Xavante Munhoso na área... Gol do Brasil!
Hoje houve o primeiro teste do nosso Xavante. Foi contra o Arealense, Campeão da Cidade do Futebol Amador e gostei do que vi. O G. E. Brasil fez este jogo-treino com renda toda para o clube do Areal e apesar dos 3X0, o placar pouco importa, pois a finalidade da partida, além da colocação de faixas no grande campeão citadino, era de apresentar os novos atletas a Nação Xavante.
Foi um jogo típico de Segundona com o time do Areal todo retrancado mas mostrando que sabe jogar. Ainda não dá para afirmar nada em relação ao nosso Time a não ser que as coisas parecem estar bem organizada e o astral está em alta. Acredito num novo ciclo e até a Torcida tem apostado em tempos melhores.
Chamou-me a atenção quatro jogadores. Dois prata da casa e dois desta nova leva de contratações.
Dos prata da casa, o lateral esquerdo Rudiere que tem apenas 17 anos e dá sinal de logo logo vestir a Rubro Negra. Não perdeu uma jogada na defesa e ainda avançou com personalidade.
A grande novidade para mim foi a entrada do Jone no segundo tempo. Um negãozinho rápido e faceiro, forte e fominha como todo centro-avante que se preza. Em poucos minutos, ele mostrou qualidades não só pelo gol que marcou mas pelas inúmeras vezes que assumiu a jogada tanto para finalizar quanto para procurar uma tabela ou dar um passe aos companheiros em campo. Não querendo exagerar, mas lambrei-me de Bira e as suas arrancadas em direção ao gol adversário.
Na zaga temos um índio batalhador. Ronan, 1,90m e 26 anos que começou a carreira no Vila Nova aos 14 anos. No próprio time goiano, Ronan Francisco da Silva se profissionalizou e foi campeão em 2005. Na minha avaliação, Ronan é um jogador duro, está o tempo todo gritando e orientando os companheiros. Tem boa colocação e está sempre se movimentando em busca da bola. Longe de comparar ao Silva, mas acredito que vai ser o nosso xerife este ano.
Wilson, para mim, foi show. Wilson Carlos da Silva, volante, 1,80m, 29 anos, baiano que estava no Uberlândia batalhou o tempo todo comandando a ligação da defesa com o ataque com grande senso de equipe. Gostei muito dele e o toque diferencial a favor deste atleta foi o momento em que o Rudiere, após uma das poucas jogadas erradas deste jovem levou uma bronca (não sei se de algum jogador do Brasil ou se de algum torcedor). Neste momento nosso prata da casa parece que sentiu a advertência e ficou sem graça. Aí surgiu uma grande virtude do Wilson, que imediatamente levantou o astral do lateral dizendo para ele não ir nas pilhas dos outros e fazer a jogada da melhor maneira que ele pudesse. Foi uma atitude muito legal e Rudiere voltou a brilhar imediatamente.
Falar da Torcida é chover no molhado e mais uma vez foi dez. Nota dez! Um bom público lotou o campo do Arealense pintando de vermelho e preto as quatro linhas de alambrados. Com o ingresso a R$ 2,00, acredito que o único azul e ouro que eu vesti nos meus tempos de guri ganhou um bom troco. Joguei umas três partidas com a turma do Arealense mas foi impossível continuar pois já naquela época eu era louco, fanático e sem vergonha de ser Xavante e meu coração não suportou aquela aventura, mandando-me escolher entre a vida e a morte... Vivo, eu sou. E cá, estou.
Quanto ao "Arealense é Peãopeãopeão!", é minha homenagem a uma pessoa que já nem sei mais quem era, mas que de ser certo vibrava por seu time a ponto de deixar esta lembrança em minh'alma. Um domingo de futebol, uma juventude alviçareira, uma decisão de campeonato amador e um grito a ecoar: "Arealense é Peãopeãopeão!" "Arealense é Peãopeãopeão!" "Arealense é Peãopeãopeão!"
Marcelo Barboza possui 45 camisas, mas a meta dele é ambiciosa: quer chegar a 100 até o dia do Centenário Xavante. Foto: Carlos Insaurriaga
A camisa de Cláudio Millar é especial. Foto: Arquivo pessoal
Ronan no primeiro treinamento físico, realizado logo após a janela para entrevistas desta quarta-feira. Foto: Carlos Insaurriaga
