] não
simbolizam a corrupção no país. Os símbolos da corrupção estão soltos”.
O ministro fez a declaração após discursar na solenidade do
Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado nesta quarta-feira (11), em
Brasília. Indagado sobre quem são os símbolos da corrupção que continuam soltos
no país, o ministro respondeu: “Não me cabe enumerar. Muitos, com certeza”.
Em seu discurso e depois em entrevista coletiva, Jorge Hage
defendeu três medidas que considera fundamental para reduzir a corrupção “a
níveis em que deixe de figurar entre os grandes problemas nacionais e não
contribua tanto para a corrosão da confiança nas instituições democráticas e na
atividade política de modo geral”: reforma política, reforma do processo
judicial e participação dos estados e municípios no esforço do governo federal
para combater a corrupção.
Segundo o ministro, a reforma política deverá reduzir o
número de partidos, os custos das campanhas e instituir o financiamento público
exclusivo das campanhas eleitorais.
“Enquanto isso não for possível, [é importante] suprimir,
pelos menos, o financiamento empresarial das campanhas e dos partidos
políticos”, como forma de combater a corrupção.
Sobre a reforma do processo judicial, Hage defendeu a
aprovação de uma mudança na legislação cível e penal pelo Congresso, por
considerar o sistema atual “intoleravelmente moroso, pelas excessivas
possibilidades recursais e protelatórias em geral, e extremamente
discriminatório, já que os criminosos de colarinho branco endinheirados podem
retardar um processo por 15 a 20 anos, com a defesa técnica por parte de bons
advogados”.
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