domingo, 26 de fevereiro de 2017

Brasil X São Paulo

Infelizmente, num ano em que tínhamos tudo para fazer uma excelente campanha e disputar o Título Gaúcho estamos de calculadora na mão fazendo contas para não cair. Sei que ainda dá até para classificarmos entre os oito, mas não ganhar dessas babas que hoje representam o Internacional de Porto Alegre é frustrante. Acorda Rogério Zimmermnn!  

Chegamos à sexta rodada com quatro magros pontos. Deus me livre se o Brasil não ganhar dos Caturritas. Até aqui, foram cinco jogos sem sequer ter o plantel completo. Montanelli vacilando na entrevista pós-Internacional de Porto Alegre e eu aqui agoniado por não ver o nosso Time ganhar daquelas perebas. Mas, futebol é futebol e, felizmente, poderemos chegar à quinta posição se tudo der certo. Para isto precisamos de alguns acontecimentos a nosso favor. Nada impossível e sim coisas tipo:
a)      Vitória do Brasil
b)      Derrota do Internacional de Porto Alegre
c)      Derrota do Veranópolis
d)     Derrota do Cruzeiro

A semana será eletrizante. De um lado a ânsia para o jogo pelo Campeonato Estadual no dia cinco de março (domingo) aqui no Estádio Bento Freitas, de outro, a expectativa pela partida diante do Fluminense, lá no Rio de Janeiro na quarta-feira (01.03.17) pela Primeira Liga. No momento, são duas competições praticamente simultâneas e isto pode ser um complicador a mais.

Temos ainda o Campeonato Brasileiro – Série B com início previsto para o mês de maio. Daí, alguém pode pensar: “Ora bolas! Que diachos este cara quer? Não está contente?”. É companheiros e companheiras! Acontece que não está fácil para nós, Torcedores Xavantes. O Time minguou. Os resultados sumiram e a luz de advertência está acesa. Levamos uma eternidade para contratar e, pior, perdemos jogadores que eram melhores do que os atuais.

Se antes tínhamos o conjunto, agora estamos batendo cabeça enquanto os adversários vão tirando lascas e mais lascas da nossa Equipe. Uma pena; não era para ser assim.

O fio terra está ligado em Rogério Zimmermann, Claudio Fabrício Montanelli e Ricardo Fonseca. O deles vai arder caso os resultados positivos não voltem a ser a tônica na Baixada. Se alguém cair, que não seja o G. E. Brasil.


sábado, 18 de fevereiro de 2017

Rafael

Cheguei ao Estádio Bento Freitas cedo. Ainda palpitava no meu coração aquela vitória contra o Criciúma. Dois gols de Sua Santidade, o Papa, deixa qualquer Xavante em estado de êxtase. Na verdade, ando meio cabreiro, sestroso até e para a peleia de hoje não poderia chegar de sangue doce. É jogo de Gauchão, cavernoso e no momento atual qualquer vacilada rasga como corte de adaga. Com um pontinho na tabela é hora de afiar os cascos e partir para a briga com tudo.

Contra Nós, um velho conhecido, o Ypiranga da cidade de Erechim. Este está marcado a ferro e fogo porque foi o primeiro clube a manifestar-se contra a participação do G. E. Brasil no campeonato de 2009 sem o risco de ser rebaixado. Para quem não sabe ou não se lembra, na ocasião o ônibus que conduzia a delegação Xavante despencou numa ribanceira vindo a falecer Claudio Milar, Régis e Giovani. Além das perdas irreparáveis, diversos atletas sofreram lesões graves e o Clube teve que montar outro Time a menos de uma semana do início da competição. Como o campeonato tinha que iniciar na data prevista, deram uns quinze dias para o Brasil preparar o novo Time. Jogadores contratados às pressas, sem condições físicas, de técnica limitada, o fracasso era anunciado aos quatro cantos do mundo. E foi o que aconteceu. Para recuperar o tempo, a FGF impôs jogos de dois em dois dias. Foi uma carnificina e ganhar uma única partida foi a maior glória daquele ano.

Enfim, o tempo passou. Após penar três anos na famigerada Segundona, fizemos um dois mil e treze brilhante e reconquistamos o nosso espaço no campeonato maior do Rio Grande do Sul. Depois da conquista do Acesso, o Brasil foi Campeão do Interior nos anos de dois mil e quatorze e dois mil e quinze sacramentando o seu destino no futebol gaúcho. E não ficou por aí. No âmbito nacional também esbanjou categoria e além de duas participações na Copa do Brasil, trilhou o caminho da Série D, Série C, chegando a Série B do Campeonato Brasileiro demonstrando a recuperação futebolística após aquela desgraça.

