Claramente manifestado
em todas as rodas, o objetivo maior do ano para o G. E. Brasil era a manutenção
do Clube na Série B do brasileirão. De um lado, aqueles que acreditam sempre e
acham que o Xavante vai ganhar todas, independente de adversário porque o
Brasil é melhor e pronto. De outro, os pé-no-chão que sabem diferenciar paixão
de organização, estrutura, competência e essas mumuinhas que muitas e muitas
vezes fazem a diferença dentro das quatro linhas. Não nego que estou no
primeiro grupo e às vezes pago o preço. Mas, no meio desse turbilhão tinha
ainda os secadores, alguns da “emprensa” pelotense e os que não enxergam o
crescimento firme e contínuo dos últimos cinco anos. Duvidam por qualquer dá cá
aquela palha. Classificam o plantel como fraco, alegam não termos estádio e
multiplicam as qualidades dos outros times.
De certa forma os
secadores, a “emprensa” pelotense e aqueles torcedores mais exigentes tinham
razão. Depois de iniciar o Campeonato Gaúcho com derrota e uma sequência de
empates, o Brasil ganhou a primeira partida somente na quinta rodada e conseguiu
a classificação para as etapas finais no último jogo da fase classificatória.
Foi suado. Do abismo infernal cheirando a rebaixamento a perto de repetir as
façanhas anteriores quando foi Bi-Campão do Interior deixando de disputar a
final no “detalhe” costumeiro que separa os times de Interior daqueles
poderosos das capitais.
Um sonoro dois a zero
no Paraná Clube marcou o início do G. E. Brasil no Campeonato Brasileiro -
Série B de dois mil e dezesseis. Este resultado já fez alguns anunciadores do
apocalipse botar as barbas de molho porque o Time Xavante já saiu ganhando a
primeira partida na competição nacional, mostrando que defenderia sua vaga
contra tudo e contra todos.
Mas teve o auê da nova
Arquibancada. Fica pronta; não fica; quando vai ser a inauguração? E aquele
libera, não libera das metálicas? Tudo a fomentar o imaginário dos
facebookianos, blogueiros e participantes do Forum Xavante. Incrível as
trocentas alternativas, mas dinheiro que é bom, neca. Num feijão com arroz
produtivo, Ricardo Fonseca,”O Presidente”, conduziu o Clube serenamente fazendo
jus a mais uma reeleição. De dois mil e doze a dois mil e dezoito, se não bater
o record na administração do G. E. Brasil ficará muito próximo.
Afora os resultados em
campo, tivemos uma estrondosa vitória capitaneada pela construtora Porto 5. No
dia quatro de novembro finalmente a primeira parte do novo Bento Freitas foi
inaugurada. Em festa, o módulo Milton da Silva Peil, acolheu os Torcedores com
chopp, refrigerante, pipoca e até churrasco. Fui um dos primeiros a chegar. Sem
imaginar o drama vivido pela Direção e Comissão de Obras, peguei minha Canon e
comecei a disparar o flash e a filmar o grande momento. Meu coração disparava
de alegria sem saber que outros corações quase explodiam numa agonia descomunal.
Inebriado pela bebida, pelos abraços dos amigos e pela felicidade do momento
não percebia o que acontecia nas entrelinhas e no sorriso freado daqueles que
mais batalharam para a conquista ora oficializada. A Obra estava pronta,
vistoriada, entregue e inaugurada. O que faltava? Foi na explosão e no choro de
Perceu e demais integrantes da Comissão de Obras que tudo se esclareceu.
Faltava a liberação pela CBF. E esta aconteceu “aos quarenta e cinco do segundo
tempo” como muitos diziam com lágrimas nos olhos. Que drama! “Força e vontade”,
diz o nosso Hino e a recompensa veio através de um telefonema: “Está liberada!
Está liberada!” gritavam. Choro e riso se confundiam atestando a felicidade
geral da Nação Xavante.
