domingo, 23 de outubro de 2011

Apenas um lamento

Deus sabe o que faz, esta é uma grande verdade e na nossa pequenez muita vezes afrontamos a sua Vontade em vão.
Sábado, por volta das 21hs, fui ver a dona Irene, mãe da Solange (minha esposa) e às 21h20 saímos do hospital remoendo nossa angústia diante do víamos naquele leito. Às 22hs o telefone toca num derradeiro chamado... O luto foi confirmado e a madrugada toda foi de um eterno velório. Às 10h30 deste domingo enterramos dona Irene e todos seguiram seus rumos neste grande sofrimento. Uma sobrinha minha de apenas 16 anos, neta de dona Irene, à duras penas foi fazer a prova do Enem arrasada. Meu filho Daniel foi para o Enem também, só que como colaborador auxiliando na distribuição e execução das provas. De minha parte, também parti para trabalhar no Enem depois de muito incentivado por minha família. Era uma agonia cada vez que eu lembrada da Camila ter que responder aquele massacre de perguntas infindáveis. Se os outros reclamaram do tamanho da prova, o que não foi este absurdo para a Cacá como chamamos? Não sei como consegui sufocar as lágrimas e persistir na tarefa que executei para homenagear minha sobrinha guerreira. Tudo isto direto, tanto eu quanto a Cacá e o Daniel. Aos pedaços, cumpri tudo o que estava antecipadamente planejado e a única alteração foi o fato de eu não ter levado meu outro filho, o Anderson para o jogo do Brasil como o combinado. Hoje fiz um grande teste para o meu físico mas não vejo motivos para me vangloriar. Talvez eu esteja querendo testar a força de Deus diante desta mediocrês de nós humanos. Imagina! Dei tamanha importância a uma partida de futebol e o que vi foi um grande fiasco do G. E. Brasil diante de sua fanática Torcida. Eram mil e poucos é verdade, mas têm que ser muito fanático para acreditar no que temos no momento. Além de tamanha dor pela perda de um ente querido, vi nosso treinador sepultar o garoto Jone, atacante de vocação, numa lateral totalmente obsoleta onde o adversário deitou e rolou num verdadeiro carnaval funesto para a Xavantada que cantou até o derradeiro apito da morte na Copinha. As vaias foram justas. Para o Time; para o treinador; e para mim.

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Mensagem de um amigo:
Munhoso
A vida é um sopro.Quantas vezes famílias são dilareçadas por incomprenssões de partilha quando se esquece que tudo que pensamos que seja nosso na finitude de nossas vidas nada os levamos.O que importa nesta vida são os afetos.São as  nossas ações àqueles mais necessitados,pois só assim perenizamos nossa passagem terrena.Aquele que só olha para si se esvaece no momento de sua partida.
Meu consolo, aos próximos de Dona Irene,pois com toda a certeza ela está em paz .
Quanto ao nosso time é mais um ano entre tantos que não conseguimos um grupo a altura da grandeza do xavante.Só nos resta o Livro  e este tenho certeza será muito melhor que assistir jogadores tão desinteressados e mediocres.
O xavante é maior que tudo isto.Que a próxima diretoria seja feliz e que possa levar o nome do G.E.Brasil para onde ele deve estar.
Um abraço e mais uma vez minhas condolências pelo infortúnio.
Claudio
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Para a mensagem a seguir, peço perdão:


Pai

Pra

mim tu sempre foi um exemplo e tanto...

Seja

pelas tuas histórias, seja pelo teu coração, pela tua solidariedade, pela tua
humildade ou pelo teu jeito Pai- dicionário de sempre ter respostas pra tudo.

Sempre

admirei em ti a tua fé, a tua personalidade, o teu modo de viver a vida,
batalhando e acreditando fielmente em teus ideais. Mas a alguns dias estou
sufocada por uma coisa que aconteceu, e por ser tua filha e um pouco parecida
contigo preciso te falar.

Uma

das poucas coisas que lembro de quando a minha vovó faleceu foi que ficamos uns
2 dias na penumbra, no silêncio, realmente enlutados sofrendo a perda da minha
querida vovó. Nesses dias não podia se fazer uso da tevê, de músicas, de nada.
E todo mundo respeitou. Agora, me desculpa pai, eu juro que não acreditei que
tu não pudesse deixar de ir ao jogo do Brasil no dia do enterro da minha avó,
aquela que tu sempre dizia que depois de perder a tua mãezinha era a mãe que tu
tinha.

Não

sei se tu percebeu, mas eu fiquei muito magoada com isso, sinceramente ali não
reconheci o MEU PAI que pra mim sempre foi uma pessoa de muito sentimento.

Se

existe uma coisa, que por mais que tu tenha dúvidas tu conseguiu passar para os
teus filhos, foi o amor pelo xavante, mas sinceramente  pai,
se o xavante está acima da tua família,
aos poucos deixamos  de ser  admiradores e nos tornamos  rivais do rubro negro de uma forma quase que
desapercebida.

Era

isso.

Um

beijo:

Ana

Paula
 

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