Fora das quatro linhas o G. E. Brasil também demonstra pujança. Além da organização administrativa, partiu para a reconstrução total do Estádio Bento Freitas. É certo que, ao finalizar esta grande façanha, estará em pé e igualdade com os maiores do Estado. Isto é fácil de prever porque o patrimônio mais importante o Xavante já o tem há muito tempo. É a sua Torcida. “A Maior e a Mais Fiel” garantirá as conquistas que hão de vir num futuro bem próximo.

Junto aos milhares que hoje assistiram a vitória do G. E. Brasil frente ao Ypiranga de Erechim estava o Rafael. Pouco gritou. Mas seus olhinhos infantis brilhavam e corriam prá lá e prá cá não querendo perder um lance. Hora olhava para o campo; hora olhava para a Torcida; hora olhava para esse maluco aqui que não parava de fotografá-lo.

Sorriu mais ainda quando Gustavo Papa fez um a zero para o Brasil. Por um instante pensei que o Rafael ia voar. Mas não, eram os braços de seu pai que o levantaram o mais alto possível. Como uma oferenda a dizer: “Olha Rafael! Um a zero para o Brasil!”. E assim foi o jogo todo. Em campo, o Brasil dando de relho no Ypiranga de Erechim; na Arquibancada, a Torcida Xavante pulando na batida da Garra. E o Rafael? Bem, o Rafael ora estava no colo do pai; ora estava no colo da mãe. Claro, às vezes voltava para o mundo dele e batia um papo com o universo de anjos que festejavam aquele momento numa comunhão que só os inocentes sabem fazer.

Com seus três ou quatro aninhos, Rafael não viu o segundo gol do Brasil. Nem o berro da Torcida Xavante o acordou. Nem precisava, dormia feliz, curtindo seu bico e certo da vitória conquistada. Seu celebro já registrara o momento e de certo um dia Rafael contara para seus filhos e seus amigos dessa noite. A noite de seu primeiro jogo no Estádio Bento Freitas. Foi uma grande vitória. De lavar a alma e serenar os corações. De fato, nada melhor para dormir em paz.

Rafael, o Brasil jogou com: Eduardo Martini; Éder Sciola, Cirilo, Leandro Camilo e Marlon; Leandro Leite, João Afonso, Lenilson, Aloísio (Wender) e Marcinho (Jean Silva); Gustavo Papa (Galiardo) – Técnico: Rogério Zimmermann. Gustavo Papa fez um a zero aos trinta e dois minutos do primeiro tempo e Jean Silva aos quarenta e oito minutos do segundo tempo fez dois a zero, placar final da partida. Foi uma linda noite, com uma vitória importante e a Torcida Xavante saiu em festa.

Rafael é filho de Arileno e Luciana e representa bem o a eterna renovação da Torcida Xavante. É de pai para filho. É de mãe para filho. Numa contínua procissão de amor ao G. E. Brasil. É lindo, muito lindo ver este fenômeno a cada jogo. Centenas e centenas de crianças junto com seus pais, suas mães, tios, tias, vôs e vós que seguem os passos tal qual outros pais, outras, mães, outros tios, outras tias, outros vôs e outras vós fizeram.

Vão todos na mesma batida, vão todos na mesma Torcida, vão todos em busca de mais esta taça. Não é qualquer curva que vai parar “a raça do Interior”. Dá-lhe Brasil!













sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Check in feito com gana

Hoje tem Bento Freitas e é contra o clube que foi o algoz de nos obrigarem a disputar o Gauchão/2009 todo espedaçado. O Ypiranga de Erechim não pestanejou em votar contra a possível proposta da Federação liberando o G. E. Brasil do rebaixamento. É hora de dar o troco! Dá-lhe Brasil!


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Comando Rubro Negro

Ufa! Enfim a primeira vitória de dois mil e dezessete aconteceu. Foi pela Primeira Liga, num jogo contra o Criciúma de Santa Catarina, no Estádio Bento Freitas, por dois a um. Sua Santidade, o Papa, abençoou-nos com dois gols em noite festiva para a Torcida Xavante.

Do Time, ainda há pouco a falar e a premissa de uma zaga formada por Evaldo e Leandro Camilo pode trazer noites de sono mais tranquilas. Nas laterais, eu ficaria com Marlon e Wender e fincaria Leandro Leite como um destroier à frente dos defensores. Podem mandar fazer as figurinhas de Nem, Lenílson, Aloísio e Jean Silva também. Se corrigir os chutões em direção ao nada, é claro que Eduardo Martini continuará a ser o número um do Brasil. Quanto ao centro-avante, bem, não tem outra, tem que ir às compras.