Após a vitória contra o
Paraná, perdemos por um a zero para o Atlético/GO lá no Serra Dourada e, apesar
do resultado negativo, deu para ver claramente que o Time tinha condições de
fazer um bom campeonato. Para animar de vez, os comandados de Rogério
Zimmermann fizeram oito pontos na corrida. Dois a zero no Bragantino, um a um
com o Goiás, um a zero no Paysandu e um a um com o Luverdense colocava o Brasil
nas principais colocações da tabela com onze pontos.
Daí veio aquele três a
zero para o Criciúma que nos deu um baita safanão. Pensam que a Torcida Xavante
desanimou? Que nada! Quem tem Garra Xavante, Xavabanda e Máfia Xavante, não para
de cantar porque nossas charangas sustentam a batida os noventa minutos. E foi
sempre assim. Jogo a jogo, festa a festa, aqui no Bento Freitas ou nos estádios
dos adversários. O Brasil nunca joga sozinho e em qualquer estado sempre vai
ter aquele grito: “Eeeeêe! Rubro Negro vem aí. Eeeeêe! Rubro Negro vem aí.”.
Festa, cerveja e churrasco, é com os Xavantes; em qualquer tempo e em qualquer
lugar. E isto é fácil de explicar. Além das diversas “Organizadas” aqui na
Princesa do Sul, temos Torcedores espalhados Brasil afora. Num País gigante, só
as maiores cantam em qualquer lugar. E isto nós fazemos través dos Núcleos Onda
Xavante, Invasão Xavante, XaSerra, Xasc, Xapa, Xapar, XavanRio, XaSampa,
XaMinas, Xago e República Xavante o que garante a onipresença da Torcida
Xavante. Talvez eu tenha esquecido de citar algum Núcleo e desde já peço
desculpas.
E os pontos não paravam
de chegar: Brasil um a zero no Tupi; Ceará três, Brasil zero (putz!); Sampaio
Corrêa um, Brasil um; Brasil zero a zero com o Náutico; Brasil dois a um no
Bahia; Londrina um, Brasil zero; Brasil dois a zero no Joinville; Vasco dois,
Brasil zero; Brasil dois a dois com o Vila Nova/GO; Oeste um, Brasil um; CRB
um, Brasil dois; e aquele Brasil três a zero no Avaí para fechar o primeiro
turno com trinta pontos acalentando o sonho de Série A do maluco Xavante
Munhoso.
O segundo turno começou
com o Brasil tocando mais dois a zero no Paraná Clube. Eu estourava de
felicidade e tentava convencer a todo o mundo de que o caminho para a Série A
estava garantido. No fundo, sabia que a missão era muito difícil, mas fazia um
contra-ponto aos “corneteiros” e “conformistas”. Aliás, isso merece algumas
laudas à parte, mas vou deixar prá lá.
Brasil zero,
Atlétigo/GO um em pleno Bento Freitas não foi fácil de aceitar, mas é do jogo e
Bragantino zero, Brasil dois me deixou nas nuvens. Depois veio o Goiás e o
Brasil fez valer a mística da Baixada e tocou dois a um num time que tinha
fortes pretensões de voltar a Série A. O empate em um a um com o Paysandu lá no
Mangueirão também foi um baita resultado e tudo corria nos conformes. Estávamos
com quarenta pontos. Faltando mais cinco para atingir a pontuação necessária
para garantir a permanência na Série B segundo o prognóstico dos entendidos do
assunto. E eu nem aí, continuava a querer mais, muito mais.
