Sei que o que eu digo não conta muito porque às vezes passo
da conta em acreditar, mas bem que eu gostaria de dar umas porradas em quem foi
soprar nos ouvidos desses Jogadores que eles já tinham alcançado o objetivo.
Para ganhar esta classificação bastava jogarem que nem alguém que nada num rio
sem saber a profundidade. Enquanto o cara não alcançar a outra margem ele não
para de nadar. Claro que me refiro ao Brasil, ao Zimmermann e aos que
acham que a Série B é o máximo para Nós.
Mas antes de rabiscar sobre a derrota Xavante para o Londrina
preciso me penitenciar com os leitores do blog Linha de Fundo. A meu favor, o que eu
já disse em tópicos anteriores: “Tem que haver uma proibição sumária a
torcedores loucos, fanáticos e sem vergonha de manifestar o seu amor pelo clube
do coração de escreverem qualquer coisa após uma derrota ou mesmo um empate
fora da cartilha do ganhar sempre que, claro, todos nós pregamos”.
Aparentemente, o Campeonato Brasileiro – Série B é longo por
ter trinta e oito rodadas. Mas, num piscar de olhos se passam duas, três e
tantas mais até que nos vemos cara a cara com a fase final e aquela agonia do
sobe ou desce. Aí a coisa pega fogo e, salvo aqueles que preferem o sofá e a tv,
todo o mundo fica maluco, se benze, apela para a secação e a calculadora passa
a ser uma taboa de esperança.
Digo isto para explicar o meu sumiço daqui e que coincidiu com essa merreca de pontos que o Brasil marcou nas
últimas rodadas. Até o nosso goleador estancou nos treze gols. O último gol de
Felipe Garcia foi contra o Tupi, lá em Minas Gerais ainda no mês passado.
Não entenda esse meu marasmo como fuga porque continuei
acolherando as letrinhas. Escrevi por exemplo sobre o empate em pleno Estádio
Bento Freitas contra o lanterna Sampaio Corrêa, mas ruídos na comunicação fez
com que eu deixasse a “matéria” amorcegada em meus arquivos.
Do jogo contra o Náutico é melhor nem falar mesmo porque
aquilo foi demais e a expulsão do Washington acendeu a luz do
conformismo; do já garantido; do que vier é lucro. E isto é uma faca de dois
gumes, se não um tiro no pé.
Agora, a partida contra o Bahia merecia um tópico de dez
laudas porque uma semana antes eu já lembrava a célebre campanha do G. E. Brasil em
mil novecentos e oitenta e cinco no Campeonato Nacional. Que ano!
Sei, às vezes achamos que os jogadores estão acomodados,
satisfeitos e cientes de que já fizeram a sua parte enquanto nós torcedores
queremos mais, mais e muito mais. Daí, para ganhar de novo lá na Baia era
questão de ordem. Mas futebol tem disso mesmo. O gol do Bahia, vocês viram como
foi? É prá desbundar mesmo.
“Sem tempo para lamentar”, estampou o site do G. E. Brasil
após a imerecida derrota na Fonte Nova (hoje rebatizada de Arena Fonte Nova).
Realmente, a recuperação viria logo e sonho da Série A estava mais vivo do que
nunca em minha cabeça. Fiz e refiz o texto relativo a este jogo, mas, sei lá,
aquele um a zero pros baianos bateu direto no meu fígado e me deixou cambaleando.
Deve ser por causa da overdose de sonhos em minhas venetas. Não consigo pensar
noutra coisa a não Série A.
Depois desse chá de devaneios, é hora de falar do jogo contra
o Londrina. Afinal, estamos na trigésima segunda rodada e a bola da vez foi os
“tilápias” como nos referimos ao time da terra do café.
Deus do Céu! O Walter tá fininho perto do Itamar. E a
comemoração? Que deboche! Mas está aí a graça e, às vezes, desgraça do futebol.
Aja corneta porque comentar um lance desse só abdicando da seriedade. O camisa
onze londrinense “conseguiu” subir uns dez centímetros e num ombrasso fez o gol
da vitória deles. Coitado do Brock que recebeu aquele peso todo em suas costas.
Um minuto antes desse triste gol, Itamar estava caído no chão
devido a um escorregão qualquer no gramado molhado. O juiz veio ver o que era e
o confortou com duas ou três palavras. Prá quê? Esperto como político
brasileiro, Itamar ficou tonto. Tentou levantar, mas, claro, tonteou mais
ainda. Quanto mais o juiz interferia, mais Itamar tonteava. Sei lá quanto tempo
“matou”. Na real, uma eternidade.
Mas, futebol é futebol assim como política é política e
Itamar já estava bem. Correndo como um juvenil foi decisivo nos lances a seguir
desenrolados. Disputou (e ganhou) uma bola na entrada da área Xavante e lançou
para o atleta de número vinte e seis que ganhou do nosso lateral e cruzou/chutou.
Num veneno desgraçado a bola entraria não fosse a ótima intervenção do Eduardo
Martini que mandou essa traiçoeira para escanteio.
Estava chovendo. Todo o mundo viu. Mas foi um banho de água
fria. Vinte e quatro minutos do segundo tempo. Jogo difícil, oportunidades de
gols perdidas e aquele gol do Itamar. De repente começa a rolar os quarenta e
cinco pontos conquistados até aqui. A Série B de dois mil e dezessete
garantida. Um Estádio a construir. Alguns se dão por satisfeitos. Mas, sei lá.
O cavalo estava encilhado e tudo...
É hora de lembrar os tempos de escola. A matemática diz que
ainda dá. Vamos lá Time! Eu quero a Série A. Futebol é momento, mas essa
vaguinha vale vinte e quatro milhões. Uma nova realidade. Quem sabe uma nova
era. Série A! Série A! Série A! Série A!
Esqueçam o futebol. Pensem que estão nadando em um rio
desconhecido e profundo. A salvação está na outra margem.
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