Quando o Time não encanta em campo, sobra tempo para observar outras coisas. Sim, porque não é à toa que o Bento Freitas é o Estádio mais humano que existe. De rondão vejo os treme terra da Garra Xavante rompendo caminho em direção à arquibancada “provisória” no seu ritual de décadas.

No vácuo do ritmista deslizo feito bolacha em boca de véia e chego num segundo ao lugar mais alto da Arquibancada. Ali é meu altar. Ali sou canonizado como membro inconteste d’A Maior e Mais Fiel Torcida do Interior. Da panorâmica, vejo que ainda é cedo e poucos estão no Estádio.


Uma luz ofusca minha vista deixando-me como morcego em pleno meio-dia. O que é isto? Pergunto a mim mesmo num monólogo finito e sem resposta. Restabelecido do clarão, vejo a realidade e sorrio satisfeito com a novidade. São os novos refletores do Estádio Bento Freitas. Sei que a parceria foi grande, mas só consigo lembrar nesta hora de Carlos Renato Costa Moreira. Ele vai ficar “puto da cara” comigo por citá-lo, azar, ele merece os créditos numa justa gratidão por seu trabalho a favor do G. E. Brasil ao longo dos anos.

Com a bola rolando, as atenções passam para o Onze Rubro Negro e ganhar é a única possibilidade que eu admito para esta noite. Não quero ver o circo pegar fogo, antes pelo contrário, só estou a fim de farra e de comemorar. Sem um pila no bolso, a cerveja foi dispensada e o bom e velho churrasquinho de gato está longe do meu alcance então o negócio é xingar bem o juiz. Não sou de ver o jogo “técnico ou taticamente”. Isto é coisa para europeu ou assinante de “pei-per-viu”. Daí, para mim, o Brasil tem que ganhar, ganhar ou ganhar.


O time de Santa Catarina veio com uma gurizada sub-20. Sabem jogar direitinho, bonito até, mas tropeçaram na experiência de Gustavo Papa que estava em noite diferenciada. Aos trinta e aos quarenta e um minutos do primeiro tempo Sua Santidade estufou as redes fazendo-me sorrir de orelha a orelha num prazer aprisionado desde o início do ano. Foi de lavar a alma e restabelecer o corpo para as próximas partidas. É assim que eu sou, sem firulas, só paixão.

No intervalo do jogo foi só contemplação. Na minha cabeça, a rapadura estava liquidada e era hora de observar o movimento da Torcida. O auê de quem está ganhando é bem diferente e as preocupações somem como dinheiro antes do mês findar.


Como tem ido mulheres e crianças aos jogos do G. E. Brasil e ver as famílias no Bento Freitas é um colírio para quem acredita que podemos crescer mais e mais. Com minha Canon vou registrando esta metamorfose e uma cena fisga o meu coração. Um pai pacientemente deixa seus filhos curtirem a sensação de ver o jogo grudado na tela. Uma mistura de orgulho e felicidade deve comandar as batidas do coração dele neste momento. Quantas vezes ele mesmo já não deve ter feito esta proeza? Raramente eu vejo o jogo grudado na tela. É só em ocasiões especiais e eu geralmente estou com muita gana. Dá vontade de entrar em campo...


Na contra mão, vejo a nova Arquibancada fechada, isolada, inerte, cabisbaixa a implorar a glória de sentir o pulsar da Torcida Xavante novamente. Foi um parto sua construção. Liberada aos trancos e barrancos, lotou na estrondosa vitória contra o Vasco da Gama e curtiu o jogo diante do CRB quando ganhamos também. Faltam detalhes para o seu uso pleno e o prazo dado era o suficiente não fosse o ruído na linha.



Felizmente, as bandeiras voltam a tremular na Baixada. E a Torcida Organizada “Comando Rubro Negro” liderou a festa. Um show! Nada se compara a um mar de bandeiras num estádio de futebol. De alma lavada, voltei para casa. Louco que chegasse o dia do novo jogo do G. E. Brasil. Não me importo se pelo Campeonato Gaúcho, Primeira Liga, Campeonato Brasileiro ou até amistoso. Eu quero é jogo. Mas tenho a minha condição absoluta. É ganhar, ganhar ou ganhar. E se o juiz “atrapalhar” e dar uma força para o adversário? Bem aí também me vou para a tela.