Aí veio uma sequência
de nove jogos com pouca pontuação e isto, para quem queria a Série A, foi um
balde de água fria. Luverdense um, Brasil zero; Brasil um, Cricúma dois; Tupi
um, Brasil um; Brasil dois a um no Ceará; Brasil um a um com o Sampaio Corrêa; Náutico
dois, Brasil zero; Bahia um, Brasil zero; Brasil zero, Londrina um; e Joinvile
um, Brasil um. Quarenta e seis pontos na trigésima terceira rodada. Faltavam
ainda mais cinco, mas o campeonato embolou na parte de cima e o Brasil havia
perdido fôlego. Claro que eu estava querendo demais para um grupo de Atletas
que vinha no seu limite. Ao garantirem a pontuação necessária para a
permanência na Série B de dois mil e dezessete possivelmente aconteceu um
relaxamento natural, uma sensação de dever cumprido, ocasionando a queda de
rendimento.
Mas futebol é uma
caixinha de surpresas como dizem os entendidos e Eduardo Martini, Weldinho,
Cirilo, Leandro Camilo, Marlon, Leandro Leite, Washington, Diogo Oliveira
(Marcos Paraná), Felipe Garcia, Ramon (Gustavo Papa) e Jonatas Belusso (Nem)
fizeram a festa em cima do Vasco da Gama. Numa tarde ensolarada, feliz e com um
bom futebol, ganharam por dois a um; dois golaços. O primeiro foi feito por
Diogo Oliveira e o segundo por Marcos Paraná. Ao final da partida a reação da
Torcida Xavante foi de arrepiar. Reagindo a uma ação de um jogador vascaíno, o
Estádio inteiro cantou: “Ooooooooooô! Tomate cru Vasco! Tomate cru Vasco!
Tomate cru Vascoooooooôo! Ooooooooooô! Tomate cru Vasco! Tomate cru Vasco!
Tomate cru Vascoooooooôo!”
Pela terceira vez no
ano, o Brasil foi a Goiás e dessa vez perdeu por três a um para o Vila Nova/GO.
Em seguida empatou com o Oeste no Bento Freitas em um a um. E no dia dezenove
de novembro ganhou do CRB por um a zero jogando pela última vez na Baixada
neste abençoado ano de dois mil e dezesseis.
Fechando o campeonato,
foi a Santa Catarina enfrentar o Avaí. Com um empate de um a um, o G. E. Brasil
terminou o Campeonato Brasileiro – Série B de dois mil e dezesseis com
cinquenta e quatro pontos. Indiscutivelmente uma grande campanha atestando o
acerto da Direção e da Comissão Técnica em apostar todas as fichas nesses
Guerreiros que vestiram a Camisa Xavante com brio gravando, com certeza seus
nomes na História do G. E. Brasil.
Além de garantir a
participação do Brasil no Campeonato Brasileiro – Série B de dois mil e
dezessete esse Time marcou quarenta gols, obteve quatorze vitórias e doze
empates. Felipe Garcia com treze gols e Ramon com nove foram os artilheiros. E,
mais uma vez, a Torcida Xavante deixou a sua marca indo a todos os jogos no
Bento Freitas e em todos os outros estádios onde a Equipe Rubro Negra jogou.
E o fim do ano está
chegando. Que ano! Como muitas vezes falei na minha eterna exaltação ao G. E.
Brasil. Estou muito satisfeito com o resultado final e aproveito para parabenizar
Ricardo Fonseca, nosso Presidente. Desde já, desejo a ele e a toda a Diretoria
um Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Sei que Ricardinho não vai ter tempo de
descansar porque, corajoso e determinado como ele é, já tem uma nova Gestão
pela frente. Que a Luz Divina e o sucesso continue a abençoá-lo.
Minha gratidão também à
Comissão de Obras. Muito obrigado! O trabalho de vocês foi algo nunca visto na
Princesa do Sul e o futuro há de honrá-los na eterna lembrança dos corações
Xavantes. Estendo este agradecimento à construtora Porto 5 e aqueles doaram
suas quotas de participação no terreno que propiciará a construção do novo
Bento Freitas. Este berço que acalenta nossos sonhos e permite aos Torcedores
Xavantes viverem a plena felicidade durante uma partida de futebol tendo como
protagonista maior o G. E. Brasil.
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